006 Experiência de Cura em Emaus


Experiência de cura em Emaus - Inner Healing Experience in Emaus

~~Experiência de Cura em Emaus

21/09/2000 9h00
Por  Padre Rufus Pereira
Tradução: Vinícius Adamo
Transcrição e adaptação: Carlos S. Gushiken


Meus queridos irmãos e irmãs no senhor Jesus...
Quando eu vim aqui no ano passado eu não imaginava que eu viria tão cedo pela segunda vez.
O que eu vi o ano passado no Brasil teve um grande impacto sobre mim, e em cada lugar que eu vou, no mundo inteiro, eu tenho partilhado o que  experimentei o ano passado aqui no Brasil, especialmente aquilo que eu vi e experimentei aqui na Canção Nova. Tudo aquilo que aconteceu aqui no rincão e também em todos os lugares aqui na Canção Nova me impressionaram demais e a mim pareceu que era um milagre especial de Maria.
Eu estou feliz de ver que o rincão que está mais novo e mais bonito, e eu oro para que realmente esses quatro dias sejam dias de muita graça e de muita atenção para cada um de nós.
Hoje, quando eu estava buscando no Senhor o que poderíamos falar, porque eu não tenho a intenção de repetir o que eu já falei no ano passado, então eu me esqueci o que eu falei no ano passado.
Mas o Padre Jonas me lembrou que hoje é o Dia da Eucaristia, quando eu perguntei a ele se havia um tema específico para o encontro e se havia um tema específico para hoje. E o Padre Jonas disse: "Hoje é o Dia da Eucaristia".
E, como hoje é quinta-feira, nós sabemos que a Igreja Católica tem um olhar especial para a Eucaristia: quinta-feira é o dia do Santíssimo Sacramento e também este é o Ano Jubilar, o Ano da Eucaristia.
E quando o Padre Jonas leu hoje de manhã a profecia de Isaías, então percebi que as palavras que foram lidas foram as palavras do tema do Evangelho de São Lucas, porque o Evangelho de São Lucas é, acima de tudo, o Evangelho da Evangelização, é o Evangelho da Eucaristia.
E eu gostaria de falar hoje com vocês o que a Eucaristia era para São Lucas.
Todos os Evangelhos terminam com a narrativa da ressurreição e das aparições de Jesus ressuscitado e, no Evangelho de São Lucas, o último capítulo, o capítulo 24, nos dá a narrativa das aparições de Jesus aos seus apóstolos. Muitas dessas narrativas das aparições nos quatro Evangelhos são similares, até mesmo iguais. Mas no capítulo 24 do Evangelho de São Lucas nós temos uma história de aparição, que não está nos outros três Evangelhos. E o capítulo 24 do Evangelho de São Lucas é um dos capítulos mais longos de toda a Bíblia.
E eu espero então que hoje mesmo, quando você sair daqui, dê uma boa leitura desse capítulo 24 com muita calma e com muita profundidade, e para entender esse capítulo eu preciso ler também o primeiro capítulo do outro livro de São Lucas que é os Atos dos Apóstolos, porque esses dois livros são, na verdade, praticamente um livro só. O livro Atos dos Apóstolos começa exatamente quando termina o Evangelho de São Lucas.
Então, nesta primeira palestra, eu gostaria de falar primeiro exatamente isso para vocês: capítulo 24 de São Lucas e o primeiro capítulo do livro Atos dos Apóstolos.

