Ele Abre
os Olhos dos Cegos
23/09/2000.
Por Pe. Rufus Pereira.
Tradução
Vinícius Adamo.
Adaptação
Carlos Sadao Gushiken.
Meus queridos irmãos de irmãs no senhor Jesus...
É um lindo canto introdutório para se fazer uma oração. É a oração que o
profeta Samuel pediu para que seu alto sacerdote Eli fizesse: "Fala
Senhor, que teu servo escuta". E esta é a razão pela qual nós lemos nos
evangelhos três tipos de milagres, três tipos de cura, cura dos nossos
sentimentos.
Jesus curou pessoas que eram surdas não somente porque Jesus queria
curar as pessoas da surdez física, mas porque Jesus queria nos curar de nossa
surdez espiritual à palavra de Deus.
Jesus curou pessoas que eram mudas não somente porque Jesus queria curar
as pessoas da mudez física, mas porque Jesus queria nos curar de nossa mudez
espiritual à palavra de Deus.
Jesus curou pessoas que eram cegas não somente porque Jesus queria curar
as pessoas da cegueira física, mas porque Jesus queria nos curar de nossa
cegueira espiritual à figura de Deus, a cegueira de não querer olhar para a
face do Senhor, da cegueira de não conhecer a Jesus, como a cegueira momentânea
dos discípulos de Emaus.
E talvez o Senhor queira testar nos ensinando alguma coisa, como no caso
trazido ontem. Uma jovem veio para receber uma oração que isso foi o que ela me
disse:
- Padre, eu não consigo escutar uma palavra do que o senhor está me
dizendo.
Então eu percebi que não era uma surdez física, mas era uma surdez
espiritual, de que ela não queria ouvir a palavra de cura do Senhor.
Então eu espero que nenhum de vocês aqui tenha essa surdez espiritual,
que estejam ouvindo tudo o que eu estou falando.
E isso me mostrou uma segunda coisa, ela me disse:
- Sempre que o senhor estava fazendo a sua palestra ela estava dormindo.
Era como se o mal estivesse fechando seus olhos diante da face do
Senhor.
Então eu espero que nenhum de vocês durmam enquanto eu estou falando. Às
vezes as pessoas acabam dormindo porque estão cansadas, mas quando a pessoa
dorme com frequência durante a pregação, durante o sermão, pode ser o mal que
esteja induzido ela dormir.
Ele em terceiro lugar, quando ela me contou dos seus problemas, ela me
contou um problema muito pequeno e eu percebi que aquilo era somente a ponta de
um iceberg, e isso porque o espírito do mal não estava permitido que ela
falasse as coisas importantes que precisava falar. Enquanto nós rezávamos, ela
foi liberta desse espírito maligno de surdez e ela começou a falar, falar,
falar.
E eu tenho certeza que o Senhor, como ela mesma testemunhou, a curou
totalmente. Peço desculpas a essa jovem, ela deve estar por aqui, por eu não
ter pedido permissão a ela e dar esse testemunho em nome dela.
Vamos então, em nossos corações, fazer uma oração que é um hino em
inglês:
"Senhor, abra meus ouvidos para que eu possa
escutá-Lo, abra minha boca para que eu possa louvar o Seu nome, abra meus olhos
para que eu possa contemplar a Sua face."
Na Índia nós temos muitas congregações religiosas, e uma das mais
importantes de inúmeras congregações é a congregação da associação de Jesus, os
jesuítas. A segunda maior congregação mais importante na Índia é a congregação
dos salesianos. Esta manhã eu me lembrei que o padre Jonas é um salesiano de
dom Bosco.
Então eu vou contar uma história dos salesianos. Vocês gostariam de
ouvir uma história dos salesianos? (aplausos)
Eu tenho certeza que o padre Jonas também conhece essa história.
Na parte noroeste da Índia há um povo que não é exatamente hindu. São
tribos animistas. Eles na verdade não pertencem à raça indiana, mas tem traços
de mongois. E mais ou menos há um século atrás missionários batistas chegaram a
aquela região. Eles estabeleceram muitas missões lá e dessa maneira houve
muitas e muitas conversões.
Em determinada região da Índia 95% das pessoas são cristãs. Normalmente
as pessoas veem a Índia como um país não cristão. E isso é verdade, os cristãos
representam apenas 2% da população total da Índia.
Mas em certos estados os cristãos estão em grande número e, nesse estado
em particular, 95% das pessoas são cristãs, ou cristão batistas.
E em cada bairro você encontra um crucifixo. Alguns anos mais tarde as
missões católicas também chegaram a esse local, começando primeiro com os
padres salvatoreanos e mais tarde com os salesianos.
