071 O Jovem e Sua Cura Emocional


O Jovem e Sua Cura Emocional. (32.)
(por Padre Rufus Pereira.)
Tradução Simultânea: Vinícius Adamo.
Transcrição Integral e Adaptação: Carlos Umdoistres
Início:
Portanto, como eu disse o ontem, as duas fontes de nossos problemas são os ferimentos e mágoas emocionais que experimentamos na nossa vida e segundo, talvez afinal ao mesmo tempo, a influência do mal que vem até nós quando vamos ao espiritismo, ou [são] maldições lançadas sobre nós até mesmo por nossos amigos e membros de família.
Eu tenho visto isto acontecer em cada país do mundo e fico mais surpreso ainda: porque acontece justamente nos países denominados países católicos como Portugal e Brasil. De uma certa forma, temos mais mal acontecendo nesse tipo de país do que na África ou na Ásia.
Por isso nós precisamos refletir na nossa vida passada e trazer ao Senhor aqueles ferimentos emocionais que ainda não foram curados. Da mesma forma como quando uma pessoa vai ao médico, o médico não vai simplesmente que encontrar os sintomas, mas vai identificar a doença e finalmente descobrir as raízes daquela doença.
Por isso, da mesma forma, quando olhamos para nós mesmos e vemos as coisas estranhas que acontecem conosco, olhamos para os sintomas físicos como dor e dor de cabeça. Como, por exemplo, as pessoas que foram trazidas a mim nesses dias com tipos estranhos de dor, ou olhar para o sintomas emocionais, tais como medo, tristeza, amargura.
E temos então que buscar as causas e as razões desses sintomas físicos e emocionais.

Sintomas emocionais que jovens e crianças enfrentam.
E os [quatro] sintomas emocionais que normalmente as nossas crianças e os nossos jovens enfrentam são aqueles que eu vou falar com vocês esta manhã.
Primeiro: sentimento de rejeição.
E o sentimento mais importante é o de rejeição. A rejeição, com freqüência, de pessoas que estão mais próximas da pessoa, as vezes do pai e às vezes dos irmãos.
Jesus mesmo experimentou a terrível dor da rejeição de, até mesmo, pelos seus familiares, por ter sido mal entendido pelos apóstolos e também pelos líderes religiosos que tinham inveja dele. De uma certa forma, sendo rejeitado até pelo seu Pai, por isso Jesus diz na cruz as suas últimas palavras: “meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
E o primeiro pior sentimento de rejeição é aquele em que a gente pensa que Deus não está fazendo nada, que Deus não se importa. Este é com freqüência um dos piores sentimentos que os jovens e as crianças enfrentam.
(ouvem-se gritos de uma mulher na platéia.)
Em muitos lugares que eu vou e os gritos acontecem como num lugar como este, não culpem o demônio. Com freqüência o culpado por esses ataques é normalmente o pai, a mãe, ou esposo e esposa. Como no caso que trouxeram ontem.
Caso: a menina de Goa e a mãe no Kwait.
Um dos casos que eu me lembro é quando eu estava dando um retiro em Goa. Era um retiro para a juventude daquele estado. O aspecto especial daquele retiro é que todas a jovens tinham vindo de uma região muito pobre, e tinham vindo da classe mais pobre de Goa. Os pais delas quase todos eram alcoólatras e quando entraram nesse ginásio, que era feito para a elite de Goa, elas puderam perceber as diferenças. As diferenças entre a as meninas mais ricas da cidade de Goa e elas mesmas.
Uma dessas jovens veio para mim até aconselhamento e é isto que ela me disse: que quando ela tinha três anos de idade, o pai a deixou por uma outra mulher. Nós vemos que isso, o pai deixar a família por causa de outra mulher, é muito comum hoje em dia.
Quantas pessoas no Brasil sofrem essa dor terrível? E a mãe conseguiu um emprego no  Kuwait e a menina de três anos foi deixada numa casa onde a mãe trabalhava como empregada. É claro que os donos da casa cuidavam bem daquela menininha, deram uma boa educação.