Os quarenta dias: o que significa?
No capítulo um dos Atos dos Apóstolos nós lemos alguma coisa muito bonita e interessante, lemos que Jesus apareceu para os seus apóstolos por quarenta dias.
Então, por que é que Jesus apareceu para os seus apóstolos durante quarenta dias?
Por três anos Jesus ministrou para o seu povo pela pregação e pela cura, esse foi o primeiro período do ministério de Jesus e depois você tem esse pequeno período, de apenas quarenta dias, quando Jesus apareceu para o seus apóstolos depois da ressurreição. Depois você tem outro período pequeno de nove dias, quando os apóstolos se reuniram depois da Ascensão de Jesus, esperando pelo Espírito Santo.
Então, mantenha isso bem claro na sua mente, essas três colunas: os três anos de pregação e cura, os nove dias dos apóstolos esperando pelo Espírito Santo, mas o que liga o primeiro período para o primeiro período é esse período intermediário de quarenta dias.
E esses quarenta dias são muito, muito importantes, e essa é a razão pela qual o Evangelho termina nos dizendo o que acontece nesses quarenta dias.
Quarenta dias é um número bíblico muito importante.
Moisés jejuou por quarenta dias esperando receber o Senhor, o nosso Deus.
O grande profeta Elias também jejuou por quarenta dias.
Jesus também começou o seu ministério jejuando por quarenta dias.
E Jesus vai terminar o seu ministério passando quarenta dias com os seus apóstolos. Os primeiros quarenta dias foram para preparar Jesus e esses outros quarenta dias foram para preparar a Igreja para o povo.
Vocês estão entendendo o que foi dito? Estão gostando do que estou dizendo?

As três razões para Jesus aparecer aos apóstolos
Agora, o que aconteceu nesses quarenta dias? Por que é que Jesus apareceu para os seus apóstolos por quarenta dias? Por três razões:
Primeira razão para Jesus aparecer: anunciar a Ressurreição
Primeiro de tudo para que ficasse bem conhecido que ele estava ressuscitado dos mortos, que ele estava vivo e que ele estaria com eles sempre. Essa é a primeira razão pela qual Jesus apareceu por esse tempo. Algum outro líder religioso chegou a dizer a seus seguidores que ele estaria vivo e estaria com eles todo o tempo? Nenhum outro, só Jesus.
Segunda razão: exortar os apóstolos a continuar o Seu trabalho
A segunda razão pela qual Jesus apareceu esse tempo para os apóstolos era para dizer a eles que eles teriam que continuar seu trabalho. Jesus já tinha dito a eles: "Assim como eu vivo, vocês vivem". A vida de Jesus agora está em vocês assim como está em mim, assim como São Paulo diz: "Eu vivo, mas não sou eu que vivo, é Jesus que vive em mim".
E agora Jesus vai dizer para os apóstolos: "Assim como o Pai me enviou, eu vos envio". Não é que a missão de Jesus terminou e agora a missão da Igreja começava. Na verdade a missão de Jesus tem continuidade na missão da Igreja. Por isso essas lindas palavras de Jesus: "Assim como o Pai me enviou, eu vos envio".
Por isso o Senhor disse a Isaías: "Quem eu enviarei?" e Isaías estava antecipando a resposta da Igreja, a sua resposta, a minha resposta: "enviai-me".
E o que Jesus disse aos apóstolos? Ele disse aos apóstolos que eles tinham que continuar o seu trabalho: "Vocês têm que ir para cada canto do mundo, vocês têm que pregar o Evangelho a cada ser humano, vocês têm que curar a todos doentes, vocês têm que libertar todos os que estão possuídos".
É o Evangelho que nos dá a ideia de Jesus, da missão de Jesus. E a ideia do Evangelho de São Lucas sobre a missão de Jesus é esta, Jesus disse aos apóstolos: "Vocês serão as minhas testemunhas, minhas testemunhas até os confins do mundo".
Algum líder religioso alguma vez falou para os seus seguidores que devem ir a todo mundo para curar todos e libertar todos? Nenhum, só Jesus. Que tremenda responsabilidade! Para você e para mim! Ao mesmo tempo, que privilégio incrível que nós possamos fazer o que Jesus fez.
Jesus disse aos seus apóstolos no Evangelho de São João, capítulo 14, versículo 12: "Se você crê em mim, você fará o que eu faço e fará ainda coisas maiores". E esta é a segunda razão pela qual Jesus apareceu para o seus apóstolos, para dizer a eles que eles - e agora você e eu - temos que tomar o lugar de Jesus no mundo.
Talvez a única Bíblia que as pessoas possam ler é a Bíblia que está em você e está em mim, talvez o único Jesus que as pessoas encontram é o Jesus que você apresenta e que eu apresento.
Terceira razão: anunciar o poder do alto que acompanharia os apóstolos
E a terceira razão pela qual Jesus apareceu aos apóstolos foi para lhes dizer que eles não seriam capazes de fazer seu trabalho sozinhos, mas que eles precisariam de uma ajuda especial. Ele disse a eles que esperassem para receber o poder. De onde? Não da terra, mas do alto.
E qual foi esse poder? Não é alguma força, alguma energia, mas é uma pessoa: o Espírito Santo.
Esta foi a razão pela qual Jesus apareceu aos seus apóstolos, como ele disse aos apóstolos no último capítulo, versículo 18: "Vocês vão receber o poder do alto, então serão as minhas testemunhas até os confins do mundo".
Toda  minha vida eu morei em Bombaim, na Índia, e eu não imaginava que um dia eu poderia estar no Brasil. Eu já estive em todos os lugares no mundo, exceto no Círculo Ártico, que é lá no gelo, e no Círculo Antártico.
E isso é o que Jesus imaginava no seu coração quando disse: "Vocês serão minhas testemunhas até os confins do mundo".
Será que algum líder religioso deu a seus seguidores a força e o poder que Jesus deu aos seus apóstolos? Nenhum outro líder, só Jesus.
Então nós podemos entender porque que o Cristianismo é superior a qualquer filosofia e a qualquer outra religião. É algo diferente, é algo único. Então agora vamos à coisa mais importante desta primeira colocação. Tudo o que eu disse que até agora é, de certa maneira, uma introdução.