E hoje, em toda aquela parte da Índia, os missionários são padres
salesianos. Irmãos e irmãs salesianos.
A primeira vez que eu fui nesse local foi para dar o retiro para as
irmãs salesianas, isso porque elas tinham lido um artigo que eu havia escrito
em um jornal em que elas ficaram sabendo o que eu tinha falado na minha
palestra da Convenção Nacional da Renovação Carismática. Então elas me chamaram
para pregar no retiro da Renovação Carismática para elas em preparação para a
eleição da madre superiora. E aquele retiro causou tanto impacto a elas, que a
madre superiora, no ano seguinte, pediu que eu fosse dar um retiro para todos
os salesianos da região.
Este é o cenário que está por trás desta história.
Agora, é o evento em si.
No primeiro dia do retiro que eu estava dando para uma parte dos
salesianos, uma jovem salesiana veio para me ver. Ela não estava fazendo o
retiro, mas ela portava um bilhete escrito pela madre superiora e isso era o
que ela, a madre superiora, havia escrito:
"Padre, eu estou lhe enviando esta irmã para
que o senhor ore pela sua cura porque ela anda cega de um de seus olhos."
Então eu fiquei um pouco aborrecido com aquela madre superiora. O que
ela estaria pensando? Que eu sou Jesus o? Para curar uma cega?
Então eu perguntei para essa irmãzinha:
- Como aconteceu essa cegueira?
- Quando eu entrei na congregação como noviça, ela estava forçando à
vista no quadro negro quando ela estava tendo suas aulas. Como estava forçando
a minha vista, a congregação me enviou para um médico para checar a minha
vista.
Então o médico descobriu que ela era completamente cega de um humor
desde o nascimento e o médico teria dito que não havia nada que ele pudesse
fazer.
Então, quando eu ouvi essa irmã me falando sobre isso, fiquei um pouco
mais nervoso com a madre superiora. Eu pensei:
"Tudo bem pensar em rezar para alguém que tem
um pequeno problema na vista, mas não para uma cega que é cega de
nascença".
De qualquer modo eu comecei a conversar com essa freira e ela começou a
falar comigo. E então eu percebi que ela estava tendo problemas muito maiores.
Ela começou a abrir o coração dela e ela me contou como ela se sentia, desde a
primeira idade, rejeitada pela própria família. E mesmo agora, mesmo na vida
religiosa, ela se sentia rejeitada. Ela me disse, por exemplo, que durante os momentos
da meditação da manhã, ela se sentava em oração na capela e ela ficava com os
olhos fechados na maior parte do tempo, aparentemente meditando e contemplando
o Senhor. E ela falou:
- Padre, tudo mundo pensava aqui eu era devota e cheia de oração no coração.
Mas, padre, eu vou dizer a verdade: na verdade eu ficava dormindo.
(risos)
E então, portanto, até hoje eu fico meio desconfiado das pessoas que
estão rezando com os olhos muito fechados.
(risos)
E então ela me contou uma coisa muito mais importante:
- Padre, na verdade, desde o começo da minha vida religiosa, eu nunca
rezei.
Então ela começou a me contar sobre sua história familiar. A sua família
era de uma região em que muita gente estava envolvida com práticas ocultas
tribais. E ela me contou os detalhes de todas as práticas ocultas que a sua
família fazia, mesmo ainda nos dias de hoje. E enquanto ela e ia falando
comigo, eu percebi que seu problema não era simplesmente uma cura física, mas
ela tinha uma cegueira muito mais importante, ela era emocionalmente cega, ela
era espiritualmente cega. E, de alguma forma, eu percebi que se ela fizesse
esse retiro, mesmo ela fazendo esse retiro, nada a atingiria.
Então eu telefonei para a madre superiora me disse a ela:
- Eu sinto que essa freira tem uma necessidade muito forte de fazer este
retiro, já, imediatamente.
E o retiro estava começando naquela manhã, e eu disse para a madre
superiora:
- Eu estou certo de que ela será tocada se ela fizer este retiro. Ela
tem que entrar no retiro imediatamente, eu não vou nem deixar que ela volte
para a sua congregação para buscar roupas. Irmã, mande a roupa dela através de
outras pessoas, porque ela tem que ficar no retiro imediatamente.
Então ela fez um bom retiro de seis dias. E durante o retiro ela foi
levada a experimentar o arrependimento. Ela foi levada a uma experiência
profunda de cura interior, foi levada a uma experiência de renunciar às
práticas ocultas praticadas pela sua família no passado. E naquele retiro ela
teve, pela primeira vez, uma experiência pessoal com Jesus, o Salvador, e
naquele retiro ela pediu que foi preenchida pelo Espírito Santo.