E depois de cinco anos a mãe da menininha voltou para Goa para as férias. Essa menina que agora tinha 8 anos esperava ansiosamente encontrar-se com a sua mãe. Mas a mãe retornou para o Kuwait sei se importar com a sua filha. Você pode imaginar o que aquela menininha sentiu? E ela, agora, fazendo retiro, veio se aconselhar comigo. Ela nessa ocasião deveria ter uns 18 anos. Todos aqueles anos de amargura e tristeza vieram à tona. E ela ficava então chorando e gritando e derramando lágrimas o tempo todo.
Mas, o que diz o evangelho? O que diz a bíblia? Deus tem uma resposta para cada situação humana e Deus disse assim, nos casos como esse que eu menciono, onde a mãe preferiu passar o mês inteiro de férias e não deixou nenhuma hora para se encontrar com a sua filha. E Deus diz: “pode a mãe esquecer o seu filho, ou a mulher esquecer a criança em seu ventre? Mas mesmo se ela esquecer, eu não esquecerei. Porque eu tenho o seu nome inscrito na palma da minha mão”.
Então Deus responde imediatamente, “eu estou sempre pensando em você, você está sempre nos meus pensamentos”, diz o Senhor. Então esta é a grande ferida pelo que os nossos jovens e crianças passam, que é o sentimento de rejeição.
Segundo: sentimento de inferioridade.
Um outro sentimento terrível é o sentimento de inferioridade.


Quando a criança nasce e tem todos sentimentos de superioridade. Mas aos poucos ela vai se sentindo inferior, porque ela recebe informações dos pais e dos professores e aos poucos essa criança vai tendo esses sentimentos de inferioridade, sentindo que não é mais amada, tendo sentimentos de auto-piedade e de auto-ofensa e até mesmo de auto-destruição.
O suicídio é o último passo quando ela entra no sentimento de inferioridade.
Mas o que diz a bíblia? Que não há lugar para ninguém ter sentimento de inferioridade. Porque Deus nos criou à sua própria imagem e semelhança e cada um de nós é um reflexo da beleza, da inteligência e do amor de Deus.
Terceiro: sentimento de culpa.
O terceiro problema que o jovem e crianças enfrentam na sua vida emocional são os sentimentos de culpa. Como é que a culpa atinge uma pessoa? Vem quando a gente sente que Deus não vai perdoar os nossos pecados, que os meus pecados são grandes demais até mesmo para que Deus consiga perdoá-los. E eu começo a sentir que Deus não me ama mais.
E a culpa pode ser um terrível peso na vida emocional de um jovem ou de uma criança.
Infelizmente vem esse sentimento porque as pessoas têm uma idéia errada sobre Deus. E o que diz a bíblia? A bíblia tem uma resposta até mesmo para isso, esse tipo de problema de culpa.
No livro do apocalipse que nós lemos, satanás está nos acusando dia e noite diante de Deus. Ele é um grande acusador, ele é como um promotor público.
Mas o que é que a bíblia diz sobre Jesus? Na carta aos romanos capítulo 8 versículos 1 e 2, São Paulo nos diz: “em Cristo Jesus não há condenação. Em Cristo Jesus não há condenação”.
E até mesmo no antigo testamento Deus fala através do profeta Jeremias. Deus fala assim: “farei uma nova aliança com o meu povo”. Jeremias capítulo 31, versículos 31 a 34. Deus já diz lá no antigo testamento: “vou fazer uma nova aliança com meu povo. Não há necessidade de um irmão ou irmã ensinar, mas eu mesmo ensinarei o meu povo”.
E qual é a aliança que Deus faz conosco? “Eu perdoarei os pecados dos meus filhos e nunca mais me lembrarei deles.”
Quarto: sentimentos de medo.
E o outro fardo emocional que as jovens e as crianças carregam é o medo. Como é que o medo chegar a nossa vida? Geralmente vem com as coisas e acontecimentos que as pessoas falam. Então, a gente começa a ter medo sem nenhuma razão, como os medos sem nome. Por exemplo: medo do escuro, medo de pessoas, medo de multidão, medo de estar só.
