As
Migalhas e os Cachorrinhos
Padre
Rufus:
Meus queridos irmãos
e irmãs no Senhor Jesus, normalmente eu falo buscando inspiração na aquilo que
o Senhor quer que eu fale, olhando as pessoas e os fatos que se sucedem. Jesus
mesmo dava seus ensinamentos baseado nos fatos, e nos acontecimentos do seu tempo.
Quando ele falou
sobre arrependimento, ele se referia aos acontecimentos de seu tempo. Falou
sobre a Torre de Siloé que caiu sobre os judeus, sobre o massacre que os judeus
sofreram sob o domínio dos romanos.
E as pessoas
concluíram que as outras pessoas tinham morrido porque tinham feito algo de
errado em suas vidas. Com se elas dissessem mesmo: “se eu estou vivo é porque
não sou como aqueles que morreram no acidente”.
Jesus usava esses
ensinamentos cheios de verdade e para mostrar que todos precisavam de
arrependimento. E Jesus dizia: "não pense que você está vivo, você é mais
merecedor do que aqueles que morreram ou sofreram". Ele dizia que o
arrependimento deveria ser trazido para fora não somente das coisas que fazemos
exteriormente, mas acima de tudo, no mal que nós trazemos interiormente no
nosso coração.
Da mesma forma que
eu estou sempre olhando os fatos e os acontecimentos para perceber o que Deus
quer falar para mim e para você, hoje.
Esta manhã eu falei
para vocês no caso da libertação daquele homem que Jesus libertou de Satanás.
Nesta segunda palestra eu quero me referir a um caso semelhante que nós lemos
no evangelho. Mas desta vez não é alguém entre os judeus, mas é alguém entre os
gentios, desta vez não se refere a um jovem, mas a uma jovem.
Nesta outra história
não é a própria pessoa que pede ajuda, mas é a sua mãe que pede ajuda.
Todas as histórias
que estão no evangelho não estão ali para satisfazer nossa curiosidade. Os
evangelistas não contam essas histórias só por contar. As histórias estão ali
para nos contar, para anunciar, dizer uma mensagem muito importante.
Essa é a história de
uma mulher dos gentios que veio até Jesus para buscar ajuda.
Jesus tinha mandado
seus apóstolos para fora da Palestina, para Sidon, a área onde habitavam a
gentios. E havia esta mulher, entre os gentios, para buscar ajuda com Jesus.
Essa história dos
fala de como a pregação e a cura de Jesus foi além da Palestina.
E essa mulher veio
até Jesus e pediu que ele a ajudasse. E ela dizia: "Jesus, me ajude porque
a minha filha está possuída, um espírito do mal está a atacando constantemente".
Lembramos então que
a Jesus, neste momento, está no território dos gentios, não está entre os
judeus. Você sabe quando o que acontece quando a gente está no meio de gentios?
Normalmente, entre os pagãos, as pessoas pedem ajuda a deidades, outras fontes,
não para Deus.
Pode ser que a filha
dessa senhora estava sendo atacada por um demônio porque talvez era tivesse se
envolvido em práticas ocultas. Talvez essa mulher tenha se dirigido até as
próprias feiticeiras para que sua filha fosse libertada e sua filha acabou
piorando.
E então ela ouviu
falar de Jesus e ela veio até Jesus. Ela sabia que Jesus era judeu e ela era
uma pagã. Mas quando você tem problemas de grande dificuldade, você não vai
pensar em quem você é ou quem é aquela pessoa onde você vai buscar ajuda.
Especialmente se o problema está afetando a sua família, aqueles a quem você
ama.
E ela veio clamando
para Jesus: "ajude-me, ajude a minha filha".
E essa mulher
clamava tão alto, gritava tão alto que os apóstolos se perturbaram, eles não
conseguiam impedir que aquela mulher continuasse gritando e eles disseram a
Jesus "Ah, para que a gente fique em paz, ajude logo que essa mulher para
a gente continuar o nosso caminho".
E o quê que Jesus
disse? Ele disse uma coisa que talvez possa nos surpreender um pouco nos dias
de hoje. Jesus disse: "Eu fui enviado para os filhos de Israel, e não para
os gentios". Isso pode ser surpreendente para o nós, mas o quê que Jesus
estava dizendo?
Que o seu primeiro
trabalho era justamente trazer conversão e vida nova para os judeus, e a partir
daí, para o mundo inteiro.