A principal razão de Jesus aparecer: curar e libertar os apóstolos
Eu disse que o Jesus apareceu a seus apóstolos por três diferentes razões, mas não estava lá muito correto porque havia uma outra razão, uma razão que estava por trás dessas três razões: foi porque Jesus compreendia que seus apóstolos não seriam capazes de realizar seu trabalho se antes eles não recebessem cura e libertação.
Você poderia me dizer: "Mas onde está isso na Bíblia?"
Eu digo para vocês que isso está muito claro no capítulo 24 do Evangelho de São Lucas:
Um dia dois discípulos de Jesus estavam indo de Jerusalém para Emaus. Que dia foi aquele? Era um domingo, era o terceiro dia depois da crucificação de Jesus. Eles não podiam viajar, caminhar no sábado, e então eles esperaram para o dia seguinte, domingo.
E é assim que a narração começa: “esses dois discípulos estavam viajando de Jerusalém para Emaus”.
Por que eles estavam deixando Jerusalém e voltando para Emaus? A história nos conta que eles haviam visto seu líder ser crucificado e morto, e eles tinham visto todos os apóstolos fugirem. Eles tinham ouvido e visto que um dos apóstolos negou Jesus eu o outro tinha traído Jesus. Era o fim dos seus sonhos, eles sentiam agora que eles teriam que fechar esse capítulo no livro de suas vidas e eles diziam: "Vamos voltar para casa".
Eles haviam deixado as suas casas, talvez algum tempo antes, talvez alguns meses ou anos, para seguir Jesus, para serem discípulos de Jesus, porque aquilo que Jesus dizia fez com que eles tivessem uma nova visão a respeito das suas vidas e do seu país. Eles nunca tinham visto alguém falar daquela maneira que Jesus falava e nunca tinham visto alguém curar e repreender os demônios como eles tinham visto Jesus fazer. Era uma coisa excitante para eles. Que privilégio era ser um dos discípulos de Jesus!
E de repente, naquela sexta-feira, os seus sonhos acabaram, as suas esperanças se acabaram. E talvez eles estivessem dizendo a si mesmos: "Qual foi o grande erro que nós cometemos?", "Nós deixamos a nossa família para sermos da família de Jesus" e "A família de Jesus não existe mais". "Nós deixamos os nossos trabalhos para trabalhar com Jesus e o trabalho de Jesus não existe mais", "Vamos voltar para casa", "Vamos voltar para as nossas famílias, tentar obter de volta os nossos trabalhos".