E o que é que a bíblia diz com relação a esta situação? Que Deus não quer que nenhum de nós viva com medo e Ele diz isso explicitamente, cerca de 365 vezes na bíblia.
Quando Deus fala, é isto que Ele fala; quando Jesus fala é isso que Ele fala: “não tenha medo, nada tema”. Então Deus não quer que nenhum dos seus filhos tenha uma vida com medo.
Ontem uma jovem foi trazida a mim, aparentemente parecia estar muito agressiva. E eu então pedi para a equipe sair da sala porque queria ficar sozinho com ela. Então eu percebi que-ela, na verdade, não estava agressiva, mas ela estava querendo me falar apenas uma palavra: “medo”.
Graças a Deus eu conheço essa palavra e então eu percebi que ela estava vivendo no medo. E até mesmo seus familiares e amigos tinham uma noção errada dos seus problemas. E eu creio que assim que ela disse isso na presença do Senhor, ela mudou instantaneamente.
Antes eu estava com um pouco de medo com ela porque antes ela parecia bastante agressiva. Então ela veio e me abraçou e deixou a sala. É isso que o Senhor quer que nós tenhamos, porque a fé e o medo não podem existir juntos.
Se você tem medo é um sinal de que você não tem uma fé real. Se você tem uma fé verdadeira você não deve ter medo. E é por isso que tanto jovens têm tantos problemas, só por causa do medo.
Caso: o menino da lanterna.
Há alguns anos atrás eu estava dando um retiro numa cidade do oeste da Índia que era uma ex-colônia portuguesa. Então eu estava falando em inglês e tinha alguém traduzindo para o português..
E havia uma família que queria que eu fosse rezar pelo seu filho. O filho já estava doente há um mês, estava na cama por um mês, os médicos iam vê-lo quase todos os dias, mas não havia melhora.
Então eu disse à família: “eu não vou ter tempo de ir lá para rezar pelo seu filho, procure e trazê-lo aqui na igreja.”
Finalmente, no terceiro dia, no último dia, conseguiram trazê-lo para a igreja e eu fiz somente duas perguntas a ele, eu não falei muito. Eu só falo aquilo que é necessário conferir.
E eu perguntei a eles: “me digam quando é que começou essa enfermidade?”
E eles disseram: “bem, nós não temos muita certeza. Mas provavelmente cerca de um mês atrás”.
Então a filha mais velha disse: “ah, eu estou me lembrando, eu lembro que foi num sábado há quatro semanas atrás, de uma noite, quando o meu irmão repentinamente foi para a cama e está na cama desde então”.
Então eu fiz uma segunda pergunta: “vocês conseguem se lembrar de qualquer coisa que tenha acontecido naquela noite de sábado há 4 semanas atrás? Algo que pode ter causado a doença, o problema?”
O que eles disseram: “nós não sabemos, nós não nos lembramos”. Então uma outra irmã dele disse: “eu estou me lembrando agora, morreu uma pessoa aqui no nosso vilarejo e nós todos fomos à casa dessa pessoa para ver o corpo daquele homem ainda pendurado na casa dele, enforcado.”
Era um caso óbvio de suicídio. E então eu me voltei para o rapaz e perguntei: “você também foi?”
Ele disse “sim”. “E você viu aquele corpo pendurado na corda?” E ele disse “sim”. “E o que é que você sentiu?” Ele disse: “eu fiquei apavorado”.
Essa era a causa.
Ele ficou tão apavorado que ficou doente e foi para a cama. Então eu rezei por ele só por um ou dois minutos para que o Senhor tirasse dele aquele medo que tinha entrado no seu coração quando ele viu o corpo daquele homem que se suicidou pendurado no teto. Dizendo que o Senhor o libertasse de qualquer espírito que pudesse ter entrado nele. Então foi isso.
