070 Resgatar os Jovens e as Crianças


Resgatar Jovens e Crianças.
Por Padre Rufus Pereira
[A Palavra fala sobre a crucificação iminente de Jesus]
Hoje nós celebramos a festa de um dos grandes santos da Igreja Católica, a festa de São Vicente de Paula. O que foi mais evidente na sua vida foi apenas uma coisa, o amor de Deus partilhado com cada pessoa perto dele.
E o que ele foi é o que cada cristão deve ser: nominalmente, “missionários e evangelistas da caridade no amor”.
Normalmente a obra de caridade começa em casa. É mais fácil fazer um trabalho social para pessoas de fora do que trazer o amor e a cura de Deus para dentro da sua própria casa.
Muitas vezes o trabalho de assistência social é um escapismo, uma fuga da obrigação de fazer isso dentro de casa.
Você sabe que o inimigo tem atacado o matrimônio e a vida de família.
Quando eu estava assistindo TV em Londres, todos os programas ou se referiam a sexo ou à violência e os que estão sendo afetados por isso são as nossas crianças e a nossa juventude.
Com freqüência, a gente enfrenta problemas que ninguém consegue entender ou resolver e muito menos uma solução para esses problemas. As nossas crianças e nossos jovens estão sofrendo e pais e mães e avós têm sofrido.
Por isso eu partilho com vocês casos em que quando o homem nada pode fazer, Deus realiza. Não são problemas extraordinários, mas problemas comuns em cada família, em todas as famílias.

Caso: Hábito Compulsivo do Jogo.
Eu estava dando um retiro no sul da Índia.
Uma freira, uma irmã, trouxe o seu sobrinho para receber oração. O sobrinho dela era casado e o problema maior dele é que ele tinha o hábito compulsivo do jogo.
Nós sabemos que um dos problemas que afetam o casamento e as famílias é quando alguém tem esse hábito compulsivo do jogo. Muitas vezes, com freqüência, as finanças da família vão à ruína.
Então essa irmã, essa freira, trouxe o seu sobrinho com a sua esposa para receber oração.
E eu fiz a ele somente uma pergunta: “por que é que você joga? Você não está vendo que você está destruindo seu casamento? Você não percebe aqui você era uma pessoa rica e agora você uma pessoa pobre?”
E ele me disse: “é só ver um maço de cartas que eu já estou jogando. E eu jogo até terminar todo o meu dinheiro”.
E ele até tirava a camisa para colocar na aposta e voltava para casa sem a camisa.
Eu raramente tinha visto um caso de uma pessoa tão compulsivamente enraizada no hábito do jogo.
Então eu fiz a ele uma segunda pergunta. Como foi a pergunta? “Você quer se libertar do vício do jogo?”
E ele disse sim.
E quando ele disse “sim” eu sabia que ele estava mesmo dizendo “sim”.
Quando rezei por ele, ele experimentou o que nós chamamos, em termos técnicos, de “libertação”.
Eu nunca entendi e nem tinha percebido o quanto tinha sido completa essa libertação, até que, alguns meses depois, eu encontrei aquela irmã, a que tinha trazido o sobrinho.
E ela mesma me disse: “padre, você se lembra do meu sobrinho que eu trouxe para o senhor porque ele era viciado em jogo?
Ela me contou que, a partir daquele dia, ele havia sido completamente liberto do jogo. Agora, quando ele vê um maço de cartas, ele sente ânsia de vômitos.
É o serviço do Espírito Santo, como São Paulo disse, o Espírito atrai para nós coisas que a gente não queria e aquelas coisas que a gente não gostava, agora, com o Espírito se tornam atraentes para nós.
E mais do que isso, ela me disse: “ele se tornou o mais rezandor da família, começou um grupo de oração em casa, ele fica percorrendo a cidade com a sua Bíblia embaixo do braço evangelizando através da escritura. E ele se tornou uma nova criatura”. Aplausos ao Senhor por isso. Aplausos.

O que eu fiz? Nada, exceto o que a Bíblia e Jesus nos dizem para fazer.
E Jesus disse: “aqueles que crêem em mim imporão as mãos sobre os doentes e os viciados e eles serão libertos”.
Eu ponho em prática aquilo que eu li na Bíblia. Isso você pode fazer na sua própria família: você não precisa ir a uma pessoa especial ou a um padre especial para ele ouvir seus problemas, isso pode ser feito por você mesmo.