De certa forma Jesus
colocou as coisas de uma forma que nos é difícil de entender, Jesus disse:
"Não é correto tirar o pão dos
filhos e dar para os cachorros".
Você pode imaginar
que Jesus estava chamando os pagãos de cachorros.
Mas naqueles dias os
judeus chamavam os pagãos de cães, os judeus desprezavam os gentios. Então,
desta forma Jesus estava falando, de uma maneira, de certa forma irônica estava
dizendo aos apóstolos: "Vocês mesmo consideram os gentios como cachorros,
por quê que vocês, agora, estão me pedindo para ajudá-la?"
Jesus era uma pessoa
muito humana, havia muita humanidade nele. Às vezes ele usava até mesmo de
ironia e de sarcasmo para chamar a atenção das pessoas.
Eu posso, eu mesmo,
entender isso. Isso porque uma vez que eu fui visitar um famoso templo hindu na
Índia. É um dos templos mais famosos em arquitetura do sul da Índia. E eu fui
com uns amigos meus para ver aquela bela construção. Nós entramos e passamos
por várias salas e salas até chegar ao santuário.
E havia um aviso
antes daquela sala:
"Não é
permitido a entrada de cães e de cristãos".
Então, para os
hindus, não havia diferença entre cristãos e cachorros. Portanto, eu entendi o
quê que Jesus queria dizer. Jesus estava usando a palavra como se fosse um dos
judeus:
"vocês consideram os gentios como cachorros. Por
quê que vocês querem que eu tive o pão dos filhos e dê para os cachorros?"
Nós, às vezes,
ficamos estranhando as palavras que Jesus diz. Jesus não poderia dizer essas
palavras, na verdade ele estava usando as palavras que os próprios judeus usavam
para os pagãos. Mesmo os apóstolos desprezavam os gentios.
Então, porque essa
mulher estava perturbando a eles, eles queriam que Jesus libertasse a
libertasse para que ela os deixasse em paz, porque Jesus teria vindo para curar
pessoas e não para ser perturbado.
Então Jesus, como se
estivesse usando as mesmas palavras, os mesmos pensamentos dos judeus, usou
essa expressão: "Vocês querem que eu tire o pão das crianças para dar para
os cachorros?"
E então, o que
aconteceu? Você sabe que quando uma mãe tem um grande amor por seu filho, ela
faz qualquer coisa para curar seu filho. Então, o quê que ela disse?
Ela disse:
"Bem,
mas nas casas os filhos comem o pão, mas os cachorros comem as migalhas que
caem no chão. Então, o pão tem que ser dado aos filhos. É verdade, que você
veio para os judeus. Mas, como que em toda casa, as migalhas de pão dadas para
os cachorrinhos. Eu peço então, não o pão, mas só as migalhas".
Foi uma linda a
resposta que ela deu e Jesus amou essa resposta e a Bíblia diz que Jesus encontrou
nela a fé. O que é que Jesus estava pensando? "Aqui está uma mãe que ama
tanto a sua filha que se satisfaz só com as migalhas."
E nós precisamos
entender que a palavra "cachorro" usada neste episódio é justamente
para cachorrinhos, aqueles mais miseráveis.
Lá em Sorocaba eu
estive hospedado em uma casa e fomos a um almoço na casa do coordenador
nacional da Renovação Carismática e eles tinham pequenos cachorros e havia um
filhote muito pequeno de cachorro. E todo mundo estava repleto de carinho por
esse cachorrinho.
Então eu entendi o
que aquela mulher que disse para Jesus: "Mas eu sou um cachorrinho" -
a mulher disse - "um pequeno cachorrinho doméstico que se satisfaz somente
com as migalhas”.
Então Jesus disse
para ela: "Por causa de sua fé, aquilo que você pediu que já se
realizou".
E quando essa mulher
chegou em casa e encontrou a sua filha liberta, liberta no mesmo momento que
Jesus disse a ela "A sua fé a salvou".
Essa história,
então, nos dá várias mensagens. Não é uma história de Jesus expulsando um
demônio, mas é a história de Jesus curando uma família. É uma história de Jesus
trazendo, devolvendo uma filha para a sua mãe.
Nós não precisamos
pensar em Jesus indo para cada lugar e expulsando demônios a todo o tempo, mas muito
mais: ele é alguém que veio para reconciliar pais com os filhos e os filhos com
os pais, reconciliar maridos com a esposa e a esposa com o marido, reconciliar
gentios com judeus e judeus com gentios.