Então, mesmo de estar na cama por mais de um mês, ele sempre dormia com algo na sua mão, com uma lanterna na sua mão. E, mesmo durante o dia, ele ficava dormindo com aquela lanterna na sua mão de tanto medo que ele tinha. Depois dessa oração ele foi liberto, ele só foi para a cama senão à noite para dormir.
Que é isso que o Senhor diz: “eu vim para libertá-los de todos os medos que vocês têm”. Um aplauso ao Senhor por este jovem. (Aplausos.)
Com freqüência as pessoas que estão próximas a nós colocam medos em nós, mas Deus diz a cada um de nós: “não tenha medo, nada tema”.

Bloqueios da nossa cura emocional.
E também o que pode causar os nossos problemas é quando nós não removemos os bloqueios para nossa cura emocional.
Freqüentemente é porque nós não conseguimos identificar as causas dos nossos problemas emocionais e por isso nós insistimos bastante, quando as pessoas buscam ajuda ou pedem a oração.
Que o que você precisa é refletir no seu passado sob a luz do Espírito Santo, para que o Espírito Santo ilumine todas as áreas escuras da minha vida passada. E me faça conhecer quais possam ser as causas, as causas que estão na raiz dos problemas que eu vivo hoje.
E isto é tão importante que eu com freqüência digo: que eu não vejo ninguém ser curado enquanto traz ao Senhor as causas daquele problema.
Ontem nós estivemos dois lindos casos aqui, eles estavam extremamente violentos, mas somente quando conseguimos chegar nas causas-raiz do problema se tornaram tão gentis quando antes. Havia uma grande equipe numerosa segurando. Eu disse à equipe: “pode deixar eu vou ficar sozinho agora”.
Porque para mim esses casos que eu recebi não eram tanto de possessão, mas eram ferimentos emocionais profundos.
Por isso nós temos que remover todos os bloqueios que existem na nossa vida e que impedem a cura do Senhor.
Primeiro bloqueio: falta de arrependimento.
E o primeiro bloqueio é a falta de arrependimento.
Por isso a igreja nos lembra, todos os dias, na missa, para nos perdoarmos entre nós e pedimos perdão. Por isso o Espírito Santo deu à igreja o lindo sacramento da reconciliação. Quantos casos nós vimos de pessoas que foram curadas quase que imediatamente no momento em que fizeram a sua confissão.
Caso: o jovem paralisado.
Eu não sei se eu já contei esta história para vocês no ano passado. Mas eu quero contar de novo, especialmente para a nossa juventude. Os líderes de um grupo de oração me pediram que eu viesse rezar para seu filho e o filho estava doente por duas semanas em casa. E finalmente os médicos da família disseram: “nós não podemos curar o seu filho, nós nem mesmo sabemos o que está errado com ele”.
Eles indicaram que colocassem o seu filho no melhor hospital de Bombaim. E lá ele ficou por mais duas semanas. E finalmente os médicos de lá disseram: “nós não podemos curar o seu filho”.
Os médicos de topo de linha até disseram para os pais: “nós não sabemos nem mesmo que ele tem”. Mas é uma daquelas ajudantes que trabalhavam naquele hospital disse aos pais: “os médicos não vão ser capazes de fazer nada pelo seu filho”. E ela era hindu. “É melhor que vocês devem para o seu padre”.
Mas o jovem ouviu quando os melhores médicos disseram que não podiam fazer nada por ele e ele ficou muito triste.
Ele disse: “papai, mamãe eu preciso me encontrar com padre Rufus hoje”. Eu estava dando um retiro, mas ao mesmo ao final do dia, eram 10h30 da noite, e eu fui com aqueles pais para o hospital. E ali estava aquele jovem na U.T.I. daquele grande hospital, ali, todo cercado, entubado, com respirador e tudo mais.
E eu disse para mim mesmo: “é por isso que ele me chamou. Ele deve estar bem doente”.
Mas, ao invés disso, ao perguntar: “o que você quer?”, fui perguntar, “por que é que você me chamou?”.
Para minha surpresa ele já foi dizendo: “eu quero fazer a minha confissão”.