Caso: os Irmãos Briguentos.
Eu estava dando um retiro para padres no sudoeste da Índia e uma mulher veio me ver com um problema, uma dificuldade que ela tinha.
Ela pediu que eu rezasse por seus filhos porque eles eram muito violentos. Eles tinham 12, 10 e 8 anos de idade. Ela me dizia que o dia inteiro eles ficavam brigando. Os pais sabem o que acontece na família quando os filhos brigam, eles ficam muito perturbados, eles não sabem o que fazer. Então começam a gritar e aí começam a bater neles e isso não resolve o problema, e isso só faz ficar pior.
E ela me disse: “os meus três filhos brigam o dia inteiro, até mesmo com violência e até mesmo com canivetes”. E todos os dias ela precisa fazer ataduras para eles.
O marido não conseguia resolver, ele começou a beber, perdeu todo o seu interesse na família. E ela também não conseguia resolver a situação, ela até mesmo queria cometer suicídio.

Então ela me disse: “padre, reze por eles, para que eles possam mudar”.
Então eu perguntei a ela: “você quer que os seus filhos mudem?”
Ela disse sim.
Então a minha resposta foi muito simples: “primeiro: mude você mesma”.
Ninguém pode mudar a outra pessoa, nem mesmo Deus. A única pessoa que nós podemos mudar é a nós mesmos. E aí está o poder do Espírito Santo.
Eu disse a ela: “eu vou dar um retiro na semana que vem. Por que é que você não vem para esse retiro?”
Na semana seguinte ela estava naquele retiro. Logo a primeira pregação já abriu os seus olhos, com Jesus tendo mostrado como aquele que pode mudar o ambiente ao nosso redor, mudando primeiro a nós mesmos.
E aí, naquele retiro, quando o Senhor falava com ela através dos meus sermões, ela fez esta oração: “Senhor eu vim para mudar-me com a sua ajuda, com o seu espírito. E eu não vou pensar nos meus filhos. Quem sabe eles já estão até se matando em casa, mas esse problema é seu, você que deu a eles para mim. É melhor que você tome conta deles. Eu quero entregá-los a você. E ajude-me a fazer um bom encontro, porque eu percebi que primeiro eu preciso mudar a mim mesma antes que eu mude os meus três filhos”.
E ela fez um excelente retiro.
Eu ainda me lembro de uma carta que ela escreveu para mim uma semana depois: que quando ela chegou a sua casa encontrou uma tremenda mudança nos seus três filhos. Eles ainda se agrediram finalmente, mas nunca mais violentamente com socos e menos ainda com canivetes.
Muitos anos mais tarde eu fui dar um retiro na mesma região durante a Semana Santa e na vigília do sábado santo um jovem veio falar comigo.
Ele disse: “padre, eu posso trazer a minha mãe para que o senhor reze por ela?”
E eu disse: “mas a sua mãe está muito longe daqui da casa de retiros. Como é que você vai conseguir ir até lá e voltar?”
E ele disse: “eu vou dirigir durante a noite e eu vou trazê-la até você antes que você volte para Bombaim”.
E, no domingo de páscoa, pela manhã, ali estava ele com a sua mãe e ela olhou para mim e o rosto dela me pareceu familiar.
E ela disse: “padre, o senhor não me reconhece? Eu era aquela mãe que veio para que o senhor rezasse pelos meus três filhos. A partir daquele dia eles foram completamente mudados e este é o meu filho mais velho. Agora ele é quem está trazendo a mim para que o senhor reze por mim. Ele é o líder da Renovação Carismática na sua diocese”.
É o que o Senhor faz. Aplausos. Quando o Senhor realiza a sua obra ele a realiza com perfeição, não deixa escapar nenhum detalhe.

