A importância da verdade católica

por Carlos Umdoistres

Recebi um e-mail que dizia mais ou menos assim acerca de minha recente conversão. Modifiquei algumas letras e palavras que não alteraram o significado da dúvida e deixei esse e-mail postado aqui no anominato:
O Budismo tem vários ramos. Existem muitos templos que são somente um simbolo, utilizados pelas pessoas em ocasiões especiais. Onde existem palestras com ensinamentos. Seu conteúdo varia bastante, dependendo do ramo. 
Como são as igrejas católicas? Sera que se você tivesse assistido à missa de outro padre, de outra igreja, que não fosse do Pe. Rufus, teria a mesma certeza da importância e da verdade católicas?

E pensei numa resposta, mas aí a coisa foi fluindo e mandei essa resposta que ficou enorme, mas que acho que vale a pena publicar como artigo:

O cristianismo, assim como outras várias religiões, tem seus inúmeros ramos. 

A Igreja como conhecemos hoje é uma instituição fundada no século IV, tornando-se a religião oficial do império romano, por Teodósio. Por isso é chamado Igreja (comunidade, conjunto de pessoas unidas) Católica (universal, ou seja voltado a todas as pessoas e a todas as nações) Apostólica (de pregar a palavra) Romana (imperial). 

Então, desde o seu nascimento oficial, a Igreja teve por objetivo a conversão de fiéis, conforme ordenou Jesus. E isso aconteceu mesmo que às custas do poder imperial de Roma, que repassou à Igreja sua tecnologia administrativa e de governo. 

Antes disso o império perseguia os cristãos. Mesmo São Paulo, em nome do governo, os perseguia antes de sua conversão. Foram muitos os perseguidos e muitos os que morreram e se tornaram mártires. São Paulo também morreu martirizado. 

Mas o sangue desses mártires acabou por converter todo um poderoso império mais de 300 anos depois da morte e ressurreição de Jesus. A igreja se dividiu quando o império romano, em crise, se dividiu. Então surgiu a igreja grega ortodoxa em Constantinopla porque existiam dois impérios: o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.

A língua oficial para a realização da missa era o latim, língua oficial do império, até há pouco tempo atrás. O intuito era de não perder a exatidão do espírito das palavras, pois na tradução alguns detalhes da percepção da palavra podem fazer toda a diferença. Mas a missa foi traduzida da melhor forma possível para as línguas locais, assim como a bíblia. Por isso a necessidade de ler uma bíblia católica oficial.

Existem inúmeras igrejas com denominação cristã. Existem muitos ramos. 

A Renovação Carismática se iniciou no final da década de 1960. Houve reconhecimento de Roma de que era necessário abrigar as várias formas de adoração a Deus para não causar mais divisões, porque cada forma de pregar a palavra toca diferentemente os corações das pessoas. O Padre Rufus entrou na renovação em 1972 quando teve uma experiência pessoal intensa com Deus, através do fogo do Espírito Santo. Ele havia se ordenado padre em 1956, portanto haviam se passado mais de 15 anos desde a sua ordenação. Acabou por descobrir sua missão de pregar e exorcizar.

Acho que Deus se manifesta de diferentes formas para diferentes pessoas em diferentes ocasiões, aguardando com amor nosso retorno para a Sua casa. Tive várias outras oportunidades de conhecer a bíblia. Já confidenciei a pessoas próximas que se eu realmente acreditasse na bíblia me tornaria um pregador. Eu tinha aversão ao nome Jesus.

O Pe. Rufus esclareceu uma série de coisas e, o mais importante, gostei dele de uma maneira profunda. Por orgulho, sei lá, ou respeito, eu costumo gostar de padres bem mais experientes que eu. Mas padres novos, da renovação, também fazem pregação semelhante. Porém a forma dessas pregações não me tocam no profundo do meu coração. Temos padres mais jovens e vibrantes como Pe. Marcelo Rossi, e Fábio de Melo e outros pop-stars da pregação católica, mas quem tocou meu coração foi o velho e bom Padre Rufus, que foi um menino tímido, retraído, de baixa estatura, medroso, inseguro e quieto.

Voltando ao Pe. Rufus, suas palavras e seu modo de explicar e colocar o culto aos ancestrais, reconciliação, arrependimento, salvação da alma fizeram-me voltar para a igreja católica. Ao falarmos de antepassados, vale lembrar que a Igreja não reconhece a reencarnação. Senão, nunca encontraríamos parentes e queridos falecidos depois da morte, não sei se me entende. Eles são o que são, mortais no corpo, mas imortais no espírito e continuam sendo nossos avós e tios e tias, com todos os defeitos e qualidades. Estão adormecidos na paz de Deus.

Eu estudei e li muitas coisas sobre religião. E hoje percebo que o ensinamento central da igreja é consistente. O mal existe em nós mesmos, mas ele também é externo a nós, nos influencia através das pessoas e do mundo ao redor e também do mundo espiritual. 

Mas a minha confiança e fé não é na instituição chama Igreja Católica, mas no projeto de Deus para cada um de nós. A Igreja Católica foi guardiã da palavra de Deus, seus monges copiaram a bíblia incansavelmente, dia após dia, com capricho e zelo, até o surgimento da imprensa, porque sem a bíblia não dá para pregar e nem mesmo estudar. E o que o inventor do livro, Guttenberg, publicou primeiro? A bíblia! Imagine a responsabilidade de colocar letrinha por letrinha todos os 73 livros da bíblia sem erro algum!

A Igreja, como organização, teve e tem defeitos assim como qualquer organização humana. Tomou atitudes e posições até mesmo talvez equivocadas, mas sobreviveu até hoje, e é isso que é importante. 

Por exemplo, muitos dizem que a Igreja apoiou Hitler, mas o Vaticano estava dentro de Roma! E a Itália era aliada de Hitler! O que fazer? O dever e obrigação do Papa era sobreviver, para não deixar a Igreja sem cabeça. Porque a Igreja, sem a cabeça, ou seja, sem o Papa, permitiria a Mussolini, ditador da Itália, escolher um sucessor totalmente fascista e aliado dos nazistas! Imagine o desastre que seria ao corpo de Cristo, o representante de Cristo aqui na terra, ter talvez a suástica em vez da cruz como símbolo! 

Muito a igreja fez, por ser relativamente independente e inatacável como guardiã da fé e instituição milenar, e muito a igreja pôde fazer para ajudar judeus perseguidos a escaparem do horror do holocausto, através da corajosa intervenção de padres e fiéis firmes na palavra. Enquanto a imprensa e os políticos alemães se calavam à força, uma das poucas vozes que ainda defendiam direitos fundamentais era a igreja, limitado até onde os religiosos podiam intervir, sem cometer atos suicidas. E Hitler não executou em massa padres, freiras e nem bispos porque a Igreja estava situada em Roma, onde estava seu principal aliado. 

Voltando então, a palavra veio até nós a mais pura possível. Houve muito sangue derramando pela Igreja e também contra a Igreja. Cometeram-se crimes terríveis em nome da fé e contra a fé. Mas a Igreja também se transforma continuamente, e evolui, e está cada vez melhor, a cada dia que passa. Como ela é consistente em termos de fé, e ela defende essa fé, ela é chamada de conservadora, careta, intolerante. Mas defender uma posição é isso: manter-se na posição, defender a posição e tentar mostrar e demonstrar seus argumentos, contestando, reafirmando o seu direito de acreditar e perseverar naquilo que acredita. E constantemente ela é agredida.

E Cristo (que quer dizer cordeiro, o que vai ao sacrifício) sabia que ia morrer de forma cruel. Mas seu sacrifício estabeleceu um pacto renovado de sangue com Deus, que quebrou o poder de satanás. Foi dito que o reino de Jesus seria eterno e passaria por incontáveis gerações, isso há dois mil anos atrás. O reino do Salvador seria eterno e não teria fronteiras. Então esse é o reflexo de um amor que não compreendemos e nem conseguiremos compreender, mas é possível experimentar um "tiquinho assim" dele, como se fosse a ponta de um iceberg e dividir o nosso pequeno amor egoísta, muitas vezes, com os outros.

A Igreja Católica tem suas dificuldades em se manter unida. Muitos bispos devem ter diferentes opiniões quanto à condução dos rumos da organização. Ouço dizer por aí que uns acham que padres devem casar, outros acham que mulheres devem ser ordenadas e celebrar missas e comandar paróquias e outros dizem que a missa deveria voltar a ser em latim para ter mais força. Muita gente deve buzinar um monte de coisas nas ouvidos do Papa... Mas como as mudanças acontecem com o colegiado de bispos e a posição do Papa, as decisões são mais lentas, mas mais seguras no sentido de garantir o longo prazo. Uns criticam a Igreja porque mudou e outros criticam a Igreja porque ela não mudou. Veja a situação difícil, numa época de transformações tão grandes. Cometer um erro apenas pode ser fatal.

Hoje qualquer um funda uma igreja em qualquer lugar do Brasil. E fala o que quer, interpreta a bíblia de formas diferente, levando ao pé da letra o que lhes convém e reinterpretando e relativizando onde não convém. 

Comentando que aconteceu historicamente com o Budismo, ele não tem uma liderança e hierarquia centralizada e nem dispõe de um livro centralizando os ensinamentos de Buda. A experiência com Deus e a iluminação ocorrem de modo pessoal. O Budismo não teve como formar um Estado e uma instituição para administrar a divulgação da fé e de sua doutrina, mas ela se propaga por si só. Por que? Ela é forte em seu ensinamento. Mas não dispõe de uma hierarquia tão centralizada quanto a católica. 

O mérito maior da Igreja é que as missas são estruturadas de forma a obter o maior benefício espiritual, e cada parte da missa tem seu significado e são celebradas no mundo inteiro com organização. A palavra lida na bíblia e os ritos são reguladas por um poder central. 

É semelhante ao que aconteceu com o Império do Brasil. Tendo um imperador chamado Dom Pedro I, que tinha um monte de defeitos, filho de Dom João VI, rei de Portugal, o Brasil permaneceu unificado e grande. Houve guerras contra a unificação, mas somente com a unificação de um país é que se pode progredir, senão fica um país pequeno brigando com o outro. Veja, não houve a criação de um outro império na América Latina tão abrangente e extenso como o império brasileiro.

E é a mesma em toda a parte do mundo, seja Japão, China, Filipinas, Portugal ou Brasil, no processo de formação de um Estado organizado. 

Então, por ser unificado os procedimentos, o trecho da bíblia escolhido para cada domingo vale para o ano todo e é o mesmo no mundo inteiro. Existe um planejamento que procura manter a unidade do corpo de Cristo, porque uma mão não desconhece a outra em nosso próprio corpo. Mas as homilias (sermões dos padres) podem variar porque cada paróquia tem as suas necessidades particulares, cada momento histórico requer um posicionamento e esse posicionamento é normalmente apoiado por Roma, de forma aberta ou não. 

Que diria o seu patrão se cada um fizesse o que bem entendesse na empresa em que você trabalha?