Então chegou o último dia do retiro e então fiz uma coisa que hoje
considero ousado: eu pedi que todas as irmãs rezassem por ela na capela.
Essa congregação havia sido fundada para favorecer o ensino e ajudar a
cuidar de hospitais, era um local fundado pelo bispo salesiano do nordeste da
Índia, era chamado de "Congregação Salesiana de Maria Auxiliadora dos
Cristãos". Então foi por isso que eu pedi para as irmãs que rezassem por
ela em público. Porque é que eu tomei esse gesto ousado, eu não sei, porque suponha,
se nada acontecesse, eles iriam perder toda a fé no retiro.
Então eu coloquei a irmã no centro de centenas de outras que estavam
fazendo o retiro, então eu disse a todas elas:
- Como vocês sabem, esta irmãzinha entrou no retiro na última hora.
E todas elas sabiam que os médicos da Índia tinham certificado, tinham
afirmado que ela era cega de um olho. E eu dizia:
- Agora que todos nós fizemos um retiro com Jesus, agora que nós
acreditamos na palavra de Jesus, "Peça e receberás", e agora que nós
sabemos o que Jesus disse no evangelho de Lucas, que ele veio para abrir os
olhos dos que estão cegos, vamos começar a rezar por essa irmã como um só
corpo.
Eu pedi a aquela irmã que se sentasse numa cadeira e pedi para a irmã
que fechasse o seu olho esquerdo, porque o direito era cego, e então nós
começamos a rezar por ela.
Antes de começar a oração eu perguntei para aquela irmãzinha:
- Você que está havendo alguma coisa?
- A única coisa que eu vejo é a escuridão, nada mais.
Então nós oramos juntos por cinco minutos e eu perguntei para ela:
- Você pode ver alguma coisa com seu olho direito?
- Eu posso ver alguma coisa branca.
Na Índia nós usamos roupas brancas. Como era inverno eu estava usando um
casaco preto, e ela disse:
- Eu posso ver alguma coisa branca e alguma coisa preta em você.
E nós rezamos novamente por 5 minutos, e então eu peguei um livro de
cânticos. E então eu disse para a irmã:
- Você pode ver o que eu tenho na mão?
- Eu consigo ver que você está com um livro na mão com alguma coisa
vermelha, tem algumas coisas escritas, mas eu não consigo ver o que está
escrito.
É nós rezamos novamente por 5 minutos. E então eu perguntei para a irmã:
- Você pode ler as palavras do livro?
- Ah, sim! Louvemos ao Senhor!
(aplausos)
E o nome do livro era Louvemos o
Senhor.
(risos) (aplausos)
E então nós rezamos por mais 5 minutos e eu perguntei:
- Você pode ler mais alguma coisa?
E ela olhou para o livro e posso ver a palavra "O Senhor", a
menor palavra, ela primeiro deu a grande e depois a menor. (aplausos)
E então nós rezamos mais 5 minutos e eu mostrei a contracapa do livro,
com todas aquelas palavras pequenas e perguntei:
- Você pode ser qualquer uma dessas pequenas palavras?
- Sim, eu consigo ler aquelas palavras pequenas.
- E aquelas palavras dizem?
- "Canção Nova"!
(aplausos)
- E você pode ver aquele versículo que está escrito lá no fundo?
As palavras eram de pequenas, eu mesmo acho que não conseguiria ler
aquelas palavras. E ela olhou para aquelas palavras pequenas inscritas no fundo
da sala e a leu perfeitamente. Em 40 minutos ela estava completamente curada
daquela cegueira, desde o nascimento, daquele olho.
(aplausos)
E por que é que eu estou contando essa história para vocês? Não é
somente porque se trata de uma história que Jesus está curando uma pessoa cega,
mas por causa de uma coisa muito mais bonita que aconteceu após esse evento.
Você percebe? Quando Jesus cura uma pessoa, existe sempre alguma coisa por trás
disso, Jesus tem um proposta na sua mente, Jesus tem uma carta sob sua manga.
O que aconteceu foi o seguinte: aquela freira tinha uma diretora
espiritual, era um padre salesiano, que era o presidente de teologia do
instituto de seminários salesiano. Ele era uma pessoa proeminente na Congregação
Salesiana da Índia e ele tinha essa irmãzinha como uma das que ele frequentemente
aconselhava e orientava. E quando ele soube que aquela irmãzinha havia sido
curado de sua cegueira, então ele me convidou para dar uma palestra para os
seminaristas aonde ele era o diretor.