Caso: “Aquela” Menina.
Às vezes é difícil saber como lidar com as crianças porque elas não se comunicam bem conosco. Mas ali, no profundo deles, existe o grande desejo de crescer e de florir na vida e, especialmente se não tem ninguém na família que a ajude, então o inimigo está pronto para tomá-las de nós.
Eu era diretor de uma escola secundária em Bombaim e no começo do ano eu fiz a admissão de três crianças na escola.
Então eram duas meninas, uma no terceiro ano, uma no segundo ano e o irmãozinho no primeiro ano. E a mais velha, que estava no terceiro, com freqüência vinha ao meu escritório e trazia o seu irmãozinho.
E ela dizia: “padre, ele é muito bagunceiro, e muito chato. Bata nele!”
Então eu pegava minha a régua, e eu batia no menininho bem fraquinho.
Um dia eu disse a ela: “mas você está agindo como se fosse a sua mãe! Você não deveria trazer o seu irmão para ser punido. Cadê a sua mãe?”
- A minha mãe saiu de casa foi embora com outro homem para Dubai.
- E onde está o seu pai?
- Ah, ele saiu com outra mulher para Doha.
E eles foram deixados com seus avós.
Eu disse para eles: “eu achava que vocês deveriam ir para uma escola melhor e mais perto da sua casa”.
Ela disse: “nós não conseguimos a matrícula lá porque nós somos pobres. E as pessoas disseram para vocês que se a gente não conseguisse se matricular em nenhuma escola que a gente viesse para sua escola”.
Porque a minha escola era formada justamente para os pobres.
Eu disse para ela: “você gostaria de ir para que a boa escola?”
- Sim.
Então eu a coloquei naquela outra escola, eu falei com a diretoria, e com todos da escola.
Alguns meses depois, quando eu estava na minha paróquia, eu vi crianças brincando no jardim e ela estava lá. Eu a chamei e eu disse:
- Suas férias já começaram?
- Não.
- Então por que é que você está fora da escola, fora do internato?
- Eles me mandaram embora da escola.
- E como é que isso poderia ter acontecido?
Naquele momento a sua tia chegou e eu disse:
- Você está vendo que a sua sobrinha está dizendo? Que ela foi solicitada a deixar a escola? Por que é que aconteceu isso?
- Porque a minha sobrinha, todos os dias, caía no chão como uma pessoa possuída.
A irmã, diretora daquela escola, acabou vindo me ver naquele momento e eu perguntei a ela:
- Você viu o que esta jovem está dizendo? Que ela caía todas as tardes no chão, como que possuída? E ela foi mandada da embora da escola?
- Sim, padre, é a verdade. Nós tivermos que pedir a ela que deixasse a escola, porque todos os dias a tarde ela caía como alguém possuída e brigava com todas as jovens.
Quando eu ouvi isso eu fiquei muito triste e eu perguntei a tia dela:
- Por que é que vocês não me contaram?
- Nós tentamos muitas vezes encontrá-lo, mas os padres da paróquia nos disseram: “nós não sabemos onde está o padre Rufus, nem o Espírito Santo sabe onde ele está”.
Então eu disse para ela: “então eu vou rezar por você”.
No momento em que eu comecei a rezar por ela a menina começou a reagir violentamente, e ela começou a gritar dizendo que tinha uma dor terrível na cabeça, então eu parei de rezar para não perturbar os outros padres.
E eu disse para a irmã: “eu vou voltar amanhã para rezar por ela no convento” porque as irmãs conheciam bem a questão da libertação, eu tinha dado a elas um retiro.
Então, quando eu estava rezando por esta jovem, o espírito do mal começou a falar e começou a revelar como é que ele tinha entrado nela. Uma jovem da vila tinha morrido na mesa de operação e parecia que aquele espírito dela tinha entrado nessa menina. E por quê?
É o que o espírito do mal falou:
“Porque essa menina costumava ficar sentada no mesmo lugar embaixo da árvore onde aquela outra também costumava a ficar sentada e ficava pensando os mesmos pensamentos que aquela outra pensava”.
E eu perguntei para ela:
- Por que é que durante o recreio você ficava sentada de baixo daquela árvore? Você não brincava com as outras meninas?
- Nunca, eu gostava de ficar sozinha sentada debaixo daquela árvore.
- Mostre o lugar onde sentava.
E ela me mostrou exatamente o lugar que o espírito do mal me havia falado que a outra menina sentava.
E eu perguntei para ela:
- O que é que você costuma pensar quando está sentado ali?
E aí ela começou a falar que ela era uma menina muito feliz, muito faladeira, agindo sempre como se fosse uma mãe dos menores.
Mas agora ela era como um bebezinho, colocando para fora os ferimentos do coração.
Eu falei:
- O que é que você ficava pensando? 
- Eu pensava: “por que é que a minha mãe me abandonou?” “Por que é que o meu pai me abandonou?”
E era aquilo que ela ficava pensando o dia seguinte inteiro, todos os dias.
A gente acha que ela poderia estar brincando com os outros, mas somente Deus sabe o que se passava no coração dela.
E ela não falava nem aos pais. Muitas vezes as crianças não falam com os pais porque acham que os pais não os escutar, ou vão culpá-los, vão brigar com eles. Então eles mantêm aquilo no coração: como feridas, como feridas em carne viva, fazendo-se sofrer.