O viajante
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL69Toco6uR80CI3N8u9XYOohEYuEvCJDeL3XmvFeRFip8LZrYQn7bA-d3kFaxFtXp_jVsq-PE0oSmp4Y2s5hnHVQktKYp3axHipAsG1qT-O7mcnBHqxNBwJkU5fW33J9XOwdS1BPSZBo9/s320/emaus-10241.jpgE enquanto eles estavam caminhando você poderá imaginar o quanto eles estavam tristes. Mas alguma coisa aconteceu. Um estrangeiro juntou-se a eles no caminho e começou a falar com esses dois discípulos. E ele lhes perguntou:
- Por que é que vocês estão tão tristes? Nunca vi pessoas estão tristes como vocês estão agora.
E com surpresa eles disseram a esse estrangeiro:
- Você não viu o que aconteceu em Jerusalém nesses dois dias?
- Que coisas?
E então eles partilharam com esse estrangeiro os seus ferimentos e seus sentimentos de tristeza.
E o primeiro ferimento que eles compartilharam contando que aquele que eles tanto amavam, e de quem eles tanto esperavam, havia sido morto na cruz.
E eles partilharam o segundo ferimento que era que a esperança que eles tinham de um novo mundo, a esperança do Reino de Deus instalado na terra, e essa esperança havia morrido. E eles disseram essas palavras:
- Nós tínhamos essa esperança... Nós tínhamos esperança...

Os grandes ferimentos que os dois apóstolos carregavam
Os dois grandes ferimentos de cada um de nós são os mesmos até os nossos dias de hoje.
Primeiro ferimento: perder alguém que ama
Todos nós temos esse tipo de ferimento: um filho que se foi, um esposo que deixou o lar, esse tipo de ferimento, a perda. O grande ferimento é o ferimento que a pessoa sente de ter perdido alguém que ama, que morreu de repente ou deixou a família sem nenhuma razão, talvez tenha cometido uma traição. É o grande ferimento dos tempos atuais e de todos os tempos, a perda de alguém que você amava, de alguém que você confiava.
Segundo ferimento: perder o sentido de segurança
E o segundo ferimento é a perda da segurança na qual nós nos apoiamos.
A perda do nosso lar, onde nós nos tornamos refugiados, ou a perda do emprego, ou dos nossos negócios, sem propósito, tornando-nos pessoas pobres, carentes, ou uma nota baixa na escola ou no colégio.
E esses eram os dois ferimentos principais que esses dois discípulos tinham, a esperança que havia desaparecido de suas vidas. O último ferimento, o maior ferimento, é o ferimento da desesperança, quando eu não tenho mais esperanças, a vida que não tem mais sentido de ser vivida, onde o suicídio acaba sendo a única resposta.
Nós perdemos a esperança.
Então, o que esse estrangeiro fez?
Claro que vocês sabem que esse estrangeiro não era um estrangeiro, mas era Jesus. Então Jesus reconheceu nesses dois discípulos os três ferimentos emocionais mais comuns de todo o ser humano.