Jesus está muito
mais interessado nas pessoas do que em demônios. E então é uma linda história
do amor de Jesus por uma mulher e sua filha.
Então o que Jesus
fez há 2000 anos atrás, Jesus está fazendo hoje. Então eu vou lhes contar uma
história dos tempos atuais. Eu espero que vocês gostem de histórias.
(aplausos)
Para cada história
do evangelho eu tenho uma história para os dias atuais.
Caso: A Garota do Santo Homem. (As Migalhas e
os Cachorrinhos - 22/09/2000)
Alguns anos atrás,
um domingo, eu estava na minha cidade natal, perto de Bombaim. Todo domingo eu
reservo para rezar para as pessoas e uma jovem veio receber oração.
Ela veio com um bebê
e veio com a sua sogra. E eu imaginei que a sogra é que tinha trazido a jovem
para oração e eu perguntei:
- Pelo quê que você
quer que eu reze?
E ela me disse que
tinha uma dor de cabeça.
E eu pensei:
"Bom, deve ser uma coisa pequena, uma dorzinha de cabeça". Daí eu
pensei comigo mesmo: "Por que é que ela veio até a mim? Poderia ter ido
para outra pessoa".
Normalmente no nosso
centro de cura em Bombaim as pessoas chegam lá depois de terem passado por
todos os médicos de Bombaim, depois de terem passado por todos os santuários de
Bombaim, depois de terem passado por todos os médicos-feiticeiros de Bombaim.
Então, como uma última
alternativa, eles vêm até nós. Nós somos como um último recurso de emergência.
E eu pensei comigo: "Ué! Veio até aqui por causa de uma dorzinha de
cabeça?", eu fiquei meio chateado. E eu perguntei para ela:
- Há quanto tempo
você tem essa dor de cabeça?
- Faz quatro anos.
Então eu comecei a
ficar interessado. Eu disse:
- OK, eu vou rezar
por você.
E, no momento que eu
impus a minha mão sobre a sua cabeça, ela se jogou no chão com grande força. E
então, alguns homens tiveram que segurá-la. Quando eu rezo normalmente eu tenho
2 ou 3 homens fortes juntos comigo, porque alguma coisa sempre pode acontecer.
Então, lá estavam 4
homens segurando aquela jovem, uma jovem que era magrinha, mas a força dela era
tão grande que podia levantá-los e seus olhos estavam cheios de ódio. E então,
diante do poder do Espírito Santo o mal foi obrigado a começar a falar. E o mal
começou a me dizer porque que ele veio para morar nessa jovem.
Depois de algum
tempo eu a fiz retornar à consciência e então eu disse a ela:
- Você precisa vir
para o nosso próximo retiro de cura interior porque você tem um problema
realmente muito sério. Você precisa tanto de cura interior como de libertação.
Então, qual era o
problema dela? E o quê que era que o demônio acabou me dizendo?
- Ela tinha perdido
a sua mãe há alguns anos atrás, talvez quando ela tinha uns 12 anos de idade.
Então ela se tornou muito triste, se sentiu muito solitária e ela sempre vinha
me procurar. E ela ia a um templo hindu próximo da sua escola comunitária e ela
costumava ir e sentar na frente de um guru. Todos os dias, na hora do
intervalo, ela não ficava brincando com as suas colegas, mas ela vinha e se sentava
diante do guru. E ela vinha até a mim todos os dias buscando paz. Buscando paz.
E então eu entrei nela.
Mas depende do tipo
de paz. Centenas e milhares de jovens na Europa, da América, da Austrália, de
vários países, têm ido à Índia todos os anos. E a gente poderia perguntar para
essas pessoas: "Por que vocês, jovens, que deixam seus países, tão prósperos,
e vem a um país tão pobre e miserável como a que Índia?" e eles sempre me
dão a mesma resposta "Nós viemos aqui em busca de paz. Nós viemos aqui em
busca de Deus. O Cristianismo e o Catolicismo não tem nada para oferecer para
nós. Fomos criados numa boa família católica, mas viemos aqui buscar paz".
Mas, que paz? Jesus
mesmo nos disse: "Eu lhes dou uma paz que o mundo não pode lhes dar, uma
paz que está além do entendimento". O mal pode lhe dar alguma paz. Você pode se sentir um pouco melhor, um
pouco confortável, mas essa paz só vai lhe trazer destruição no final.