E existe uma coisa que chamo de "tecnologia religiosa", que foi acumulada pela igreja durante mais de 1700 anos como organização. Existe muito conhecimento e experiência acumulados. Milagres aconteceram e acontecem. Santos foram reconhecidos. E existem santos vivos. Então é isso...

Não sei se respondi o que você queria perguntar. Mas a forma de ensinar e colocar as coisas faz toda a diferença para cativar um aluno.

Então o padre Rufus veio num momento muito especial, apesar de pensar que eu conhecia cristianismo. 

E desejo levar esse novo modo de encarar a vida para outras pessoas. Por isso o blog. De resto, se é fé católica ou não, concluí que a Igreja Católica tem condições únicas de dar um rumo não-individual na divulgação da palavra de Cristo, resultado de uma decisão de todo um colegiado para a organização. Por que penso isso? Porque para você se tornar padre tem que estudar. Para se tornar bispo tem que estudar muito mais, ter mestrado ou doutorado e saber mais de uma língua. Então não são amadores que estão conduzindo a Igreja. Para ser indicado para Papa acho que tem que saber várias línguas e ter uma série de diplomas e pelo menos um ou mais doutorados. E ser indicado eleito pelo colegiado de todos os bispos do mundo.

Então a verdade da pregada pela igreja católica pode ser imperfeita para alguns, mas a palavra contida na bíblia é de uma sabedoria incrível. Às vezes, em minha pretensão, até acho que identifico falhas na igreja, mas é opinião de uma só pessoa que não teve oportunidade de ver todos os lados da questão e as limitações das soluções humanas para todas as variáveis envolvidas num determinado contexto. Podemos então estar certos como estar errados. Mas são apenas opiniões pessoais. Temos a oportunidade de contribuir para a divulgação da palavra que toca os corações das pessoas e transforma o modo de cada um de enxergar o mundo. Essa transformação é gradual e sujeito às tentações de mudança de opinião, porque nosso intelecto nos tenta a fazê-lo, em nossa pretensão de saber mais. 

Pessoas que obtém sucesso são as que tem opinião e convicção do que fazem e perseveram focando em uma coisa, mesmo que em condições adversas. Foi o que não consegui fazer na condução dos nossos negócios. 

Muitos são criticados pelo fanatismo, seja no modo de agir ou de pensar: "fulano é radical demais" é o que a gente ouve por aí. 

Certeza a gente não tem para nada, mas não tenho mais idade para mudar de opinião. Não tenho mais tempo para mudar de rumo, porque acreditei que encontrei o caminho, a verdade e a vida. 

É isso.

E-mail para contato: carlosumdoistres@gmail.com


Jubileu de Ouro do Pe. Rufus Pereira (2006)

Escolhido desde o início:
Escolhido desde o início (2 Ts 2:13), além deste mundo (Jo 15:19), por Deus, embora eu fosse um tolo (1Co 1:27): para ir e dar frutos (Jo 15:16).

Uma família fiel:
Agradeço a Deus, para começar, à minha família, onde a semente da minha vocação foi semeada. Somos originados de uma comunidade de Cristãos indianos, os habitantes originais de Bombaim, agora chamada de Mumbai, cujos antepassados ​​foram evangelizados por São Francisco Xavier há cerca de 400 anos atrás. Éramos uma família ferrenhamente católica, rezando o Rosário diariamente ajoelhados diante do altar da família com a imagem do Sagrado Coração entronizado, e sempre tivemos o nosso jantar juntos compartilhando os acontecimentos do dia.
Foi a partir de meus pais que recebi pela primeira vez a minha fé católica, a educação cristã e os valores morais e familiares. Eu era visto como um menino bom e inteligente, mas não confiável o suficiente até mesmo pela minha mãe para ser enviado para uma loja porque eu esqueceria de trazer de volta as compras.

A comunidade cristã:
Minha educação cristã foi reforçada em nossa "aldeia", pelo precursor das atuais comunidades eclesiais de base, onde numa mesa centrada transversal redonda da aldeia, toda a comunidade se reunia para a oração e comunhão.
Nossas portas estavam abertas para qualquer um, todos sabiam um do outro, os doentes eram visitadas por todos, um funeral era assistido por todos, - a comunidade da aldeia era, de fato, uma família cristã. Fiquei, no entanto, meio isolado por todos os meninos e meninas da aldeia como sendo demasiado suave e tímido para participar nos seus jogos animados e barulhentos e fui mantido de lado.

A Paróquia Vibrante: 
A nossa aldeia foi realmente abençoada por fazer parte de uma paróquia unida cuja matriz foi construída cerca de 400 anos atrás pelos missionários portugueses. A Escola Dominical foi o terreno de florescimento da minha fé e o altar se tornou o berçário da minha vocação. Entretanto, embora eu fosse atraído para servir, senti-me atraído para o sacerdócio desde muito cedo.
Eu criei coragem para se tornar coroinha só muito mais tarde, já que eu estava com medo que o Missal enorme e pesado pudesse escapar de minhas mãos e cair no chão.

A Escola Católica:
Inspirado pelo nosso diretor, sacerdote dedicado, e motivado pelos nossos mestres e professores dedicados, não era de estranhar que de nós, do escritório da Congregação da Escola de Nossa Senhora, juntaram-se ao sacerdócio ou à vida religiosa.
No entanto, eu ainda era o mesmo aluno estudioso, mas tímido, que, com medo de recitar um poema para a competição de elocução da escola, se recusou a ir à escola naquele dia. Mas sempre fui incentivado por um mestre particular, então seminarista, e agora Cardeal Simon Pimenta, que ainda não posso acreditar que eu sou mesmo menino que ele ensinou na escola. Chamado Quem tinha predestinado (Rm 8:30), e queria (Mc 3:13), para sermos santos (1 Coríntios 1:2), a ser santos, e amados por Deus (Rm 1:7), e designado como apóstolos (Rm 1:1).

O Seminário Diocesano:
O primeiro dos três chamadas ou graças divinas foi a minha adesão ao seminário em Mumbai. Foi uma decepção para meus pais que aspiraram me mandar para Oxford e um desgosto para o Reitor jesuíta espanhol que parecia assustado ao me ver entrar nos portais do seminário de calças curtas e insignificante. Eu era abaixo da altura mínima, como ele mesmo me mediu e, somado a isso, minha mãe também insistiu para que eu sendo frágil deveria receber apenas água quente para o banho (naquele tempo não existiam duchas ou chuveiros no seminário nem na maioria das casas).
Eu era bem comportado e bem estudioso mas muito ensimesmado e tímido, quieto a tal ponto do Reitor muitas vezes me questionar no final do dia, se eu tinha aberto a boca para falar algo, enquanto meus colegas seminaristas tinham dificuldades para manter a regra do silêncio.
Ele também profetizou que eu nunca seria um pregador.

O Colégio de Propaganda:
Foi, portanto, uma surpresa para mim ao ser escolhida pelo meu Arcebispo Cardeal Gracias para continuar meus estudos sacerdotais por oito anos, culminando com a minha tese de doutorado sobre "Deus é Amor", no Colégio de Propaganda Fide Urbano na Cidade do Vaticano, Roma, em frente os apartamentos papais de todo Praça de São Pedro, da Universidade Evangelização premier da Igreja, que eu considero uma segunda chamada e pela graça de Deus.
Percebi então que privilégio era pertencer, como uma família e um só corpo, à Igreja Católica universal, com as bandeiras de todas as nações que voam sobre a fachada do Colégio e missas em todos os ritos da Igreja celebra na Epifania, a festa da manifestação do Salvador com os Povos.
E assim nós, os 35, vindos de 20 países, que foram ordenados sacerdotes de Deus e do seu Povo em Roma, em 22 dezembro de 1956 nos comprometemos a nos recolher, a cada cinco anos para um retiro, relembrando partilha e celebração.

O Ministério Pastoral:
Voltei para Mumbai, com a profecia do meu Vice-Reitor, que eu possa ser inteligente e piedoso, mas não era bom o suficiente para vir a ser um bispo, zumbido nos meus ouvidos.
Essa notícia foi no entanto bom para mim, uma vez que, por temperamento e escolha, eu preferia ser um padre simples, como o meu modelo, o Cura d'Ars, desconhecido e despercebido, sem ambição, exceto para ser um pastor santo e zeloso até que, após 13 anos de ministério ordinário sacerdotal nas paróquias e escolas paroquiais da Arquidiocese, que foram realmente agradáveis, gratificantes e proveitosas, eu recebi uma chamada terceira ea graça de Deus, de forma significativa no Domingo de Pentecostes de 1972, a minha chance ou encontro bastante providencial com a Igreja Católica Renovação Carismática.

A Renovação Carismática:
Havia muitas vezes comentários e brincadeiras quanto ao meu envolvimento carismático pelos meus colegas padres e meus colegas de ordenação.
Na reunião FABC perto de Calcutá, leste da Índia, em 1978, onde três dos líderes da Renovação foram convidados a realizar um workshop diário em Oração Carismática para os Bispos da Ásia, um dos participantes, um arcebispo do Japão, que tinha sido meu seminarista colega em Roma, e está agora no Vaticano, me abordou sem rodeios:
"Rufus, sempre pensei que você fosse um padre bem equilibrado e bem comportado. Como é que você nunca se tornar obcecado por essa moda de carismáticos?"
Mas, três anos mais tarde, a celebração conjunta do nosso Jubileu de Prata em 1981, em Nagpur, Índia Central, meus companheiros me queriam para pregar o retiro para eles, rezando para que eu não fosse me tornar um bispo, uma vez que senti que eu estava fazendo mais para o Reino de Deus do que todos eles juntos.
Obedeça o que eu vos mando (Mt 28:20), ame uns aos outros (Jo 15:17; 1Jo 3:23), e dê frutos duradouros (Jo 15:16), pois assim você será meu amigo (Jo 15, : 14).

Transformação e Poder:
Por meio do que é chamado de batismo no Espírito Santo, tive uma experiência avassaladora do amor de Deus, meu Pai, um encontro pessoal com Jesus como Salvador e Senhor, e um derramamento de mudança de vida do Espírito Santo.
Isto trouxe-me uma fome incrível e gosto pela Palavra de Deus, uma sede insaciável e gosto pela oração, um desejo alegre de comunhão e uma profunda compaixão para os corações partidos e oprimidos.
Houve assim uma grande mudança na minha vida e do ministério sacerdotal, onde algo me pedia para mudar o mundo de cabeça para baixo, dando aos outros o que eu havia recebido, através da proclamação e da oração.
Relatórios de sacerdotes e de pessoas chegaram aos ouvidos do meu cardeal arcebispo Gracias, que lançou-me, contra minha vontade, para o ministério carismático em tempo integral na diocese, no país e em todo o mundo.