Então o que é que eu fiz? Eu comecei a conversar com ela. Comecei a dizer a ela:
“Todos nós fazemos coisas erradas.
“A sua mãe fez uma coisa errada em deixando vocês e ir embora com outro homem.
“O seu pai também fez algo errado.
“Mas eu acho que eles agora estão se sentido muito tristes porque fizeram coisas erradas.
“Eles devem estar se sentido muito tristes por terem abandonado vocês.
“Quem sabe eles já não se arrependeram? Talvez eles precisem de mais cura do que você precise.
Então eu quero que os perdoe, eu quero que você louve a Deus, mesmo pelo fato dos seus pais têm de deixar  porque Deus está no controle total das faquir. Existe 0um propósito em toda a sua vida”.
Então eu rezei por ela e que isso foi o final.
Mas não o final! Alguns anos depois, depois que os coloquei de volta à escola, eu adverti às irmãs que elas tomassem cuidado para que ela não repetisse, dizendo que se ela falhasse seria uma vitória de satanás.
Ela precisa receber a promoção este ano, e de forma justa.
Alguns anos mais tarde eu fui para outra escola de convento, e ali existia uma recepcionista.
E ela disse: padre, o senhor não me reconhece?
E eu disse não.
- Eu era “aquela” menina naquela escola.
- Ah, você é “aquela” menina?
E então ela me contou que tinha terminado a escola, tinha conseguido aquele emprego temporário, estava buscando um emprego até melhor e ela me disse:
- Padre, o senhor pode conseguir um bom emprego para mim?
- Sim, eu vou tentar.
- Vocês padres só prometem e não fazem as coisas.
Puxa! Eu fiz tanto por ela e ela esqueceu? Mas eu também me esqueci disso.
Muitos anos mais tarde, havia alguém batendo à minha porta. Era dia 8 de setembro, a festa da natividade de Nossa Senhora que é a patrona de Bombaim. E quando eu abri a porta havia uma jovem.
- Quem é você? – perguntei.
- Eu sou “aquela” menina que você rezou por mim lá no convento. Agora sou casada, tenho um emprego em Dubai, este é meu marido, esse é meu filho. Todo ano que volto para Bombaim volto para agradecer a Maria e a você. Maria a gente sempre encontra, mas você, padre, a gente nunca encontra.  Aplausos.
É assim que Deus cuida das crianças.
Como eu posso me esquecer daquele dia que eu a vi possessa? Que ela já tinha deixado a escola? Ela tinha me contado que, como não tinha me encontrado, tinha ido a um curandeiro muçulmano e já tinha dado um monte de dinheiro para ser liberta? E eu perguntei “você ficou melhor?” “Não, eu fiquei muito pior”? Como eu posso esquecer do dia em que essa pequena menina estava na rua, sem escola? Talvez a única forma pela qual estaria vivendo seria na rua? Ali, sem pai sem mãe? E agora ela estava com uma linda família com a esposa e filhos. É o trabalho de Nosso Senhor Jesus Cristo! E um exemplo disso é uma Santa Família! Aplausos.

Então, uma das coisas que nós estamos fazendo quase todos os dias e todas as semanas é resgatar as nossas crianças do poder de satanás.
É incrível como o que nós precisamos fazer é tão pouco... O Senhor faz tudo!
Nós precisamos fazer só duas coisas: ter fé. Quanta fé? Um pouquinho de fé. Tão pequeno como um grão de mostarda. Você não precisa ter uma grande fé. Uma pequena fé é suficiente para fazer do impossível o possível.
E o que nós precisamos ter é amor, um pouquinho de amor: amor que sobrepõe todos os obstáculos. A gente nunca sabe qual pode ser o resultado de nosso “confiar totalmente em Deus”.