Aquilo realmente me surpreendeu. E eu estava com um pouco de raiva, ele poderia ter-se confessado com o capelão do hospital em vez de terem me trazido de tão longe.
Mas, depois, pensando melhor, eu disse: “talvez seja isso o que ele quer, não somente que ele quer mais é o que ele precisa”.
E quando ele fez a sua confissão eu percebi que não era isso que ele queria, mas o que ele precisava. Mas o importante era o que ele precisava, porque ele fez uma confissão completa de toda sua vida. Porque ele estava tão carregado com certas culpas que ele sentia que nem mesmo Deus o amava. Então eu deixei o quarto.
Quando estava para sair da U.T.I., eu senti como que Jesus estava falando comigo trazendo diante de mim aquela linda história do evangelho, do paralítico sendo trazido para Jesus direto pelo buraco no teto. E quando Jesus viu aquele homem paralítico, Jesus sabia que não era uma paralisia física, era uma paralisia emocional e espiritual.
Jesus então não disse levanta e anda, Ele sabia que tinha que fazer algo mais importante. Ele disse primeiro a aquele homem os seus pecados são perdoados, mas isso também não foi a primeira coisa que Jesus disse,  Jesus disse algo que Jesus sabia que era ainda mais importante: Jesus disse a aquele paralítico: “meu filho”. É isso que ele precisava ouvir.
Parte da sua dor era porque ele precisava saber que Deus o amava ainda.
Como filho pródigo dizia a seu pai: “não me aceite como seu filho, mas como um de seus empregados”. E o pai daquele filho disse “meu filho estava perdido, meu filho estava morto e agora reviveu! Meu filho!”  
Porque, aos olhos de Deus, acima de tudo, nós somos seus filhos e filhas e depois somos os pecadores.
Então, quando o Senhor falou comigo trazendo para mim a visão da imagem desse paralítico, então eu voltei para o quarto dele e disse a ele: “agora eu quero rezar por sua cura física”.
Ele não me pediu isso, eu mesmo que senti esse impulso de rezar. Porque eu estava tão confiante de que aquilo, que aconteceu há 2.000 anos atrás, estaria acontecendo agora. Porque quando Jesus depois que perdoou aquele paralítico, Ele fez com que ele andasse.
Então eu disse, “o que o Senhor fez, então faz agora, Senhor ele já experimentou o arrependimento e o seu amor de perdão. Então eu quero rezar agora, Senhor, até mesmo pela sua cura física”.
E, depois de rezar por algum tempo, eu disse a ele: “mova o seu corpo”.
Antes ele não podia fazer qualquer movimento porque havia uma dor imensa. Então ele começou a mover o corpo.
Eu disse: “sente-se na cama” e ele se sentou na cama.
Eu disse: “desça” e ele desceu.
E eu disse: “ande um pouco” e ele começou a andar.
Eu só não disse “leve a sua cama para casa” porque aquela cama não era dele. No dia seguinte ele foi liberado do hospital. (Aplausos.)
E no dia seguinte ele recebeu alta no hospital.
Um ano mais tarde eu estava dando um retiro e eu contei essa história. E um jovem lá atrás levantou a mão lá atrás e disse: “padre, eu sou aquele jovem que o senhor curou”.
“Então por que é que você não vem aqui para frente, porque é que você não conta para as pessoas o que eu acabei de contar?”
E quando ele subiu no palco só disse uma frase: “no momento em que eu fiz aquela boa confissão, eu sabia que eu já estava curado fisicamente, nem precisava o padre ter rezado por mim”.
Este é o poder da reconciliação. (Aplausos.)
Então, esta manhã quando nos preparamos para a eucaristia de hoje, a missa é a maior oração de cura, toda a palavra e todo gesto da missa é pensado na cura, traga os seus pecados ao Senhor e os coloque sobre o altar. Talvez não tenha tempo para a maioria fazer a sua confissão, porque para tantos assim nós precisaríamos de 1000 padres.
Mas, no seu coração, arrependa-se de todos os pecados da sua vida, dizendo na missa o ato de contrição e são fazendo seu ato de constrição pessoal.