Pregar e ensinar:
Considerando que antes eu nunca preguei fora da minha paróquia por medo e nunca dei retiros, exceto para crianças em idade escolar, encontrei-me agora a ser chamado para pregar em missões paroquiais de toda a diocese, pregar em retiros do clero em todo o país e avançar da evangelização em todo o mundo, semana após semana, porque eu tinha feito meu o grito de São Paulo: "Ai de mim se não pregar o Evangelho" (1Cor 9:16).
Igual foi o compromisso e a alegria de ensinar as Escrituras aos jovens líderes leigos como Diretor do Instituto Bíblico Carismático Católico em Mumbai, e na difusão da Boa Nova como Editor da mundialmente reconhecida Revista 'Charisindia'. Cura e Libertação:
O Senhor também me deu uma profunda convicção de que não era o suficiente chegar às multidões através da pregação do Evangelho, mas que também deveria tocar as vidas delas, através do sacramento da Reconciliação, e os ministérios de cura e libertação.
Mas não esperava que este ministério de proclamação dupla poderosa de preocupação e compaixão seria tão reconhecido. Fui então selecionado para coordenar os ministérios de cura e libertação em todo o mundo como membro do Conselho Internacional da Renovação Carismática Católica. e fui eleito o Vice-Presidente da Associação Internacional dos Exorcistas, e acima de tudo à frente da Associação Internacional de libertação que conduziu as escolas de formação neste ministério difícil, mas necessário em muitos países.

Jubileu e júbilo:
Como eu estou chegando ao Jubileu de Ouro da minha ordenação sacerdotal em 22 de dezembro de 2006, a idéia veio a mim que eu nunca teria imaginado que eu teria um dia começar a assumir o comando do Senhor aos seus apóstolos tão a sério "para sair para todo o mundo, para anunciar a Boa Nova a toda criatura, para curar os enfermos e expulsar os demônios "(Mc 16:15-18).
Como o meu colega seminarista em Roma, mais tarde diretor de Fátima College, Quilon, Kerala, me disse mais de uma vez: "Para mim você é o maior milagre do século 20".
Não é o meu mérito o meu fazer, mas porque Deus o meu pai tinha me escolhido, Jesus, meu Senhor me chamou e do Espírito Santo que mo havia ordenado.
A Missa do Jubileu de Ouro será celebrada na Igreja de St. Andrew, Bandra, em 22 de dezembro de 2006, 19:30, e em São Pio X Igreja, Mulund, em 24 de dezembro, às 21:00, para coincidir com a véspera de Natal ou Missa da Meia-Noite Todos estão convidados. E-mail: frrufus@vsnl.com

(orkut)

Glossário

Última Atualização: 22 jun 2012

Nota inicial: à medida que foram aparecendo dúvidas sendo esclarecidas, fomos registrando nossa interpretação abaixo, mas a interpretação pode ser imperfeita. Houve contextualização de acordo com as palestras transcritas do Pe. Rufus Pereira, tornando-as mais esclarecedoras. Mas alerto mais uma vez que também existe neste glossário interpretação pessoal. Este glossário está em constante mudança, de acordo como vamos progredindo nas transcrições das palestras do Padre Rufus.

Aba - Pai: em aramaico

Abba - diminutivo de Aba, quer dizer paizinho

Aborto - a interrupção de uma concepção (união do óvulo e do espermatozóide, a vida se inicia na primeira divisão do óvulo fecundado), em qualquer fase da gestação, é considerado aborto pela Igreja. O aborto interrompe e corrompe o plano de Deus e apaga uma centelha de vida que é graça divina. Ocorre em função do livre-arbítrio dado a cada pessoa. A cada concepção e para cada nascimento há júbilo no Céu, os anjos festejam. Para cada aborto há júbilo no Inferno e os demônios festejam. O aborto influencia gerações futuras de maneira forte. 

Aramaico - língua materna de Jesus

Arrependimento - é reconhecer o nosso erro e se reconciliar com outras pessoas e com Deus. Deus nos ama e nos quer de volta para convivermos com Ele. Mas, se erramos e se nos recusamos a voltar para casa, Deus nada pode fazer, ele respeita nosso livre-arbítrio. Esse é o primeiro passo para a cura interior.

Árvore familiar - ou árvore genealógica. Trata-se de nossos antepassados, dos quais somos frutos. Dos frutos se conhece a árvore. Atos cometidos pelos nossos antepassados, seus ensinamentos, jeitos e trejeitos, transmitem-se de geração a geração. É comum ouvirmos "é a cara do avô", "tem o mesmo gênio do tio", "tal pai tal filho". Há desvios na árvore familiar, conhecido como "ovelhas negras", que também influenciam o destino dos descendentes. Alguns demônios se infiltram e se apegam a famílias, onde se gera uma maldição familiar. 

Ataques do inimigo - são os ataques de satanás contra todos os homens e mulheres. Os ataques ocorrem no âmbito material (que afetam nossa sobrevivência material) e no âmbito espiritual (que afetam nossa vida espiritual). Fontes de ataque identificadas: comida, bebida, meios de comunicação (televisão, rádio, música, shows, novelas, e-mails, cartas, chamadas telefônicas mudas) e objetos (presentes de casamento, roupas, mimos, objetos de cunho religioso como terços e imagens), nosso intelecto (através da nossa soberba, pensamos que ao avançar nos estudos somos conhecedores de várias coisas, inclusive da verdade, frequentando falsas religiões e lendo e aprendendo de livros), nossa vontade (basicamente tentações), nossos bens materiais (roubo, acidentes), nossa saúde (doenças que a medicina não consegue explicar) e nosso matrimônio (satanás gosta desse campo em particular porque destrói o projeto de Deus, que é a instituição da Sagrada Família - Jesus, filho de Maria e adotado por José). Um filho precisa da mãe, uma filha precisa do pai. A forma de combater é sempre se munir de orações, adoração ao Senhor, estudar a verdade bíblica e amar intensamente ao próximo e a si mesmo. Participar de missas e louvar o Senhor. Confessar-se. Fazer o bem.

Bíblia - conjunto de 73 livros dividido em Antigo Testamento e Novo Testamento (ou Evangelho). Link para a Bíblia Católica edição Ave Maria.

Boa Nova - ver Evangelho.

Causa-raiz - é identificar, através de um cuidadoso diagnóstico das feridas emocionais, a origem profunda daquela ferida emocional. Coisas do tipo "meu pai não me ama", "minha mãe tentou me abortar", "minha mãe não gosta de mim", "sou o mais burro dos filhos"... A causa-raiz pode ser pessoal ou vir de outras pessoas. Ela é pessoal quando tem por origem a consequência dos atos da pessoa (orgulho, índole, vaidade e outras características que causam reações positivas ou negativas no meio em que vive) ou atos externos quando é consequência dos atos de outras pessoas (maldições, sentimentos de inveja, trabalhos espirituais).

Céu - ver Paraíso. Concepção no sentido espiritual.

Culpa - v. Feridas Emocionais.

Cura interior - é o processo de cura espiritual (reconciliação com Deus), emocional (nossas feridas emocionais) e, por conseqüência, física. Para a cura interior ocorrer é necessário remover os bloqueios à cura interior. A cura interior leva à libertação das forças malignas. A cura interior precede a libertação. 

Demônios - seres puramente espirituais, inicialmente anjos, aliaram-se a Lúcifer, conspiraram contra Deus (ver Satanás) e foram expulsos do Céu. O Inferno é seu reino, para onde aliciam almas que serão atormentadas após a morte. São numerosos e atuam no mundo inteiro, através de tentações, opressões e possessões. Podem também infestar determinados locais onde houve por longo tempo o uso de rituais e adoração a demônios (ver práticas ocultas). 

Deus - também conhecido por Deus Trino, é formado de três Pessoas que são uma Pessoa só: Pai, Filho e Espírito Santo.

Deus Trino - também conhecido por Deus, é formado de três Pessoas que são uma Pessoa só: Pai, Filho e Espírito Santo.

Espírito Santo - uma das três pessoas de Deus. (ver Deus Trino.) Jesus morreu na cruz na sexta-feira Santa. Ressuscitou no domingo (Páscoa) mas não subiu imediatamente ao Céu. Durante cerca de 40 dias ficou ensinando apóstolos e discípulos. Numa das aparições (domingo de Pentecostes) ele soprou o Espírito Santo nos seus apóstolos e ordenou que eles pregassem a sua palavra pelo mundo inteiro. Jesus iria subir ao Céu, de volta à casa do Pai, mas os apóstolos, cheios do Espírito Santo, receberam nos corações o amor pelo próximo e pregariam e espalhariam o Evangelho pelo mundo inteiro.

Evangelho - também conhecido como Boa Nova, é a narrativa, compilação e descrição da vida, morte, ressurreição e do ministério de Jesus Cristo. São quatro os Evangelhos aprovados pela Igreja que consistem nos 4 pontos cardeais: o norte, sul, leste e oeste, para vivenciarmos e vivificarmos a obra de Cristo.

Evangelho de São João - um dos 4 Evangelhos. São João era o apóstolo que Jesus mais amava. Na última ceia, São João repousou a sua cabeça no colo (ombro) do Senhor.

Evangelho de São Lucas - um dos 4 Evangelhos. São Lucas era médico e discípulo de São Paulo, que teve o cuidado de registrar em detalhes, compilando o que ouviu, entrevistando e registrando os ensinamentos e a trajetória de Jesus.

Evangelho de São Marcos - um dos 4 Evangelhos. São Marcos era discípulo de São Pedro, o primeiro papa da Igreja e registrou o que ouviu de São Pedro, um dos doze apóstolos.

Evangelho de São Mateus - um dos 4 Evangelhos. São Mateus foi um dos doze apóstolos, portanto é um relato de primeira mão, assim como São João. Mateus era cobrador de impostos e funcionário do Império Romano, o que causou estranheza aos demais apóstolos quando Jesus o convidou.
Mateus era cobrador de impostos de nome Levi (Lucas, 5:27). 

Eterno - é o que não tem começo nem fim. Diferente de imortal, que tem início mas não tem fim. Deus é eterno, nossa alma é imortal.

Ferida - pode ser tanto de feridas espirituais quanto emocionais.

Ferida emocional - são quatro as feridas emocionais, os sentimentos de: rejeição, inferioridade, culpa e medos. A rejeição é combatida pela certeza de que Deus nos ama e estamos sempre em Seu coração e mente. A inferioridade é combatida pela certeza de que somos feitos à imagem e semelhança de Deus. A culpa é combatida pela certeza de que fomos perdoados por Deus, e que Ele esqueceu todos os nossos pecados. O medo é combatido pela confiança que depositamos na sabedoria infinita do Senhor. É necessário descobrir a causa-raiz dos ferimentos emocionais.

Ferida espiritual - quando não se está em conformidade com a vontade divina. E necessário reconhecer, arrepender-se e não retornar a pecar. É voltar para perto de Deus.

Filho - uma das Pessoas do Deus Trino. Jesus é o filho único de Deus que foi enviado para redimir a humanidade do Pecado Original e vencer satanás. O Filho é o caminho, a verdade e a vida (o início, a jornada e o final da jornada).