Com freqüência o pior peso das nossas crianças é a questão do suicídio. Com freqüência as pessoas vêm me contar que fulano cometeu suicídio, tal pessoa da família cometeu suicídio. E o suicídio só acontece quando a pessoa está em desespero, e não encontra solução.

Caso: a Estudante Repetente.
Eu estava dando um encontro em outra paróquia em Goa. Toda noite eram feitas  pregações e toda manhã eram as orações.
E, de repente, quando terminei a oração e aconselhamento com uma pessoa na minha sala e estava esperando a próxima pessoa entrar, vi três mulheres arrastando uma jovem para a minha sala. Uma jovem em idade escolar, talvez com 14 anos.
Eu perguntei: “o que é que está acontecendo?”
Elas eram as líderes da Renovação naquela cidade e disseram:
- Nós estávamos indo para a igreja, passando pelo cemitério, e nós vimos essa jovem perto de um túmulo, com uma lâmina em sua mão querendo cortar seus pulsos. E nós corremos, impedimos e a trouxemos para o senhor.
E essa jovem estava gritando: “Deixe-me ir! Deixe-me ir lá!”
Eu perguntei a essas mulheres: “onde é esse lugar? Onde ela está querendo ir?”
- Padre, ela está apontando para o cemitério, ela quer ir para o cemitério para se matar.
Então que foi que o fiz? Sempre sob a condução do Espírito Santo, eu segurei a sua mão, eu disse: “eu não vou te largar até você me falar porque é que você quer se matar”.
Por um longo tempo para não falou nada e finalmente, com força da oração, ela foi forçada a colocar para fora a sua vida.
Três Coisas Perturbam Nossas Crianças.
Esse caso nos mostra que há, principalmente, três causas que prejudicam as nossas crianças, especialmente aqueles adolescentes.
É a primeira coisa que ela me disse: “eu estou na 8ª série da escola, e dois anos atrás eu repeti nos exames. E tive que repetir o ano. No ano seguinte, na hora do exame, novamente eu falhei e tive que repetiu o ano. E agora chegou a hora do exame novamente, e eu sei que eu vou repetir”.
Primeiro: Falta de Sucesso e Comparações (inferioridade).
Com freqüência o que prejudica as nossas crianças é a falta de confiança, a falta de sucesso, que fica muito pior quando os pais ficam comparando aquela criança com outras crianças:
-         “Olhe para sua prima, como ela está indo bem”.
-         “Você é uma desgraça para nós”.
-         “Esperava que você nunca tivesse nascido”.
Falta de sucesso na escola pode ser uma carga pesadíssima para as nossas crianças. Eu sei porque eu fui um diretor de quatro grandes escolas em Bombaim.
Segundo: Rejeição, Condenação, Reprimendas sem Amor.
Em segundo, o que mais piora as coisas? É o que o seu irmão mais velho, que era como um pai para elas, começou a falar: “se você repetir pela terceira vez eu não quero mais o olhar no seu rosto”.
É como uma maldição: “eu não quero mais olhar no seu rosto”.
Então ela disse:
- Padre, ele disse: “você pode ir se matar”.
É uma maldição ainda mais forte.
O que normalmente faz à vida das crianças muito mal é quando, ao invés de receber amor e encorajamento, eles recebem dos mais velhos e de seus pais somente condenação. Isso é como uma espada que perfura o coração da criança.
Terceiro: Práticas Ocultas.
E terceiro, a sua mãe costumava levá-la a todas as benzedeiras para que ela passasse nos exames. Apesar de serem que famílias católicas, aliás de origem portuguesa, a sua mãe, no desespero, a levou para todos esses benzedeiros e curandeiros.
Quando ela me contou tudo isso, então disse:
- Agora eu vou rezar por você. Mas antes de rezar por você eu quero lhe dizer que passar nesse exame não é a coisa mais importante da sua vida. E eu estou falando isso com você não como padre, mas como um diretor de escola. Existem muitas coisas mais importantes na vida do que simplesmente passar no fim do ano. Eu quero que você louve-se o Senhor se você falhar no exame deste ano.
É claro que ela não faria isto, ninguém quer louvar a Deus por ter falhado pela terceira vez. Mas ela entendeu que o queria dizer. Porque quando você está louvando a Deus você está dizendo: “Senhor o senhor está com toda a minha situação em suas mãos, você permitiu que essas coisas aconteçam para mim somente porque você me ama e você tem um propósito até mesmo nas minhas falhas”.
Então ele começou a louvar a Deus, que ela poderia falhar a terceira vez.
As pessoas vão fazer o que em você diz quando elas vêem que existem autoridade e amor em vocês. As crianças vão obedecer aos pais quando os pais mostram autoridade e amor. E depois de louvar a Deus, eu rezei por ela, foi o final. 
Mas ela estava ali ainda sentada.
Eu disse: “agora você pode ir. Vai vir mais alguém para receber”.
Mas ela não queria se levantar.
Eu disse: “você tem que ir”. Ela se levantou, mas não para sair.
Eu disse: “você tem que sair”. E ela não queria sair.
Eu disse: “o que mais você quer?”
Ela disse: “eu quero chorar”.
Ela se ajoelhou aos meus pés e começou a chorar tão alto que os outros padres da paróquia vieram ver o que estava acontecendo, eu fazendo a jovem chorar daquele jeito. Mas o próprio choro dela era a cura.
Então ela saiu do local.
Naquela noite, no encontro com todas as pessoas da igreja, ela teve a coragem de chegar até a mim e dizer: “eu quero da o meu testemunho”. Uma jovem escolar.
E ela disse três coisas:
1.      Quando o padre estava rezando por mim eu percebi que minha mãe tinha quebrado o primeiro mandamento, ao me levar a esses feiticeiros e benzedeiras. E eu renunciei a tudo isso em nome da minha mãe e em meu nome. Eu renunciei de ela ter me levado a esses espíritas e esses curandeiros.
2.      Quando ela estava chorando todo o seu amargor contra os irmãos desapareceu. E ela foi preenchida por um tremendo amor por eles.
3.      Quando ela estava na minha sala eu dei água benta para ela beber porque estava com sede. E quando ela levou a água benta aos seus lábios, ela havia jogado a água benta fora. Tinha dito: “é veneno, é ruim”. E eu disse para as irmãs que ela tinha que tomar aquela água, mesmo à força. Então ela começou a beber avidamente e eu perguntei: “como está agora?” Ela falou: “eu nunca bebi água tão doce”.
Então outra coisa que ela disse: quando ela saiu novamente ela tinha sede e encheu copo de água e veio a mim pedindo que eu abençoasse, mas havia outra pessoa comigo. Então ela levantou o copo para Jesus e pediu: “Jesus abençoa esta água”.
E quando ela bebeu aquela água, ela era tão doce, mais doce do que aquela água que eu havia abençoado. Era o sinal de que ela estava totalmente curada. Agora ela é uma evangelizadora daquele lugar. Um grande aplauso ao Senhor por isso. Aplausos.
Essa é somente uma história que eu partilho com vocês, mostrando os tremendos sofrimentos por que os jovens e crianças passam.
E, ao obedecer a alguém, quem é melhor do que Jesus para os acolher? Falando a eles palavras de cura e amor?
Eu vou terminar agora com este incidente que aconteceu.