Os três ferimentos: tristeza, dúvidas e medos
O primeiro ferimento é a tristeza. A tristeza, porque eles perderam alguém e porque eles perderam a esperança no futuro. Os apóstolos estavam tristes.
Quantas vezes nós lemos no final de cada um dos Evangelhos a expressão "Eles estavam tristes"? E até mesmo hoje, desse trabalho que eu tenho, de evangelizar e cuidar de pessoas, eu percebo que a grande dificuldade no coração das pessoas é a tristeza, a tristeza no coração. Uma tristeza tão profunda que nem mesmo as lágrimas vem aos olhos, a tristeza no mais profundo do seus corações. "Os apóstolos estavam tristes".
A segunda coisa que aconteceu com aqueles apóstolos é que eles estavam cheios de dúvidas. Quantas vezes nós lemos que os apóstolos duvidaram? Quando eles ouviram as mulheres dizendo que Jesus estava vivo, eles não acreditaram.
Pelos três anos, enquanto eles vinham Jesus curando as pessoas, eles creram. Pedro chegou a dizer a Jesus: "A quem nós iremos? Só tu tens palavras de vida eterna". Os apóstolos vieram a Jesus no Evangelho de São João, capítulo 6, "Você é o filho de Deus". E agora não havia mais fé, somente dúvidas. O grande ferimento do ser humano, o grande machucado do seu coração, é quando ele não acredita mais. Ele não acredita mais nem mesmo em Deus, especialmente se ele é traído por alguém perto dele e você perde a confiança em qualquer outra pessoa. Você acaba não acreditando nem mesmo na Igreja, nem mesmo nos Padres. Nem mesmo em Deus. Você pode imaginar como fica a fé de uma pessoa que só tem dúvidas no seu coração? É como um corpo sem vida que caminha.
E o terceiro ferimento que Jesus se encontrou naqueles discípulos era o medo. Os apóstolos estavam agora cheios de medo quando eles viram Jesus sendo morto daquela maneira terrível, na cruz. Quando eles viram a agonia de Jesus no Monte das Oliveiras, quando eles viram a agonia de Jesus sendo flagelado diante de Pilatos, quando eles viram Jesus carregando a sua cruz no caminho do Calvário, eles ficaram aterrorizadas.
Eles tinham medo que a mesma coisa acontecesse para eles. O Evangelho nos diz que eles ficavam com as portas fechadas, com medo dos judeus. Quantas vezes nós lemos nos finais dos Evangelhos dizendo: "Os apóstolos estavam com medo"? E os apóstolos estavam com medo.
E até mesmo hoje nós vemos que o que mais afeta o coração das pessoas é o medo.
Ontem nós encontramos em São Paulo uma jovem que dizia que ela tinha medo até mesmo de Jesus. Tinha medo até do crucifixo. Tinha medo de Deus. O que é a vida de uma pessoa somente cheia de medo? Medo de ficar sozinha? Medo da escuridão? Medo do futuro? Medo de contrair um câncer ou Aids? E os apóstolos estavam ali cheios de medo.
E Jesus disse a si mesmo: "Como poderei usar os apóstolos para o meu trabalho, se eles estão cheios de medo, estão cheios de dúvida, estão cheios de descrença? De medo?". E Jesus então percebeu: "Eu preciso curá-los dos seus medos, das suas tristezas, das suas dúvidas".

Como Jesus curou e libertou os apóstolos
Então a primeira coisa que Jesus disse, pensou e imaginou, é: "Eu tenho que trazer cura e libertação".
Vocês estão entendendo o que eu estou querendo dizer? Sim? Está certo.
Agora, o mais importante: então como é que Jesus curou, libertou da tristeza, da dúvida e do medo?
Primeiro: libertou das dúvidas
Número um, ele os libertou da dúvida explicando para eles o que aconteceu. Jesus explicou para eles: “Vocês não leram nas escrituras e nos profetas que o Messias teria que sofrer e morrer para salvar o mundo? E então entrar na sua glória?” e então Jesus começou a explicar a eles todo o antigo testamento. Jesus deu a eles um curso bíblico, explicando para eles cada profecia do antigo testamento. É a primeira coisa que Jesus faz conosco ainda hoje. O primeiro passo na cura e na libertação é ouvir a palavra de Deus.
Enquanto eles ouviam Jesus falar para eles a respeito das escrituras, o que aconteceu a eles? Alguma coisa aconteceu não somente em suas mentes, não somente no seu entendimento, mas, muito mais importante, no seu coração, os seus corações estavam sendo curados. E as dúvidas estavam os deixando.
Eles diziam um para o outro: "Nosso coração não está queimando?"
Ontem mesmo eu estava rezando por uma pessoa em São Paulo e ela dizia: "O meu corpo parece que está em chamas" porque é um sinal bíblico das coisas erradas sendo queimadas. E é um bom sinal o fogo do Espírito Santo entrando nessa pessoa.