Hábitos compulsivos de pecado - alcoolismo, drogas, pornografia, fumo, jogo, adultério, prostituição. Sabe-se que está errado mas continua a pessoa a cometer os mesmos erros. Pode haver influência também da árvore familiar.

Igreja - ou Igreja Católica, é o representante de Cristo para o mundo, é o corpo de Cristo. É liderado pelo Papa, os seus auxiliares, Padres e fiéis. Compreende toda a comunidade unida pela fé.

Igreja Católica - ver Igreja.

Imortal / imortalidade - é característica de nossa alma, ter sido criado e não ter fim. Eterno é diferente de imortal (ver Eterno). 

Inimigo - ver Satanás.

Inferno - reino de Satanás, que atormenta almas com dores maiores que o fogo. Existem muitos relatos de pessoas que viram o inferno e voltaram. Descrevem alguns como local de tortura, dor, gritos e desespero. Há descrições de que se trata de local com indizível sofrimento espiritual e moral.

Inveja - v. Feridas Emocionais.

Libertação - ocorre a libertação da influência das forças do mal quando ocorre a cura interior. Para manter a libertação é necessário estar atento e orar, se confessar e ir às missas, mantendo e renovando o contato com Deus e recebendo os benefícios Dele.

Livre-arbítrio - o tremendo e maior presente de Deus. Ele nos criou e nos deixa livres para fazermos o que quisermos, de acordo com a nossa consciência. Somos livres tanto para o bem como para o mal.

Maldição familiar - ver árvore familiar.

Medo - v. feridas emocionais.

Missa - a maior oração de cura e libertação. Divide-se em duas partes, a adoração e a eucaristia. Na adoração nós agradecemos pela vida, reconhecemos nossos pecados, pedimos pelos nossos entes que faleceram e nos consagramos a Deus. Na segunda parte, recebemos o corpo e o precioso sangue de Jesus que foi derramado em nosso favor, no favor de quem quer ser salvo.

Pai - uma das Pessoas do Deus Trino. Também conhecido por Javé. Jesus quer dizer "o filho de Javé". O Deus que se fez carne, que encarnou e redimiu, através do sangue de seu filho Jesus, a humanidade do Pecado Original. Ver também Aba e Abba.

Paraíso - local de beleza, paz e harmonia indescritível, para onde as almas vão após a morte. Um local reservado aos bons de coração, que conseguiram compreender e praticar o amor de Deus enquanto vivas.

Pecado - erros que cometemos quando violamos a vontade de Deus. Deus quer que sejamos perfeitos, que busquemos a perfeição, porque nos criou à Sua imagem e semelhança. Ele deseja de maneira muito especial o nosso sucesso nessa jornada. O pecado é sempre pessoal mas as consequências do pecado afetam as pessoas ao redor (ver também causa-raiz).

Pecado Original - simbolizado pela maçã, o fruto proibido, Eva caiu na tentação de comê-la mesmo sendo proibido por Deus, logo seguido por Adão. Dessa desobediência, desse pecado original, a humanidade sofre até os dias de hoje. Satanás (o inimigo, o maligno, o mentiroso, o assassino) tentou Eva a comer a maçã (representando a mentira, a vaidade, a ganância, a vontade de ter poder, de acumular riquezas, tomar álcool e drogas, fumar, fazer o mal).

Pentecostes - o Espírito Santo desceu sobre todos os apóstolos e discípulos. O Espírito Santo enche os corações com um fogo de amor, levando-os a, por amor, pregar a palavra e os ensinamentos de Jesus. 

Práticas Ocultas - são práticas que afastam o cristão da verdadeira vontade de Deus. 
Exemplos: 
Práticas Adivinhatórias - tentar prever o futuro, mesmo que por mera curiosidade (procurar videntes, leitores de cartas de Taro, leitura de mãos e outras práticas adivinhatórias) - prática condenada pois o cristão deve confiar na providência divina, que sabe melhor o que é bom para cada um e vai fazer acontecer na melhor hora, segundo a infinita sabedoria de Deus, que nos conhece profundamente e aos outros. 
Práticas Ocultas - evocação dos mortos (os mortos não respondem porque não lhes é permitido responder, vai contra a natureza divina). São manifestações demoníacas que sabem muitos detalhes da vida de cada um de nós e, ao parecerem-se com nossos queridos falecidos no falar e no modo de falar, nos levam a cometer enganos e equívocos de graves consequências. E é desse perigo que a Igreja trata quando combate as práticas ocultas.
Práticas Ocultas (2) - o primeiro ferimento emocional mais grave é o sentimento de rejeição. Rejeição dos pais, irmãos, parentes e demais conhecidos. Um sentimento particularmente intenso é o da rejeição amorosa. Muitas pessoas desavisadas acabam fazendo "trabalhos" de amarração amorosa, com oferendas para espíritos (leia-se demônios), com trágicas consequências, já que vai contra os planos de Deus na vida de cada um dos lados. É uma das grandes tentações para um coração que se sente rejeitado.   
Providência Divina - muitas vezes são conhecidas por "coincidências" que ocorrem na vida de uma pessoa. A palavra remete a boas coincidências.

Purgatório - local intermediário entre o Céu e o Inferno, onde almas aguardam em repouso pelo dia do juízo final.

Rejeição - ver Feridas Emocionais.

Satanás - é um ser puramente espiritual. O inimigo, o anjo caído, representa todo o mal do mundo sobre o qual reina. Era Lúcifer, um anjo dos mais adorados, inteligente e poderoso anjo do Céu. De lá foi expulso por pretender ser adorado como Deus. Junto com ele foram expulsos uma legião de anjos, que se tornaram demônios. Quer levar todas as almas para o inferno, que é seu reino. Rei deste mundo, se esconde e fica de tocaia, lançando tentações sobre as pessoas para que elas pequem. Mas Deus nos garante que jamais seremos acima de nossas forças, para tanto é necessário orar e perseverar.

Tentação - uma das formas de ataque de Satanás. Luxúria, vontade de acumular riquezas, de ter uma vida de prazeres, de comer em demasia, de consumir álcool e drogas, vícios. O que faz mal ao nosso corpo, templo do Espírito Santo. Para o Espírito Santo habitar nosso corpo, para Jesus habitar nosso coração, é necessário que nosso coração esteja livre de impurezas, de pecados. O Espírito Santo precisa de um local limpo para habitar.

Gloria Polo

Peço licença para reproduzir o incrível testemunho de Gloria Polo, uma dentista bem-sucedida que foi atingida por um raio, teve seu corpo muito danificado, mas incrivelmente sobreviveu. 

Ela conta sua experiência que confirma as pregações do Pe. Rufus Pereira e me fez refletir muito na véspera do domingo de Pentecostes. Como ela muito provavelmente não conhece o Padre Rufus, enão são duas fontes independentes que falam dos mesmos princípios. É assombroso.

Encontrei este texto abaixo que me impressionou profundamente, fazendo-me repensar minha própria condição de pecador.