Segundo bloqueio: a falta de perdão.
O segundo bloqueio da nossa cura pode ser a falta de perdão. Eu vejo quantas muitas vezes jovens e crianças sentem uma dificuldade muito grande de perdoar os seus pais por causa dos ferimentos que experimentaram.
Quantas vezes as pessoas me dizem aqui no Brasil e em Portugal que os seus pais os abandonaram!
Quantas vezes as pessoas dizerem que “meu pai costumava me bater violentamente todos os dias”.
Portanto, talvez uma das coisas mais importantes da nossa vida é perdoar as pessoas.
Quando a gente é muito ferido a gente sabe o quanto é difícil perdoar, como nos casos que ouvimos ontem.
Mas a gente sabe que Jesus nos ensinou como rezar e como que a gente pudesse dizer: “Jesus, quando o Senhor reza tudo acontece” e “quando a gente reza nada acontece”.
Quantas vezes eu escuto as pessoas dizerem: “mas padre eu rezo tanto!”
Mas depende do tipo de oração que você está fazendo. São Tiago diz que uma das razões pela qual as orações não são ouvidas é porque a pessoa não reza. Mas a segunda razão é porque as pessoas rezam errado.
Por isso Jesus nos disse: “eu vou lhes ensinar a rezar”. E ele nos ensinou o Pai-nosso e, do evangelho de São Mateus, a frase mais importante nessa oração é “perdoa-nos assim como nós perdoamos”.
Jesus disse: “se vocês não se perdoaram entre vós, o Pai também não vai os perdoar”, porque Deus quer que nos entendamos e nos olhemos como irmãos e irmãs e nos perdoemos mutuamente.
Por isso diz no evangelho de São Lucas capítulo 6 versículos 27 a 36, Jesus disse algo que talvez é algo mais importante que tem na bíblia, e foram esses versículos que mudaram a vida de Mahatma Gandhi o pai do meu país.
Os homens falam: “amem seus amigos e odeie seus inimigos.”
Mas Jesus diz: “perdoe os seus inimigos”.
Ele diz para nós “ora pelos seus inimigos e abençoe seus inimigos e eu digo para vocês, ame seus inimigos, e eu digo a vocês: felizes se eles ainda te perseguem”.
Por isso a coisa mais difícil no mundo é ser cristão.
Algumas religiões dizem “se você quer ir ao paraíso você tem que matar seus inimigos.”
Jesus diz o oposto, por isso tem que perdoar cada pessoa que na minha vida me feriu.
E quando isso acontece, o amor de Deus e o perdão de Deus, que já está à nossa disposição, vem para o nosso interior nos curando e libertando.
Mas não esqueça que nós também devemos pedir perdão a cada pessoa que nós  machucamos. Pecado não é algo pequeno, porque com um pecado uma pessoa pode ser destruída, uma família pode ser destruída. E para que o pecado seja perdoado não é simplesmente dizer “desculpa”. Eu tenho que reparar o mal que eu fiz. E, em muitos casos, é impossível reparar o mal feito.
Se uma pessoa matou a outra ela pode reparar o aquele mal trazendo aquela pessoa de volta à vida?
Se mãe abortou seu filho, ela pode dar de volta ao a vida a aquele filho?
Nos olhos de Deus é um adulto assassinando uma criança indefesa, torna-se ela um outro Herodes, matando Jesus, um pequeno bebê.
Se um homem roubou a propriedade de um irmão ou prejudicou seus negócios, ele pode refazer a prosperidade que ele perdeu?
Se alguém difamou o nome de uma pessoa, ele pode restituir aquele bom nome que ele tinha?
Então nós estamos todos condenados! O inferno está repleto de assassinos, pessoas que abortam, pessoas que assassinam!
Mas, graças a Deus, Deus na sua misericórdia nos deu uma saída.
Então o que eu tenho que fazer? Não é somente pedir perdão a Deus, tenho que pedir perdão a cada pessoa na vida que feri e mais importante, rezar pela cura dessa pessoa, rezar pela cura daquela pessoa, que ela precisa de mais cura do que você.