O corpo de Cristo
Meus queridos irmãos e irmãs, a Eucaristia também vai nos curar de toda e qualquer dúvida. E nesses quatro dias, cada coisa que você for ouvindo da palavra de Deus aos poucos vai curar você e tirar de você qualquer dúvida. Como é que Jesus curou os discípulos da tristeza? Nós nos tornamos tristes quando alguém que nós amamos não está mais conosco, de repente.
Uma criança chora quando não pode ver a mãe. Mas quando a criança encontra a mãe, ela corre para abraçá-la. E como é que Jesus os libertou essa tristeza? Revelando-se a si mesmo para eles, quando eles estavam chegando próximos à cidade de Emaus, Jesus fez como que se estivesse continuando no caminho e eles convidaram que ele entrasse em suas casas e que ceasse com eles. E Jesus entrou nas suas casas e dentro da casa Jesus continuou falando com eles, então a alegria começou a voltar para seus corações.
E então, num certo momento, eles reconheceram que aquele estrangeiro era Jesus! Toda a tristeza deixou os seus corações! Então a alegria entrou dentro deles, Jesus cura a tristeza através da sua presença. Então não é somente a palavra de Deus que cura, mas é a sua presença no Santíssimo Sacramento.
Nós, ontem, voltamos de São Paulo depois de uma oração de cura de tarde. Na verdade não foi ontem, foi esta madrugada, às 3 horas da manhã. Então hoje, pela manhã, eu encontrei com Padre Jonas. Ele chegou próximo de mim e me abraçou. Ele disse: "Que alegria!" e então ele foi preenchido de alegria e quanto mais nós precisamos nos encher de alegria quando reconhecemos que Jesus está conosco? Jesus disse: "Eu estarei com vocês sempre". Apenas a presença de Jesus pode nos curar de qualquer tristeza. A sua presença pode curar qualquer ferimento no seu coração e a sua presença vai enxugar qualquer lágrima dos seus olhos.
E a última coisa que Jesus fez foi curar aqueles apóstolos dos medos. E como Jesus os curou do medo? Fazendo com que eles compreendessem que a sua presença física não era mais necessária, e sim, a presença da Igreja. No mesmo momento que eles reconheceram Jesus, Jesus desapareceu, e Jesus estava dizendo para eles com essa atitude: "Eu não preciso mais estar fisicamente com vocês. Eu estarei com vocês na união dos meus discípulos dentro da Igreja".
E foi isso que aconteceu.
No momento que Jesus os deixou, eles voltaram para Jerusalém. Mais uma vez eles disseram: "Agora nós sabemos o que fazer, agora nós sabemos que Jesus não está morto, ainda está vivo. Agora nós sabemos que o Reino de Deus virá a esta terra".
E eu posso imaginar como eles voltaram para Jerusalém: quase correndo. Eles queriam dizer aos outros apóstolos que Jesus estava realmente vivo. Quando eles chegaram naquela sala superior, onde os apóstolos se fechavam com medo dos judeus, e eles viram os apóstolos, cheios de alegria e disseram aos discípulos: "Sim, Jesus apareceu também para nós".
E quando começou essa partilha entre todos os apóstolos, todo o medo foi embora. Por que é que eu teria que ter medo? Porque eu me sinto sozinho, eu penso que ninguém está comigo, mas quando você tem um suporte e o apoio de irmãos e irmãs que estão com vocês, então você não tem mais medo.
Quando uma criança perde a sua mãe ela fica com medo, mas quando ela vê sua mãe chegar de volta, não há mais medo. E essa é a maneira pela qual Jesus os curou do medo. Então, dizendo a eles: “Vocês devem pertencer ao meu corpo”, então eles partilharam entre eles, então Jesus apareceu para eles no final do Evangelho de São Lucas.

A Igreja estava completa
Agora a Igreja estava completa com aqueles dois discípulos que voltaram para ela. Então Jesus agora aparece para a sua Igreja completa. Ele disse a eles que eles devem pregar o Evangelho. Que Evangelho? A remissão dos pecados, o perdão dos pecados. Então Jesus disse a eles que ele os estava deixando, mas ele lhes mandaria o Espírito Santo.
E o Evangelho de São Lucas termina dessa maneira, com a adoração de Jesus e os corações foram cheios de uma alegria indizível e inexplicável.