O incrível testemunho da sra. Gloria Polo
Extraído de uma das entrevistas feitas à Dra. Gloria Polo na Rádio Maria (Colômbia).
Irmãos! Realmente é muito lindo poder estar aqui compartilhando esse maravilhoso presente que o Senhor me deu há mais de 10 anos. Isso aconteceu em 8 de maio de 1995 na Universidade Nacional de Bogotá. Eu e um sobrinho estávamos nos especializando em odontologia e tínhamos que buscar uns livros na Faculdade de Odontologia numa sexta-feira à tarde. Meu esposo estava conosco. Estava chovendo muito forte, eu e meu sobrinho estávamos debaixo de um pequeno guarda-chuva e meu esposo tinha sua jaqueta impermeável e se aproximou da parede da Biblioteca Geral, e nós, enquanto saltávamos as poças d’água, sem perceber nos aproximamos de umas árvores. Quando fomos saltar uma grande poça, caiu um raio sobre nós. Nos deixou carbonizados e meu sobrinho faleceu ali. Ele era um rapaz, apesar da pouca idade, muito entregue ao Senhor e era muito devoto do Menino Jesus. Ele usava uma medalhinha do Menino Jesus no peito, dentro de uma moldura de cristal. Segundo o laudo, o raio entrou através da medalha e atingiu-lhe o coração, queimando-o por dentro e saindo pelo pé, mas por fora ele não se carbonizou, nem se queimou. Por outro lado, o raio entrou em mim pelo braço, me queimou de forma espantosa todo o meu corpo, por fora e por dentro. Isso que estão vendo aqui, este corpo reconstituído, é misericórdia de Nosso Senhor. Fui carbonizada, fiquei sem seios, praticamente me desapareceu toda minha carne e minhas costelas, o ventre, as pernas... o raio saiu pelo meu pé direito, me carbonizou o fígado, se queimaram os rins, os pulmões... Eu usava DIU, de maneira que o T de cobre, bom condutor elétrico, me carbonizou, me pulverizou os ovários, tive uma parada cardíaca, fiquei ali, sem vida, meu corpo pulava por causa da eletricidade que ficou por todo este local. Mas vejam, esta é só a parte física. A parte mais bonita, a parte mais linda, é que enquanto meu corpo estava ali carbonizado, eu, neste instante, me encontrava dentro de um lindo túnel branco, era uma delícia, uma paz, uma felicidade que não há palavras humanas para descrever a grandeza deste momento, era um êxtase imenso, eu ia muito feliz, nada me pesava dentro deste túnel, olhei ao fundo desse túnel e havia como um sol, uma luz lindíssima. Eu digo que é branco para colocar uma cor, mas nenhuma das cores é comparável humanamente a essa luz maravilhosa. Eu sentia a fonte de todo esse Amor, dessa paz...
Quando eu vou subindo, digo...  “Quarta-feira! Eu morri!” E nesse instante penso nos meus filhos e digo: “Ai meu Deus, meus filhos! O que vai ser deles? Essa mãe tão ocupada, nunca teve tempo para eles.” Aí me dou conta da minha realidade de vida e me sinto triste. Saí de minha casa para transformar o mundo e meu lar, meus filhos, pareciam demais para mim.
Neste instante de vazio pelos meus filhos, dou uma olhada e vejo algo belo... Meu corpo já não estava nas medidas de tempo nem de espaço daqui da Terra, e vi todas as pessoas num mesmo instante, num mesmo momento, todas as pessoas, as vivas e as mortas e abracei os meus bisavós. Abracei meus pais que já haviam falecido, abracei a todos e foi um momento pleno e maravilhoso. Aí me dei conta de que havia caído por terra a teoria da reencarnação e eu via meu avô, meu bisavô, eles me abraçaram por um momento e encontrei com todas as pessoas que tiveram a ver comigo em minha vida, em todo lugar, ao mesmo instante. Só minha filha de 9 anos (que estava viva) que se assustou quando a abracei, ela sim sentiu meu abraço. Não havia passado nada de tempo nesse momento tão lindo, e que maravilha estar sem o corpo! Já não via as coisas como antes, quando só olhava se alguém era gordo, ou magro, ou feio, ou negro, sempre olhando com critérios. Não era assim quando não tinha meu corpo humano. Eu podia ver o interior das pessoas, como é lindo poder ver o interior das pessoas! Ver nelas seus pensamentos, seus sentimentos. Abracei a todos em um instante e, no entanto, eu continuava subindo e subindo, cheia de alegria. Quando senti que ia desfrutar de uma vista fantástica onde havia no fundo um lago belíssimo, neste mesmo instante, ouço a voz do meu esposo, ele chora e com um grito profundo e cheio de sentimento me grita: “O que aconteceu? Gloria! Por favor, não se vá! Volte, Gloria! As crianças, Gloria! Não seja covarde!” Neste instante, dou uma olhada como que global e o vejo chorando, com muita dor e então o Senhor me concede regressar. Eu não queria vir, de tanta alegria, paz e felicidade. Então, comecei a descer devagar, buscando meu corpo e me encontrei sem vida. Meu corpo estava na maca da enfermaria da Universidade Nacional de Enfermagem, via como os médicos davam choques elétricos em meu coração para me salvar da parada cardíaca. Durante duas horas e meia fiquei ali jogada, porque não podiam nos levar dali porque “lhes passávamos corrente” a todo mundo, até que finalmente deixamos de “passar corrente” e puderam nos atender. Começaram a me reanimar. Eu cheguei e pus os meus pés aqui no topo de minha cabeça e com violência uma faísca entrou  em mim. Eu entrei no meu corpo, me doeu muito entrar e senti que saíam faíscas por todos os lados. Eu sentia encapsular-me nisto “tão pequenininho”. E a dor que sentia, minha carne queimava, como me doía! Saía fumaça e vapor. E a dor mais terrível, a dor de minha vaidade. Eu tinha critérios para tudo, era uma mulher executiva, era a intelectual, a estudante, a escravizada pelo corpo, escrava da beleza e da moda: 4 horas diárias de exercícios aeróbicos. Escravizada para ter um corpo bonito. Massagens, dietas, bem... de tudo o que possam imaginar, essa era minha vida. Uma rotina de escravidão por um belo corpo. E eu dizia: Bem...se tenho seios bonitos é para mostrar, assim como minhas pernas, porque sentia que tinha pernas esculturais, assim como os seios, e num instante via tudo com horror. Toda uma vida cuidando do corpo. Isso era o centro da minha vida, o amor ao meu corpo.  E já não havia corpo. Nem seios. Havia uns buracos impressionantes em todo o seio esquerdo, estava praticamente desaparecido, e minhas pernas, era o mais terrível, havia pedaços vazios e sem carne, tudo preto, carbonizado...
Dali me levaram ao Seguro Social, rapidamente me operaram e começaram a raspar todos os meus tecidos queimados. Quando estou anestesiada, volto a sair do meu corpo. Estava olhando o que faziam os médicos com o meu corpo. Estava preocupada com minhas pernas. De repente aconteceu algo terrivelmente horroroso. Porque conto a vocês, irmãos, eu fui uma “Católica Dietética” durante toda a minha vida. Minha relação com o Senhor era uma eucaristia aos domingos, em missas de 25 minutos, onde o padre falasse menos, porque que desespero e que angústia! Essa era minha relação com Deus. E como essa era a relação que eu tinha com Deus, todas as correntes do mundo me arrastavam como um cata-vento, a ponto de que quando já estava me especializando nos estudos, o mundo me dizia que o inferno não existia, que os diabos não existiam. Medo? Quem disse? Mas vergonhosamente confesso que a única coisa que me mantinha na igreja era o medo do diabo. Quando me diziam que não existe, que luta! E eu dizia: “Bem...Todos vamos para o Céu, não importa como somos.” Então, isso terminou afastando-me de uma vez do Senhor. O pecado não ficou só em mim e começo a piorar ainda mais minha relação com o Senhor. Começo a dizer a todo mundo que os demônios não existem, que são invenção dos padres, que são manipulações. Com meus companheiros da Nacional, comecei a acreditar no conto de que Deus não existia e que éramos produto da evolução. Vejam, quando me vejo neste instante, que susto terrível! Vejo uns demônios que vêm buscar seu pagamento: Eu! Nesse instante, começo a ver como da parede do centro cirúrgico começam a brotar muitíssimas pessoas. Aparentemente pessoas comuns, mas com um olhar de ódio tão grande, um olhar espantoso, e me dou conta que neste instante que em meu corpo há uma sabedoria especial e percebo que devo algo a todos eles, que o pecado não foi grátis e que a principal infâmia e mentira do demônio foi dizer que não existia, e vejo que vêm ao meu encontro e começam a me rodear e querem me levar. Vocês façam idéia do susto, do terror que senti. Essa mente científica e intelectual já não me servia de nada. Eu caía ao chão, tentava voltar para dentro do meu corpo, mas minha carne não me recebia. Neste susto tão terrível, saí correndo e não sei em que instante atravessei a parede do centro cirúrgico. Eu pretendia me esconder pelos corredores do hospital, mas quando passei pela parede do centro cirúrgico... “zas”, dei um salto no vazio...
Entrei por uma quantidade de túneis que vão para baixo. No princípio tinham luz e eram luzes como colméias de abelhas, onde havia muitíssima gente. Mas eu vou descendo e a luz vai se perdendo e começo a andar nos túneis de trevas espantosas e quando chego a umas trevas, essas não se coparam com as trevas que conhecemos. Imagine que o mais escuro do escuro que conhecemos se parece à luz de meio-dia comparado a essas trevas que vi. Não se pode comparar. Elas mesmas ocasionam dor, horror, vergonha e cheiram mal. E eu termino essa descida por entre todos os túneis e chego desesperada a uma parte plana... Essa vontade de ferro que eu dizia que tinha, onde me sentia capaz de tudo, já não me servia de nada. Eu queria subir, mas não podia, e estava ali. Vejo como nesse piso se abre uma boca enorme e sinto um vazio impressionante em meu corpo, um abismo ao fundo inenarrável, porque o mais espantoso desse oco era que não se sentia nem um pouco o Amor de Deus, nem uma gota de esperança e esse oco tem algo que me suga para dentro e eu grito aterrorizada. Eu sabia que se entrasse aí, minha alma estaria morta. Esse horror era tão grande e quando estou entrando, algo me sustenta pelos pés. Meu corpo entrou neste oco, mas meus pés estavam sustentados para cima. Foi um momento muito doloroso e terrível. Vejam só... Meu ateísmo ficou pelo caminho e comecei a gritar: “Almas do purgatório! Por favor, me tirem daqui!” Quando eu estava gritando, foi um momento de uma dor imensa, porque me dou conta de que aí se encontram milhares e milhares de pessoas neste oco, sobretudo jovens, e com dor me dou conta que começo a escutar ranger de dentes, com uns gritos e lamentações que me estremeciam.  Muitos anos me custaram  para assimilar isso, porque eu me punha a chorar cada vez que me lembrava do sofrimento destas pessoas, e percebo que ali estavam todas as pessoas que em um segundo de desespero se haviam suicidado e estavam nestes tormentos com todas as coisas que ai se encontravam, mas o mais terrível destes tormentos é a ausência de Deus. Não se sentia o Senhor. Nessa dor, começo a gritar: “Quem se equivocou? Olhem como sou santa! Jamais roubei, eu nunca matei, eu fazia compras para os pobres, eu extraía dentes de graça ajudando os que necessitavam. O que faço aqui? Eu ia à Missa aos domingos, apesar de que me considerasse atéia, nunca faltei, se faltei cinco vezes à Missa em toda a minha vida foi muito. Eu era alma que sempre ia à Missa. E o que faço aqui? Eu sou católica, por favor, eu sou católica, tirem-me daqui!” Quando estou gritando que sou católica, vejo uma pequena luz. Entendam que uma luz nestas trevas é o maior presente que alguém poderia receber. Vejo umas escadas por cima deste oco, vejo meu pai, que havia falecido cinco anos atrás, ele estava quase atrás do oco, tinha um pouquinho de luz e quatro degraus mais acima vejo minha mãe, com muito mais luz e numa posição de oração. Quando os vi me deu uma alegria tão grande e comecei a gritar: “Paizinho, mãezinha, por favor, me tirem daqui, eu suplico, me tirem daqui!” Quando eles baixaram a vista e meu pai me viu ali... se houvessem visto que dor tão grande eles sentiram; neste lugar podemos sentir os sentimentos dos outros, podemos ‘ver’ essa parte e ‘vi’ essa dor tão grande. Meu pai começou a chorar e colocava as mãos na cabeça e tremia: “Minha filha, minha filha!” E minha mãe orava, então percebo que eles não podem me tirar dali e a dor que me inundava era sentir a dor que eles sentiam e estavam compartilhando essa dor comigo. Começo a gritar de novo: “Por favor, vejam, me tirem daqui, eu sou católica! Quem se enganou? Por favor, me tirem daqui!” E quando estou gritando pela segunda vez, se escuta uma voz, é uma voz doce, é uma voz que quando a escuto, se estremece toda a minha alma, e tudo se inundou de amor e de paz, e todas estas criaturas saíram apavoradas, porque elas não resistem ao Amor, nem à paz e eu sinto essa paz, e essa voz me diz: “Muito bem, se você é católica, diga-me os dez mandamentos da lei de Deus.”