Caso: “Ele é um Demônio” e o Dia da Sagrada Família.
Depois de dar um retiro na Índia estava conduzindo uma grande reunião de cura. Era a festa da Sagrada Família, depois do Natal, um bom dia para rezar pela cura.
E as pessoas vinham na fila um a um.
Havia uma mãe com o seu filho de dez anos e eu perguntei para ela: “o que é que você quer que eu reze pelo seu filho?”
E ela disse: “padre, reze para que ele seja um bom menino, porque ele é um demônio”.
Eu fiquei surpreso. Eu olhei para o jovem, olhando se tinha chifes, ou se tinha rabo, não vi nenhum rabinho e nem chifres.
Eu disse para a mãe: “ele parece que ser um bom jovem”.
- Não, padre, reze por ele para que ele se torne um bom menino, porque ele é um demônio.
- Mas eu pensei que você ia pedir para que eu rezasse pelos seus estudos ou pela sua família ou pelo seu marido ou pelo seu emprego. Ou talvez para a saúde, uma doença do filho.
- Não, padre, reze por ele para que ele se torne um bom menino, porque ele é um demônio.
- E então por que é que você diz que ele é um demônio?
- Porque quando nós estamos rezando o rosário em casa ele nunca está conosco para  rezar. Ele derruba as estátuas, ele apaga as velas e ele se torna tão violento que nem quatro homens conseguem segurá-lo. Às vezes foge casa e volta depois de casa depois de dois ou três dias. A gente fica cheio de ansiedade e de medo.
Portanto:
- Não, padre, reze por ele para que ele se torne um bom menino, porque ele é um demônio.
Eu disse: “ok, eu vou rezar por ele”.
E quando eu estava rezando por ele, eu percebi que a sua mão direita estava torcida e deformada. E depois da oração para disse essa mulher:
- Eu teria esperado que você dissesse que eu rezasse pela mão dele. Por que é que a mão dele está assim?
- A mão dele é assim desde que nasceu. Por isso ele nem usa sua mão direita. Ele escreve com mão esquerda, ele joga com a mão esquerda, ele até come com a mão esquerda.
- Eu pensei que você ia pedir para rezar pela cura da sua mão direita.
- Não padre, reze por ele para que ele se torne um bom menino, porque ele é um demônio.
Eu disse para ela: “eu já rezei para que ele se torne um bom menino. Mas agora eu quero rezar para que também ele seja curado da sua mão”.
Enquanto estava rezando por ele, para minha grande surpresa, a mão começou a ficar reta, boa e forte. Eu não conseguia acreditar no que estava vendo, e assim terminou.
Mas não terminou!
No dia seguinte, a mãe veio me ver novamente com o menino.
Ela me disse: “padre, desde ontem já houve uma mudança total no nosso filho. Foi ele que nos lembrou que estava na hora do rosário. Foi ele que acendeu as velas. Ele nos conduziu no rosário. Ele se tornou um completo bom menino. E esta manhã ele ficou me chamando para eu ir para a igreja e acabamos de passar uma hora diante do Santíssimo Sacramento. Agora ele se tornou completamente um bom menino”. Aplausos.
E eu perguntei para ela: “e a mão dele?”
- Ah, ontem ele começou a escrever com a mão direita. Começou a comer com mão direita. Começou a jogar com a mão direita.
O Senhor diz: “busquem primeiro do reino de Deus e tudo o mais virá”.
Então ela veio até a mim e sussurrou no meu ouvido: “meu filho estava me dizendo que quando o senhor estava rezando por ele ontem para que ele se tornasse um bom menino, e quando o senhor sugeriu que queria rezar para sua mão direita, Jesus-menino apareceu para ele e disse: “agora que a sua mãe pediu ao padre que ele rezasse para que você se tornasse um bom menino, eu fiz de você um bom menino, e eu vou curar também a sua mão direita”. Aplausos.