Por isso Jesus
disse, antes de morrer, no evangelho de São João, capítulo 14, ele disse aos
apóstolos: "A minha paz, eu vos dou."... "Minha paz, não é a paz
que o mundo lhes dá" - não é a paz que esses novos movimentos religiosos
lhes dão, não é a paz que essa tal de meditação transcendental lhe dá, não é a
paz que essa tal de bioenergia te dá, não é a paz que essa tal de nova era que
dá.
Jesus disse que:
"E eu lhe dou a paz que está além do seu entendimento, é a minha paz que
eu te dou".
E se você vai atrás
de outro tipo de paz, você está convidando satanás para entrar na sua vida.
Foi o que aconteceu
naquele dia. Eu gostaria que você estivessem estado lá para ver. Eu aprendi
muitas coisas do demônio. Ele é meu amigo. Ele me ensina muita coisa sobre a
minha fé católica. Então eu lhes digo que a única paz é a paz de Jesus.
Então eu perguntei a
essa jovem:
- O que você fazia
então todos os dias no seu intervalo de almoço? Você brincava com as outras
meninas?
- Nunca. - ela
disse. - Eu me sentia muito só. Eu não tinha mãe. Mas eu ia a esse pequeno
templo hindu que era perto da escola e ficava lá sentada diante daquele homem
santo, porque aí eu me sentia em paz. Eu me sentia cheia de paz.
E você sabe que paz
era aquela. Eu dou graças a Deus porque através de todos esses casos eu aprendi
muito mais sobre o evangelho, de modo que eu posso ensinar muito mais.
Duas semanas depois
ela veio para o retiro. O retiro começou numa noite de sexta-feira. Depois da
palestra de abertura nós tivemos a adoração do Santíssimo Sacramento. E depois
de uma pequena oração eu disse para às pessoas:
- Aqueles que
quiserem receber oração, venham para frente.
Era apenas uma
oração de preparação, não era ainda oração de cura ou oração de efusão do Espírito.
Era apenas uma oração para que eles tivessem um bom retiro, era uma oração para
que eles tivessem uma boa noite de sono. Era só para que tirasse qualquer medo,
qualquer preocupação que impedisse uma boa participação no retiro.
O Santíssimo
Sacramento estava no altar e então eu pedi para aqueles que quisessem, que
viessem para frente e se ajoelhassem para nós podemos rezar. E a primeira
pessoa a vir foi aquela garota. Ela veio e se ajoelhou em frente ao Santíssimo
Sacramento. Então, quando eu a vi chegando, eu fiquei um pouco preocupado.
“Bom, se eu começar
a rezar por ela agora - pensei - ela vai fazer um escândalo, um barulho, vai
atrapalhar tudo”.
Aos poucos a
primeira fila foi se enchendo e eu comecei a rezar pelas pessoas de dois em
dois. Quando eu cheguei perto dela eu pulei porque eu pensei que se eu
colocasse a minha mão sobre a sua cabeça, tudo poderia acontecer. E as pessoas
vão ficar assustadas, e ninguém vai dormir à noite.
Uma vez eu estava
dando um retiro no norte da Índia e havia um caso de possessão. E eu pedi a
alguns padres:
- Venham me ajudar a
rezar. Assim vocês vão poder aprender como se reza para umaa libertação.
Mas eu fiquei
sabendo no dia seguinte que nenhum daqueles jovens, daqueles padres que me
ajudaram a rezar não dormiram a noite toda.
(risos da plateia)
Por eu nunca chamo
muitos padres para me ajudar a rezar, é melhor que eles durmam bem.
(risos da plateia)
Então veio a segunda
fila de pessoas para receber oração. Novamente eu comecei a rezar, 2 pessoas de
cada vez, e estava ela lá de novo, pulei novamente.
(risos da plateia)
Finalmente todas as
120 pessoas tinham recebido oração e a menina estava lá, ainda. O que eu
poderia fazer? "O quê que eu vou fazer?", "Bom, eu vou ter que
rezar por ela".
Então eu cheguei
perto dela assim, já meio preocupado com o que poderia acontecer, impus minha
mão sobre sua cabeça, nada aconteceu. Usei a minha mão sobre a sua cabeça bem
de leve, somente tocando um fio de cabelo...
(risos da plateia)
Eu coloquei a mão
toda, e nada aconteceu. Apertei, nada aconteceu. Então pressionei mais, nada
aconteceu.