E que golpe tão horrível! Ouviram? Eu sabia que eram dez, mas daí em diante, nada! “Quarta-feira! O que vou fazer aqui?” Minha mãe sempre me falava do primeiro mandamento de Amor. Finalmente me serviu para alguma coisa. Vamos ver como me sairei dessa, pensava... Tomara que não se lembrem dos demais mandamentos. Pensava em manipular a situação, como sempre costumava fazer por aqui, eu sempre tinha resposta para tudo, tinha a desculpa perfeita, e sempre me justificava e me defendia de tal maneira que ninguém perceberia o que eu não sabia. Então começo a dizer: “O primeiro: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”... “Muito bem” – e me dizem: “Você O tem amado?” E eu digo: “Sim, eu sim, eu sim!” E é quando me dizem: “Não!” Vejam, quando me disseram “não!”, aí sim senti a corrente elétrica daquele raio, porque eu não percebi em que parte me havia caído o raio, não sentia nada, e me dizem: “Não! Você não tem amado ao seu Senhor sobre todas as coisas, e muitíssimo menos ao seu próximo como a você mesma. Você fez um deus e o acomodou à sua vida só nos momentos de necessidade! Você se prostrava diante Dele quando era pobre, quando sua família era humilde, quando queria se tornar uma profissional! Aí sim todos os dias você rezava, e se prostrava tempos inteiros, horas inteiras suplicando ao seu Senhor! Orando e pedindo para que Ele a tirasse dessa pobreza e permitisse que fosse uma profissional , que fosse alguém! Quando tinha necessidade, ou queria dinheiro, então rezava um Rosário ao Senhor. Essa era a relação que você tinha com o Senhor!” Eu via ao meu Senhor de verdade com tristeza. Comento que minha relação com Deus era de ‘caixa automático’. Rezava um Rosário e tinha que aparecer dinheiro, essa era minha relação com Ele. E me mostram, tão logo o Senhor me permitiu que tivesse uma profissão, que começo a ter um nome e começava a ganhar dinheiro, então o Senhor já me parecia “pequenininho”, e já comecei a ficar orgulhosa, nem sequer expressava uma mínima relação de amor com o Senhor. Ser agradecida? Jamais! Nem sequer abria os olhos dizendo... ‘Senhor, obrigada por este dia, obrigada por minha saúde, pela vida dos meus filhos, pela minha casa, coitadinhos dos que não tem casa, nem comida, Senhor!’ Nada. Era muito mal agradecida. E a voz seguia dizendo... “Fora isso, você pos o Senhor num nível tão baixo, que acreditava mais em Mercúrio e Vênus para ter sorte, andava cegada pela astrologia, dizendo que os astros conduziam a sua vida. Começou a andar em todas as doutrinas que o mundo oferecia. Começou a acreditar que simplesmente você morria e voltava para recomeçar. Você se esqueceu da ‘Graça!’, que havia custado um preço de sangue ao seu Senhor.” Me fazem um exame dos Dez Mandamentos. Mostram-me que eu dizia que adorava, que amava a Deus com minhas palavras, mas na verdade eu adorava a Satanás. Porque em meu consultório chegava uma senhora que fazia ‘mandingas’, e eu dizia... ‘Eu não acredito nisso, mas pode fazer, porque se não fizer bem, mal tampouco fará.’ E ela começava a fazer suas ‘mandingas’ para dar boa sorte. Ela havia posto num canto onde não se podia ver uma penca de aloés com uma ferradura para afastar as más energias.
Olhem tudo isso, que vergonhoso! Fazem uma análise da minha vida sobre os dez mandamentos, me mostram como atuei com o próximo, como dizia a Deus que o amava quando ainda não havia me afastado Dele, quando ainda não havia começado a andar no ateísmo eu dizia: “Meu Deus, eu te amo!” Mas com essa mesma língua que eu louvava o Senhor, com essa mesma língua eu falava mal de todo mundo, criticava, apontava com o dedo, sempre a ‘santa Gloria’, e me mostravam que eu dizia que amava a Deus, mas era uma invejosa, mal agradecida, jamais reconheci todo o esforço e o amor, a entrega de meus pais para me dar uma profissão, para me levantar. “Tão rápido você alcançou uma profissão, mas até seus pais já não tinham importância, a ponto de chegar a se envergonhar de sua mãe, pela humildade e pela pobreza dela.”
E me mostram como esposa...Quem era? Passava todo o dia renegando, desde que me levantava. Meu esposo me dizia: “Bom dia!” E eu respondia: “Que bom dia? Não vê que está chovendo?” Eu o renegava o tempo todo. E com meus filhos? Mostram-me que nunca, jamais tive compaixão para com o próximo, por meus irmãos de fora. E o Senhor me dizia: “Você nunca pensou: coitadinhos dos doentes, Senhor! Dá-me a graça de poder acompanhá-los em sua solidão. As crianças que não tem mãe, os órfãos, quantas crianças sofrendo, Senhor!” ...Meu coração era de pedra...no exame dos dez mandamentos não passei nem meio. Terrível! Espantoso! Vivia um verdadeiro caos. Como que eu não havia matado e assassinado tanta gente? Por exemplo, eu fiz muitas compras de supermercado para as pessoas que necessitavam, mas não dava por amor, dava pela imagem, porque como eu era muito rica eu queria ‘fazer bonito’ diante dos outros e assim eu manipulava as pessoas.
E então eu dizia: “Toma, lhe dou essa compra, mas você me faz o favor e vá à reunião do colégio dos meus filhos, porque eu não tenho tempo de ir a essas reuniões.” E assim eu dava coisas a todo mundo, mas eu os manipulava, além disso eu adorava que houvesse um montão de gente atrás me mim me dizendo que eu era bondosa, que eu era uma santa. Eu me criei uma imagem! E me dizem: “É que você tinha um deus e esse deus era o dinheiro! Por ele você se condenou! Por ele você afundou no abismo e se afastou do Senhor.” Nós havíamos tido muito dinheiro, mas estávamos quebrados, endividadíssimos, havia acabado nosso dinheiro, então, quando me dizem do ‘deus dinheiro’ eu gritei: “Mas que dinheiro se deixei muitas dívidas lá na terra?”
Quando me falaram, por exemplo, do segundo mandamento, via que eu, pequenina, infelizmente aprendi que para evitar os castigos da minha mãe que eram bastante severos, aprendi que as mentiras eram excelentes e comecei a caminhar com o pai da mentira (Satanás), e comecei a ficar mentirosa e à medida que meus pecados iam crescendo, as mentiras iam aumentando. Percebia que minha mãe respeitava muito o Senhor e para ela o nome do Senhor era santíssimo, então eu pensei e disse: “Aqui tenho a arma perfeita.” E comecei a jurar em vão, e lhe dizia: “Mãe, eu juro por Deus!” e assim evitava os castigos. Imaginem, quando metia eu colocava o Santíssimo nome do Senhor nas minhas porcarias, na minha imundície, porque eu estava tão cheia de sujeira e de tanto pecado...
E vejam, irmãos, aprendi que as palavras não se perdem ao vento. Quando minha mãe ficava irredutível eu lhe dizia: “Mãe, que me parta um raio se estou mentindo!”, e a palavra vagou pelo tempo e vejam que por misericórdia de Deus eu estou aqui, porque na realidade o raio entrou em mim e me partiu praticamente ao meio e me queimou.
Mostravam-me como eu, que me dizia católica, era uma pessoa que não tinha palavra e sempre me antepunha ao Santo nome do Senhor.
Fiquei impressionada ao ver como o Senhor mostrava a todas as criaturas estas coisas espantosas e se prostravam ao chão, numa adoração impressionante. Vi a Santíssima Virgem prostrada aos pés do Senhor, orando por mim, numa extrema adoração, e eu, pecadora, desde minha imundície, cara a cara com o Senhor. Como fui ‘tão boa’, renegando e maldizendo o Senhor...
Sobre o santificar as festas, foi espantoso. Senti uma imensa dor. A voz me dizia que eu dedicava de quatro a cinco horas ao meu corpo e nem sequer dez minutos diários de profundo amor ao Senhor, de agradecimento ou de uma oração. Começava a rezar o Rosário com tamanha velocidade e eu dizia: “Nos comerciais da novela consigo terminar o Rosário”. Mostravam como nunca fui agradecida ao Senhor, e também me mostravam o que eu dizia quando me dava preguiça de ir à Missa: “Mas mãe, se Deus está em todo lugar, que necessidade tenho de ir à Missa?” Claro que era muito cômodo dizer isso; e a voz me repetia que eu tinha ao Senhor por vinte e quatro horas ao dia disponível para mim, e eu não rezava nem um pouquinho, nem agradecia no domingo. Dediquei-me a cuidar do meu corpo, me tornei escrava, e me esqueci de um detalhe, que tinha uma alma e que jamais cuidei dela, nunca a alimentei com a Palavra de Deus porque eu, muito comodamente, dizia que quem lia a Palavra de Deus ficava louco.
Quanto aos sacramentos, nada! Como que eu poderia me confessar com ‘esse velhos que eram piores que eu’? Para mim era muito cômodo não ir confessar, o maligno me tirou da confissão e assim foi como me afastou da cura e limpeza da minha alma, porque cada vez que eu cometia um pecado, não era grátis, Satanás punha dentro da brancura de minha alma a sua marca, uma marca de trevas. Jamais, só em minha primeira comunhão fiz uma boa confissão, daí por diante, nunca mais, e recebia o Senhor indignamente. Chegou a tal ponto a blasfêmia, a incoerência da minha vida, que cheguei a dizer: “Que Santíssimo? Deus está vivo num pedaço de pão? Estes sacerdotes deveriam comê-lo com um pouco de doce de leite, quem sabe ficaria mais saboroso”...até este ponto chegou a degradação da minha relação com Deus.
Jamais alimentei minha alma, e para completar, só sabia criticar os sacerdotes. Se tivessem visto como foi terrível isso, na minha família, desde muito pequenos, criticávamos os sacerdotes, começando pelo meu pai...diziam que são mulherengos e que têm mais dinheiro do que nós e repetíamos estas coisas. E nosso Senhor me dizia: “Quem você pensava que era para se fazer passar por Deus e julgar meus ungidos?”, me dizia: “Eles são de carne, e é a comunidade que faz a santidade de um sacerdote, rezando, amando e apoiando quando um sacerdote cai em pecado.” O Senhor me mostrava que cada vez que eu criticava um sacerdote, me tomavam uns demônios. Fora isso, quanto mal eu fiz quando acusei um sacerdote de homossexual e toda a comunidade se interou, não imaginam quanto dano causei.