Deus, em sua misericórdia, vai reparar em consertar aquele prejuízo.
Ele não vai deixar guardado aquele pecado com você, na sua conta.
Por isso que nós dizemos na missa: “eu confesso e peço perdão a Deus. E eu confesso e peço perdão a cada irmão e irmã, a cada vizinho e vizinha.”
Terceiro bloqueio: práticas ocultas.
E o terceiro bloqueio para a cura é quando eu não renuncio às práticas ocultas que eu participei porque isso é um grande pecado. Porque é um pecado contra o primeiro mandamento, onde Deus diz: “eu sou o único Deus e Senhor, você não deve ir atrás de deuses falsos.”
E, com freqüência, as pessoas dizem: “Deus não está respondendo às minhas orações então eu vou para um bruxo ou para uma feiticeira”.
Meus queridos, eu tenho estado neste ministério por trinta e tantos anos e tenho pregado sobre isso semana atrás de semana por trinta anos e ficando em pé durante horas num palco como este. Se houver uma pessoa aqui que não precisa de cura depois de ter ido a esses feiticeiros, eu paro a minha pregação agora. (Aplausos.)
Mas, em todos os casos, quando todos vão a esses lugares, sempre voltam piores.
Talvez eu devesse trazer a vocês como a pessoa está estragado depois dela ter ido a esses lugares ou talvez por seus pais ou mães terem levado essas pessoas a esses lugares.
E como Jesus diz, vocês não podem ter dois mestres. Ou você ama um e odeia o outro, ou você serve a um ou você serve ao outro.
Por isso que nós temos na missa aquela linda oração de libertação: “liberta nos Senhor de todo o mal”. E aquela oração também significa: “liberta-nos do mal”.
Por isso que nós precisamos na missa pedir pela libertação das nossas crianças e nossos jovens e de toda a família.
Quero terminar com uma pequena história.
Caso: o menino do café.
Estávamos numa cidade no sul da Índia, eu estava num convento da minha irmã, uma freira. E ela pediu que eu rezasse por uma família que por um tempo estava naquele convento.
Eles tinham vindo para a conferência nacional da Renovação que estava acontecendo naquela cidade. E eu encontrei com aquela família, sentando com eles para a refeição.
E eu perguntei para eles: “qual o seu problema?” [e os pais responderam]. “O nosso filho mais novo, somente de quatro anos, não come nada há três semanas, só está tomando café. Café preto”.
Você pode imaginar isso? Imagine que um dos filhos de vocês não comer nada por três semanas, só tomando café preto todos os dias? Como é que você vai se sentir? Você  não levaria ele para todos os médicos da cidade, tentando fazer com que o menino comesse a comida certa?
Mas eles não tiveram sucesso, mas eles me disseram que havia uma maldição que havia sido colocada sobre aquela família e, com freqüência, a maldição não ataca o pai e mãe ou os filhos mais velhos, mas, com freqüência, o filho mais novo.
Então eu vim vê-lo na mesa do café da manhã quando eles me contaram problema e então eu perguntei: “o que ele come normalmente?”
E eles me disseram: “ele come normalmente tudo que nós estamos comendo. Ele come chiapata que é ou pão feito na Índia, e ele come tudo que nós comemos.”
Então abençoei a comida e eu disse a eles: “então sirvam agora o café também para o seu filho”.
Depois de algum tempo eu vim ver a família novamente e eu disse: “o que é que está acontecendo agora? Como está o seu filho?”
E eles me disseram: “padre, ele comeu o pão nosso todinho.” (Aplausos.)
Como eles tinham bastante comida ele comia tudo. Comeu tudo o que não tinha comido em três semanas. Isso mostra o tremendo poder do mal em satanás. E o grande poder de Jesus que nos liberta e nos lembra o que São Paulo diz: “quando o Senhor nos liberta, permanecemos livres para sempre”. Amém. (aplausos.)

2008
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