Então ela me disse
depois o que realmente tinha acontecido: ela disse que quando se aproximou do Santíssimo
Sacramento e se ajoelhou diante do Santíssimo Sacramento - e eu só estou
contando esta história por causa do que aconteceu ontem - ontem foi o dia do Santíssimo
Sacramento e para nós, na tradição católica, o Santíssimo Sacramento é a
"arca da nova aliança", é o sinal visível e real do amor, da vida, e
da presença de Deus.
Então ela disse que
quando ela veio e se ajoelhou diante do Santíssimo Sacramento, ela simplesmente
olhou para o Santíssimo Sacramento. E assim que ela olhou para o Santíssimo
Sacramento, ela sentiu que algo nela a estava deixando. Eu posso me lembrar que
ela ficava olhando para o Santíssimo Sacramento e nem podia piscar. O que eu
nunca esqueci foi do rosto dela, das feições dela olhando direto para o Santíssimo
Sacramento. Ela disse:
- Senti que algo
pulou para fora de mim.
Você sabe o que é
que pulou para fora dela. Era o próprio demônio.
Então quando eu vim
e impus a mão sobre a cabeça dela, em nome da Igreja, ela sentiu alguma coisa
estava entrando nela. E você sabe o que era que estava entrando: era o Espírito
Santo.
Até mesmo antes do
retiro começar, essa garota foi instantaneamente libertada e curada de todos os
seus males. Aplausos ao Senhor por causa disso.
(aplausos)
Terminando este
ensinamento, quero dizer é para vocês que o nome dela era "Salvação".
(acha graça)
(risos da plateia)
(aplausos)
E então ela começou
a dar o seu testemunho em qualquer lugar que eu ia dar um retiro. Então eu vou
contar para vocês o que aconteceu naquele retiro. Ela precisava daquele retiro
não tanto para a libertação, mas muito mais por cura interior.
E durante aquele
retiro o Senhor a inspirou para que ela partilhasse comigo todas as coisas,
todos os fatos da sua vida, porque frequentemente o demônio entra no nosso
coração a partir dos ferimentos que nós sofremos na nossa família.
E qual foi o
ferimento que abriu, deu a porta de entrada nela para que o demônio que pudesse
se instalar? Foi a morte da sua mãe, e a sua mãe tinha morrido quando ela ainda
era uma menina.
Especialmente se
você ama demais a sua mãe, se você está muito ligado, a morte da sua mãe traz
para você muita dor. Pior do que isso, porque é que a sua mãe morreu? Muitas
vezes não é nem a morte que nos fere muito, nos traz muita dor, mas muito mais
é como essa morte aconteceu.
A sua mãe tinha sido
assassinada. É muito mais doloroso.
Por quem? E isto é
mais doloroso ainda. A sua mãe havia sido assassinada pelo seu próprio pai.
Isso faz a coisa se tornar muito mais dolorosa.
E sua mãe foi
assassinada por seu pai na frente de seus próprios olhos. É muito mais
doloroso. Seu pai era um alcoólatra e num momento de fúria ele matou sua
esposa.
Então o seu pai foi
parar na prisão e então ela perdeu também o seu pai. E o mais doloroso
justamente é que ela amava o seu pai tanto quanto amava sua mãe e agora ela estava sem os dois.
O que é mais
doloroso para uma criança? É quando elas são obrigadas a decidir entre o pai e
a mãe. E a mãe quer que a criança fique com ela e o pai quer que a criança fique
com ele.
Mas cada criança é
dos dois: do pai e da mãe. E agora as pessoas estão colocando em cima das
crianças o peso de tomar uma decisão dessas, de ficar com o pai ou com a mãe. E
isso é cruel. E isso é diabólico.
E é isso que trouxe
nela um vazio no coração, um ferimento no seu coração. Ela não sabia o que
fazer. Onde estava a Igreja? Onde estavam os padres? Ela teve que ir a um
templo hindu. Ela teve que ir a um guru pagão. E é isso que trouxe o mal para a
sua vida.
Mas Deus amou. O Senhor
teve pena dela.
E, como Jesus fez
com a filha daquela mulher pagando no evangelho, foi o mesmo Jesus que o operou
essa cura nessa jovem. E toda sua vida, toda sua família é uma nova vida e uma
nova família. E o seu nome, "Salvação", nos lembra que Jesus é o
único que nos traz a salvação. Amém.
(aplausos)
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