Do quarto mandamento: honrar pai e mãe. O Senhor me mostrava como já lhes comentei, como fui mal agradecida com meus pais, como os amaldiçoava e os renegava porque não podiam me dar tudo o que minhas amigas tinham. Como fui uma filha que não valorizava o que tinha, cheguei a ponto de dizer que aquela não era a minha mãe, porque parecia muito pouco para mim.
Foi espantoso ver o resumo de uma mulher sem Deus e como uma mulher sem Deus destrói tudo o que lhe rodeia, e ainda por cima, o pior de tudo é que eu achava que era boa e santa! O Senhor também me mostrou como eu achava que me sairia bem neste mandamento, só pelo fato de haver pago as consultas médicas e os remédios dos meus pais quando ficaram doentes, também como eu analisava tudo através do dinheiro e como eu os manipulei quando tinha dinheiro. Até me aproveitei deles, o dinheiro me endeusou e eu os pisoteei. Sabem o que me doeu? Ver meu pai chorando com tristeza, apesar de tudo ele havia sido um bom pai, que me havia ensinado a ser trabalhadora, empreendedora, e que devia ser honesta, porque só aquele que trabalha pode progredir. Mas ele se esqueceu de um detalhe, que eu tinha uma alma e que ele era um evangelizador com seu testemunho e como toda a minha vida começou a afundar  por causa de tudo isso. Via o meu pai com dor quando era mulherengo, ele era feliz dizendo à minha mãe e a todo mundo que ele era ‘muito macho’ porque tinha muitas mulheres e que podia com todas, e que ademais fumava e bebia. Estes vícios o faziam sentir-se orgulhoso, pois ele não pensava  que eram vícios, mas sim virtudes. Comecei a ver como minha mãe se cobria de lágrimas quando meu pai começava a falar das outras mulheres.  Comecei a me encher de raiva, de ressentimento e começo a ver como o ressentimento leva à morte espiritual, sentia uma raiva espantosa de ver como meu pai humilhava minha mãe diante de todo mundo. Fiquei rebelde e disse á minha mãe: "Eu nunca serei como você, por isso nós mulheres não valemos nada, por culpa de mulheres como você, sem dignidade, sem orgulho, que se deixam pisotear pelos homens.” Quando já estava maior eu dizia ao meu pai: “Preste atenção pai, jamais vou permitir que um homem me humilhe como você humilha a minha mãe, se um homem chegar a ser infiel comigo, eu me separo.”  Meu pai me bateu e me disse: “Como se atreve?” Meu pai era muito machista e eu lhe disse: “Então me bata e me mate se eu chegar a me casar e tiver um marido infiel. Eu me separo, para que os homens entendam como sofre uma mulher quando um homem a pisoteia.” Esse ressentimento e essa raiva tomaram conta de mim, e quando já tinha algum dinheiro, comecei a dizer à minha mãe: “Sabe de uma coisa? Separe-se do meu pai. Eu gosto muito dele, mas é impossível que você agüente um homem assim, seja digna, você tem que se dar valor, mãe.” Imaginem! Eu queria divorciar meus pais. Minha mãe me dizia: “Não filha, não é que não me doa, sim me dói muito, mas eu me sacrifico porque vocês são sete filhos e eu sou só uma. Eu me sacrifico porque afinal seu pai é um bom pai, e eu seria incapaz de ir e deixá-los sem pai, ademais, se eu me separo, quem vai orar para que seu pai se salve? Sou eu quem pode orar para que seu pai encontre a salvação, porque a dor e o sofrimento que ele me ocasiona eu uno às dores da cruz, e todos os dias digo ao Senhor; ‘esta dor não é nada unida à tua cruz, me permita que meu esposo se salve, assim como meus filhos.’ Eu não entendia isso. E sabem do que mais? Me deu tanta raiva... e isso fez com que minha vida mudasse e fiquei muito rebelde e comecei a me empenhar para defender os direitos da mulher. Comecei a defender o aborto, a eutanásia, o divórcio e a defender a lei de Talião, aquela que diz ‘olho por olho, dente por dente’. Nunca fui infiel fisicamente, mas prejudiquei muita gente com meus conselhos.
Quando chegamos ao quinto mandamento, o Senhor me mostrava que eu era uma assassina espantosa e que cometi o que é pior e mais abominável diante dos olhos de Deus, o aborto. O poder que me deu o dinheiro me serviu para financiar vários abortos, porque eu dizia: “A mulher tem direito a escolher quando quer ficar grávida ou não.” Olhei o Livro da Vida e me doeu tanto quando vi uma menina de catorze anos abortando. Eu a havia ensinado, porque sabem que quando uma pessoa está envenenada, nada fica bom e tudo o que está ao redor dela se envenena. Umas meninas, três sobrinhas minhas e a namorada do meu sobrinho abortaram. Deixavam-nas ir à minha casa porque eu tinha dinheiro. Eu as convidava, falava de moda, de glamour, de como exibir o corpo. Minha irmã as mandava aí. Olhem como eu as prostituí, prostituí menores, que foi outro pecado espantoso depois do aborto, porque eu lhes dizia: “Não sejam bobinhas minhas filhas, suas mães lhes falam de virgindade e de castidade, mas estão fora de moda, elas falam de uma Bíblia que foi escrita há mais de dois mil anos, e os sacerdotes não quiseram se modernizar, elas falam o que dizia o Papa, mas esse Papa está fora de moda.”
Imaginem meu veneno e eu ensinei a estas meninas que tinham que aproveitar, desfrutar do corpo, mas que tinham que se prevenir. Ensinei-lhes os métodos de planificação. “Mulher perfeita”, e essa menina de catorze anos, namorada do meu sobrinho chega um dia ao meu consultório chorando (eu vi no Livro da Vida) e me diz: “Gloria! Ainda sou criança e estou grávida!”, e eu lhe disse: “Tonta! Eu não lhe ensinei a se prevenir?” E então ela me disse: “Sim, mas não funcionou”. Então olhei, e o Senhor me colocava essa menina diante de mim para que não se afundasse no abismo, para que não fosse abortar, porque o aborto é uma corrente que pesa tanto, que arrasta e pisoteia, é uma dor que nunca se acaba, é o vazio de haver sido um assassino. E o que foi pior para essa menina, foi que em vez de falar-lhe do Senhor, lhe dei dinheiro para que fosse abortar num lugar muito bom para que não a prejudicassem. Assim como este aborto financiei vários outros. Cada vez que o sangue de um bebê se derrama, é como um holocausto a Satanás, é um holocausto, ao Senhor lhe dói muito e se estremece cada vez que se mata um bebê, porque no Livro da Vida, vi como nossa alma se apodera de nosso corpo tão somente quando se tocam o óvulo e o espermatozóide, surgindo como uma faísca linda de luz colhida do Sol de Deus Pai. O ventre de uma mãe, tão somente é fecundado e já se ilumina com o brilho dessa alma e quando se aborta, essa alma grita e geme de dor, ainda que não tenha olhos, nem um corpo formado, se escuta este grito quando lhe estão assassinando e o Céu se estremece e no inferno se escuta outro grito, mas de júbilo, e imediatamente do inferno, se abrem uns tipos de selos de onde saem umas larvas para seguir assediando a humanidade, e seguir fazendo-a escrava da carne e de todas estas coisas que existem e que estarão cada dia pior. Quantos bebês são mortos por dia? Isso é um triunfo para Satanás. Esse preço de sangue forma mais um demônio, então me lavam neste sangue e minha alma branca começou a ficar absolutamente escura. Depois dos abortos, perdi a convicção do pecado, para mim estava tudo bem. Foi triste ver como que neste compromisso com o maligno, pude ver todos os bebês que eu havia matado também, e sabem por que? Eu planificava com o uso do DIU (T de cobre) e foi doloroso ver quantos bebês haviam sido fecundados, e se haviam brilhado essas faíscas do Sol de Deus Pai, mas estes bebês, gritando, se desgarraram das mãos de Deus Pai. Era a razão que explicava meu constante mau humor, caras feias, vivia frustrada com todos e com muita depressão. Claro! Eu havia me tornado uma máquina de matar bebês. E isso me afundou mais no abismo... e pensava: “Como que não havia matado?” E o que dizer de cada pessoa que eu odiava, que eu detestava? Continuava sendo uma assassina, porque não é só com um disparo que se mata uma pessoa, basta odiá-la, fazer-lhe o mal, ter inveja dela, como isso já se pode matá-la.
Quanto ao sexto mandamento, de não pecar contra a castidade, eu disse: “Aqui não vão me falar de nenhum amante, porque por toda a vida só tive um homem que é meu esposo”. Quando me mostram que cada vez que eu estava com meus seios a mostra e meu corpo com minhas roupas insinuantes, estava incitando os homens a que me olhassem e tivessem maus pensamentos, e eu os fazia pecar e assim foi como entrei no adultério. Eu aconselhava as mulheres a serem infiéis com seus esposos e lhes dizia: “Não sejam bobas, divorciem-se, não os perdoem.” Já com isso estava cometendo um abominável adultério. E me dei conta que os pecados da carne são espantosos e são condenatórios, mas o mundo nos incita a atuarmos como animais. Infelizmente me soltei da mão do Senhor, porque os pecados estão nos pensamentos, na alma e na ação de cada pessoa. Foi tão doloroso ver todo esse pecado, por exemplo, esse pecado do adultério do meu pai, que causou dano e desgarrou seus filhos. A mim me causou ressentimento contra os homens, e meus irmãos se transformaram em três fiéis fotocópias do meu pai, felizes por serem ‘muito machos’, mulherengos e alcoólatras... Eles não percebiam como prejudicavam  seus filhos. Por isso meu pai chorava, com tanta dor, vendo como seu pecado havia sido herdado por eles, por mim, prejudicando assim toda a obra de Deus.
O sétimo mandamento, o de não roubar, eu me considerava honesta, e o Senhor me mostrava como desperdiçávamos comida em minha casa. O mundo padecia de tanta fome, e Ele me dizia: “Eu tinha fome, e veja o que você fazia com o que eu te dava, desperdiçava tudo, eu tinha frio e olhe o que você fazia, escravizada pela moda, vivendo de aparências, gastando muito dinheiro em injeções para estar mais magra, escravizada pelo corpo. Em poucas palavras, você fez do seu corpo um deus.” O Senhor me mostrava que eu era culpada pela miséria do meu país e que sim, eu tinha a ver com isso. Também me mostrava que cada vez que eu falava mal de alguém, eu lhe roubava a honra e era difícil devolvê-la. Que era mais fácil reparar o roubo de um dinheiro, porque poderia devolver o valor roubado, do que restaurar o bom nome de uma pessoa. Eu me arrependia por não ter sido  uma mãe carinhosa com meus filhos, por não haver ficado mais com eles em casa, por tê-los deixado tanto com a ‘mamãe televisão’, ‘o papai computador’, ou com os videogames e para acalmar minha consciência, lhes comprava roupas de marca. Mas me horrorizou ver minha mãe que se questionava, - e minha mãe foi uma santa mãe, que nos corrigia e nos amava, assim como meu pai -, e pude ver quando ela disse: “O que será de mim que nunca consegui dar nada para os meus filhos?” Que espanto, que dor tão grande...
Senti muita vergonha, porque no Livro da Vida a pessoa vê tudo como num filme, e meus filhos diziam: “Tomara que a mamãe demore, que tenham muito trânsito, porque ela é muito chata e só vive reclamando.” Que tristeza um menino de três anos e uma menina um pouco maior dizendo estas coisas...eu lhes roubei a sua mãe, lhes roubei a paz que eu daria à minha casa e não lhes deixei conhecer a Deus através de mim, e não lhes ensinei a amar o próximo. Se eu não amo ao meu próximo, eu não tenho nada a ver com o Senhor, se não tenho misericórdia, não tenho laços com o Senhor. Porque Deus é Amor...