Jesus está presente
Meus queridos irmãos e irmãs...
Jesus é o mesmo hoje como ele era ontem e nós somos os mesmos hoje, como os judeus eram há 2000 anos atrás. Se na sua casa e na sua vida há tristeza neste momento, e se parecer que nada vai poder tirar essa tristeza de você, se há em sua mente dúvidas, dúvidas de tudo, até mesmo de Deus, se em toda a sua pessoa há medos de todos os tipos, saibamos que Jesus veio para nos livrar de todas as dúvidas através da proclamação da sua palavra.
Através da proclamação da sua Boa Nova Jesus veio para tirar da minha vida qualquer tristeza, dando-nos a experiência da sua presença, a sua presença especialmente na Eucaristia, especialmente a sua presença na missa.

Conclusão
Jesus veio para tirar de nós qualquer dúvida e qualquer medo nos lembrando que nós não somos indivíduos, nós não estamos sozinhos, que nós não podemos enfrentar a vida sozinhos, que nós precisamos de ajuda, nós precisamos de apoio de nossos irmãos e irmãos.
Como o Concílio do Vaticano nos lembra, aqueles que creem em Jesus, que aceitam o seu Evangelho, que recebem o Espírito Santo, se tornam uma família, a família de Deus. E Deus é nosso Pai e nós somos irmãos e irmãs.
Nós nos tornamos um só corpo, com Jesus sendo a cabeça e nós sendo seus membros. Alguns são os pés, outros são os braços, as mãos, somos todos membros de um corpo e nós nos tornamos templos do Espírito Santo. Jesus é a pedra angular desse templo e cada um de nós é uma pedra viva desse templo.
E, dessa maneira, eu vou usar as palavras do Concílio Vaticano: "Todos nós nos tornaremos um sacramento, um sinal para todo o mundo".
E as palavras de Jesus nos dizem que nós nos tornaremos as suas testemunhas até os confins da terra.

Ensaio: Crime não dá trégua e 94o. PM é morto no Estado no ano

LUTO: "Crime não dá trégua e 94o. PM é morto no Estado no ano"
(Estadão Metrópolis página C4) 
Leia o artigo na íntegra: clique aqui

Por Carlos Sadao Gushiken


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No Estadão de hoje - 23/11/12 sexta - existem dois artigos. Um é a que fala de redes soc
iais que estão sendo utilizadas para vasculhar a vida das pessoas enquanto outros estão fazendo apologia a grupos de extermínio. (ver artigo "Rede social pode levar a grupos de extermínio", mesma página)


E destaca o artigo que uma das pessoas assassinadas na chacina do Bar do Buiú era Luciene Luzia Neves, 24 anos, além de Alexandre Figueiredo (39) e Márcio Quaresma (31). Lamentamos todas as mortes das pessoas que estão presas em uma realidade difícil.


Luciene Luzia Neves era uma jovem católica que participava de um grupo de oração que lutava pelo fim da violência. Tornou-se uma mártir e devemos seguir seu exemplo e orar pela violência. O corpo foi atacado mas o mal não lhe atingiu a alma.


Fica essa nossa esperança de que todos tenham encontrado paz em Cristo Jesus no momento em que se foram, de forma violenta, pois com certeza essa não era a vontade de Deus. 


Rezamos para que todas as vítimas, que em primeiro são filhos amados de Deus - Jesus morreria por todos nós novamente - e propomos que todos nós oremos pelos que aqui ficaram. 


Que o nosso clamor pelo amor de Deus toque o coração de todos os envolvidos na violência (inclusive e principalmente de nossos irmãos que se desviaram dos planos divinos de Deus para suas vidas), e que o Espírito lhes dê forças para não realimentar esse tornado vicioso, caindo nas armadilhas do maligno, que é a fonte primordial do mal.


Em nome de Jesus, através da intercessão de todos os Santos, da Igreja terrena, do purgatório e celestial, dos Anjos, de Maria, de São José e do Espírito Santo em honra à misericórdia do nosso Deus-pai. Amém.