Conclusão.
Então me lembrei o que aconteceu aquele dia no evangelho. Quando Jesus viu as mães trazendo as crianças até ele para oração de cura e os apóstolos ficaram bravos e disseram para as mães “não tragam seus filhos, não perturbe o mestre. Ele está ocupado com coisas mais importantes do que ficar pensando em crianças e bebês”.
E o que é que Jesus disse? “Não impeçam as crianças de virem para mim, permitam-nas de se aproximar de mim, porque a elas pertencem o reino dos céus”. E que é que Jesus fez? Ele pegou uma por uma no seu colo, as abraçou, as beijou, colocou a sua mão sobre suas cabeças e rezou por elas.
E é o que Jesus fez. Então Jesus disse depois: “a menos que vocês se tornem como as criancinhas, a menos que vocês, pais, também não vivam como crianças, com confiança total em Deus, aprendendo das suas crianças quantas coisas elas dizem, a menos que vocês se tornem crianças, não entrarão no reino dos céus”.
E como é que Jesus viveu sua vida aqui na terra? Ele não apareceu como um homem, ele nem apareceu como um jovem, ele veio como um bebê, veio como menos que um bebê, veio como um feto no ventre de Maria, porque ele queria dar essa importante lição, que como as crianças nós precisamos ter plena confiança no Senhor:
Sem as ambições para não nos ferimos uns aos outros.
Com a inocência de não fazer as coisas erradas.
Cheios de amor, do amor de uma criança por Deus.
A menos que você se torna uma criança, você não pode entrar no reino de Deus. Amém. Aplausos. 

2008
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  4. Deus Cura os Casais e as Famílias - 27/09/2008 - 14h15
  5. Resgatar os Jovens e as Crianças - 27/09/2008 - 16h30 <== você está aqui.
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