Vou lhes falar sobre levantar falsos testemunhos. Eu sabia mentir muito bem e Satanás se tornou meu pai. Se Deus é Amor e eu odeio, então, quem é meu pai? Não era difícil de adivinhar e se Deus me fala do perdão e de amar meus inimigos eu dizia, “quem me prejudica, me paga!” Então, quem era meu pai? Se Deus é a verdade e Satanás é a mentira, quem era meu pai? Não há mentira rosa, nem amarela, nem verde, todas as mentiras são mentiras, e Satanás é o pai de todas elas.  Tão terríveis foram os pecados da minha língua. Eu vi quanto dano causei com a minha língua. Eu fofocava, quando falava mal dos outros, causava complexos de inferioridade às pessoas gordinhas pondo-lhes apelidos pejorativos. Uma palavra mal dirigida sempre termina numa ação e causa dano.Quando me fazem o exame dos dez mandamentos, pude ver a cobiça que tomava conta de mim. Eu pensava que seria feliz tendo muito dinheiro e passei a ter uma obsessão por ficar rica. Que tristeza. Quando tive muito dinheiro, foi o pior momento que viveu minha alma, a ponto de querer me suicidar. Tinha tanto dinheiro e me sentia sozinha, vazia, amargurada e frustrada. A cobiça de desejar ter muito dinheiro foi o caminho que me levou pela mão e me extraviei, me soltei da mão do Senhor. Depois desse exame dos dez mandamentos, me mostram o Livro da Vida, lindo, eu queria ter palavras para descrever “O Livro da Vida”. Começou desde a concepção, assim que se uniram o par de células dos meus pais. De imediato houve um ‘zas’, uma faísca, uma linda explosão e se formou minha alma, colhida da mão de Deus Pai, encontrei um Deus Pai tão lindo, que me cuidava 24 horas por dia e o que eu via como um castigo, nada mais era que Amor, porque Ele consegue ver minha alma e percebia como eu ia me afastando da Salvação. Para terminar, vou lhes dar um exemplo de como é maravilhoso o “Livro da Vida”. Eu era muito hipócrita e eu dizia a alguém: “Nossa! Como você está linda, que vestido lindo!” Mas por dentro, em meus pensamentos eu dizia: “Que mulher mais asquerosa, e ainda se acha uma rainha!” Nesse livro se podia ver exatamente como eu pensava, se podia ver o interior de minha alma. Todas as minhas mentiras ficaram à vista, vivas, todo mundo se deu conta. Quantas vezes eu menti para minha mãe porque ela não me deixava sair a lugar nenhum, então dizia que tinha que fazer um trabalho em grupo na biblioteca, mas saía para ver algum filme pornográfico ou ia a algum bar tomar cerveja com minhas amigas. E lá estava minha mãe, vendo minha vida, nada escapou.
Meus pais me davam banana para levar de lanche na escola. Meus pais eram pobres e só podiam me dar banana, leite e algum petisco para colocar na lancheira. Eu comia a banana e jogava a casca pelo caminho. Nunca tive a consciência de que alguém poderia se ferir ou escorregar na casca de banana que eu costumava jogar no chão, e o Senhor me mostrou as pessoas que poderiam ter se matado por causa dessas quedas causadas por minha imprudência e falta de misericórdia. Também pude ver como só uma vez fiz uma boa confissão, bem feita. Foi quando uma senhora me deu 4.500 pesos a mais de troco num supermercado em Bogotá. E meu pai nos havia ensinado a sermos honestos e nunca tocar em nenhum centavo de ninguém. Então me dei conta quando já estava no carro. Estava a caminho do meu consultório e pensei... “Ai, essa velha distraída, essa tonta me deu 4.500 pesos a mais e agora tenho que voltar para devolver” e logo vi um engarrafamento gigante e disse: “Quer saber? Não vou devolver nada, quem mandou ela ser tão distraída?” Mas fiquei com a dor de ter feito isso, porque me pai me ensinou a ser honesta, então me confessei no domingo e disse: “Padre, eu roubei 4.500 pesos porque não os devolvi a uma senhora que se equivocou no troco.” Nem prestei atenção no que o padre me disse. O maligno não pode me acusar de ladra, mas sabem o que me disse o Senhor? Ele me disse: “Essa falta de caridade sua, quando não devolveu o dinheiro para aquela senhora não reparando o pecado cometido, 4.500 pesos para você não eram nada, mas para aquela mulher que ganhava um salário mínimo, significava a alimentação de três dias.” O mais triste foi quando me mostrou como sofreu, agüentando a fome um par de dias. Por minha culpa, passou fome com seus dois filhos pequenos, porque assim me mostra o Senhor, me mostra quando eu faço algo, quem sofreu, quem atua e como atua.
O Senhor me perguntou: “Que tesouros espirituais você me trouxe?” Minhas mãos iam vazias, não levava nada, minhas mãos iam absolutamente desocupadas. Foi então que me disse: “De que te servem os dois apartamentos que você tinha, as casas e consultórios? Você não se considerava uma profissional de muitíssimo êxito? Acaso pode trazer o pó de um tijolo até aqui? O que fez com os talentos que Eu te dei?”  Talentos? Eu tinha uma missão. A missão de defender o reino de Amor. O reino de Deus. Eu me havia esquecido que tinha uma alma, e muito menos que tinha talentos, muito menos que o bem que deixei de fazer doeu muito ao Senhor. Sabem o que sempre me perguntava o Senhor? Sempre me perguntava sobre o Amor. Citava a falta de caridade pelo próximo. Ele me dizia que eu estava morta espiritualmente. Estava viva, porém morta. Se pudessem ver o que é a ‘morte espiritual’, como é uma alma que odeia...Como é uma alma espantosamente terrível de amargurada e fastidiosa,  que faz mal a todo mundo... Quando uma pessoa está cheia de pecados, por fora tudo parece ser bonito e cheirar bem, com boas roupas, mas minha alma cheirava muito mal e vivia nos abismos. Isso justifica tanta depressão e amargura. Então o Senhor me disse: “É que sua morte espiritual começou quando você deixou de sentir dor pelos seus irmãos. Quando você via o sofrimento dos seus irmãos, era um alerta. Quando  via nos meios de comunicação, dizendo que os mataram, que os seqüestraram, que os desalojaram, você dizia ‘da boca para fora’: ‘Coitadinhos! Que pecado!’ Mas isso não te doía por dentro. Você não sentia nada no coração, era uma pedra, o pecado te petrificou.
Quando se fecha o meu Livro, imaginem como era grande a minha tristeza. Quanta dor! Fora isso, por ter me comportado assim com Deus Pai, porque apesar de todos os meus pecados, apesar de toda a minha imundície e de toda a minha indiferença e de todos os sentimentos horríveis, o Senhor, sempre, até o último instante me buscou, sempre me enviava instrumentos, pessoas, me falava, me gritava, me tirava coisas para me buscar, ele me buscou até o último instante. Eu costumava dizer: “O Senhor me condenou”. Claro que não! No meu livre arbítrio eu escolhi quem seria o meu pai, e não foi Deus Pai. Escolhi Satanás, esse foi o meu pai, e quando esse Livro se fechou, vi em minha mente que estava de ponta-cabeça, porque começava a cair naquele buraco e depois deste oco ia se abrir uma porta. Então começo a ir, e começo a gritar a todos os santos, para que me salvassem. Vocês não têm idéia da quantidade de santos que eu vi, eu não tinha idéia de que havia tantos santos, eu era tão má católica. Pensava que dava na mesma que me salvasse São Isidro ou São Francisco de Assis, e quando acabaram todos os santos, veio o silêncio. Sentia um vazio, uma dor tão grande. E eu pensava: “Todos estão lá na terra dizendo: ‘como era santa!’”, esperando que eu morresse para me pedir um milagre. E olhem para onde vou! Levanto os olhos e vejo os olhos de minha mãe. Com muita dor eu lhe grito: “Mãezinha! Que vergonha! Me condenei, mãe, aonde vou? Nunca mais vou te ver...” E nesse momento lhe concederam a ela uma graça muito grande. Estava imóvel e lhe permitem mover seus dois dedos para cima e ela dá um sinal e saltam dos meus dois olhos duas crostas espantosamente dolorosas, era minha cegueira espiritual. Então, vejo um momento lindo, quando uma paciente me havia dito: “Olhe doutora, a senhora é muito materialista e um dia vai precisar Dele. Quando estiver em ambiente de perigo, qualquer que seja, peça a Jesus Cristo que a cubra com o Seu sangue, Ele nunca irá abandoná-la, porque Ele pagou um preço se sangue pela senhora.” E com essa vergonha tão grande e essa dor, comecei a gritar: “Jesus Cristo! Senhor, tenha compaixão de mim! Perdoe-me! Por favor, me dê uma segunda oportunidade!” E este foi o momento mais belo, não tenho palavras para descrever este momento. Ele baixa e me tira daquele oco. Quando Ele me recolhe, todas estas coisas caíram ao chão. Ele me levanta e me leva a uma parte plana, e me diz com todo esse Amor: “Vamos voltar, você vai ter uma segunda oportunidade” (...), e me diz que não é pela oração da minha família. Porque “é normal que eles orem e clamem por você, mas foi pela intercessão de todas as pessoas alheias ao seu sangue, que não te conhecem e choraram, oraram e elevaram seu coração com muitíssimo amor por você.” E começo a ver como se acendem uma porção de luzinhas que são como chaminhas brancas cheias de amor. Eu vejo as pessoas que estão rezando por mim! Mas havia uma chama grande, era a luz que mais brilhava. A que mais amor dava. Eu olhava quem era essa pessoa que me amava tanto.  E o Senhor me diz: “Essa pessoa que você vê ali, é uma pessoa que te ama tanto, tanto, e nem sequer te conhece.” E me mostrava que essa pessoa havia visto a folha de jornal do dia anterior. Era um camponês de um povoado, bem pobre, que vivia ao pé da Serra Nevada de Santa Marta. O pobre homem comprou uma panela e a embrulharam numa folha do jornal “Espectador” do dia anterior. Minha fotografia onde eu aparecia toda queimada estava aí, ilustrando a matéria que falava sobre o acidente. Quando este homem viu a notícia, se pôs a chorar com um amor tão grande, e disse: “Pai, Senhor, tem compaixão desta minha irmãzinha. Senhor, salve-a! Se o Senhor salvá-la, prometo que irei ao ‘Santuário de Buga’ e cumpro a promessa, mas salve-a!” Imaginem um homem pobrezinho, não estava revoltado nem amaldiçoando porque passava fome, com essa capacidade de amor para se oferecer a atravessar todo o país por alguém que não conhecia. E o Senhor me disse: “Isso é Amor ao Próximo” (...) e logo me disse: “Você vai voltar, mas não vai contar o que viu 1000 vezes, mas sim 1000 vezes 1000. E ai daqueles que ouvindo, não decidam mudar de vida. Porque eles serão julgados com mais severidade. Assim como você será em seu segundo regresso. Que prestem atenção os ungidos, que são seus sacerdotes, ou qualquer um deles, porque não há pior surdo que aquele que não quer ouvir, nem pior cego que aquele que não quer ver.” E isto, meus queridos irmãos, não é uma ameaça, O Senhor não necessita nos ameaçar, esta é a segunda oportunidade que vocês têm, e graças a Deus que vivi o que vivi! Porque quando lhes abram o Livro da Vida a cada um de vocês, quando cada um de vocês morra, vamos ver este momento, de igual maneira, e vamos nos ver tal como estamos, vamos ver nossos pensamentos e nossos sentimentos na presença de Deus, e o mais bonito é que cada pessoa verá o Senhor em frente de cada um de nós, outra vez perguntando o que lhe temos a oferecer.
Que o Senhor abençoe a todos grandemente.
Glória a Deus! Glória a Nosso Senhor Jesus Cristo! Fonte: gloriapolo.com