Era o seminário mais importante de teologia dos salesianos de toda a
Índia. E no ano seguinte aquele diretor pediu que eu fosse dar um retiro para seminaristas
salesianos. Isso causou tanta mudança deles, que todo ano o provincial geral
dos salesianos passou a me convidar ano após ano para toda a comunidade, toda a
família salesiana da Índia.
Então nesses anos praticamente todos os padres, irmãos e irmãs, quase
5000 pessoas passaram por retiros carismáticos em toda a Índia. Como resultado
disso os salesianos da Índia começaram a olhar para a evangelização como uma
coisa ainda mais comprometedora e séria. Então eles tomaram com mais ânimo
ainda o objetivo de tornar toda a Índia católica e cristã.
Esses retiros carismáticos deram tanto ardor, tanto fervor pela evangelização,
que milhares de pessoas talvez tenham sido batizadas todos os meses no Espírito
Santo.
Novamente, palmas para o Senhor por tudo isso.
(aplausos)
E aquele padre, aquele professor salesiano de teologia, que me convidou
para fazer o primeiro retiro porque viu a cura daquela em irmãzinha, está agora
em Roma num importante Centro de Teologia, o Coleggio Fide.
(aplausos)
Muitas outras coisas aconteceram depois disso.
Para dar outro exemplo, aquele seminário salesiano está ligado à
Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e o diretor do instituto teológico do
nordeste da Índia me convidou para que eu seja um professor visitante dessa
faculdade salesiana. Então todo ano eu dou um curso de duas semanas de
escritura para esses estudantes de pós-graduação.
(aplausos)
E o que eles me pedem para ensinar para esses pós-graduandos que serão
professores de teologia? Eles pedem que eu fale nesse curso exatamente sobre o
ministério de cura e libertação de Jesus em seus evangelhos. Talvez este seja o
único instituto teológico da Igreja católica que tem no seu currículo
especificamente uma matéria sobre cura nos evangelhos de um curso sobre o
ministério de libertação dos evangelhos. Novamente, aplausos ao Senhor por
isso.
(aplausos)
E como eu dou esses ensinamentos nesses cursos de duas semanas? De manhã
eu dou o ensinamento sobre as passagens de Jesus curando cegos. São exegetas
acadêmicas sobre as escrituras.
E na parte da tarde e da noite eu trago casos práticos para que eles
percebam que o evangelho é vivo, e para eles é uma abertura em suas vidas. Eles
dizem:
- Eu vou voltar para o meu país
não somente ensinando escrituras, mas de fato encarnando tudo isso, rezando
para que as pessoas sejam curadas como está no evangelho.
Por isso na Índia existem muitos padres salesianos totalmente liberados
pelos seus superiores, dedicados para trabalhar especificamente no ministério
de cura e libertação.
Meus queridos irmãos e irmãs, e o meu propósito ao contar tudo isso para vocês é para que
vocês percebam que o Senhor não quer simplesmente nos curar só a nós como
pessoa. Ele quer nos usar, a partir da nossa experiência, para trazer cura para
tantos outros, então todos têm obrigação de rezar hoje na igreja.
Os documentos da igreja dizem que especialmente os leigos tem mesmo esse
mandado de rezar, que algumas coisas que nem nós, padres, podemos fazer. Por
que vocês, leigos, estão vivendo exatamente nos lugares que os problemas estão
e você é chamado a ser um evangelizador na sua família, no seu local de
trabalho, na sua vizinhança.
E vou terminar dando outro exemplo que vem desse mesmo instituto
salesiano.
No ano seguinte, quando eu voltei para ensinar no seminário, o diretor
daquele seminário, aquele padre salesiano, professor de escritura, me pediu que
fosse com ele para que rezássemos por uma menina na casa em frente ao lado
oposto do seminário, então nós fomos até lá.
Havia uma menina de 10 anos de idade. Eu me lembro de desse caso porque
o nome dela era Reffy, parecido com Rufus. E o diretor de estava me dizendo que
essa menina estava doente já fazia dois meses, por dois meses ela não havia ido
para a escola. Durante dois meses ela sofreu por terríveis dores de cabeça,
vômitos contínuos, dores no peito, nariz sangrando e muito medo.
Então quando eu entrei e vi essa menina sentada na cadeira, sem vida,
prostrada na cadeira, então eu comecei a fazer algumas perguntas e percebi que
ela tinha um grande medo de seu tio e ela tinha ainda um grande medo de um
professor da sua escola.
Meus queridos irmãos e irmãs, há muitos anos tem sido diretor de escola
em Bombaim e tive sob minha responsabilidade milhares e milhares de estudantes.
E sei o que o medo pode fazer a uma criança. E às vezes nem os próprios pais
sabem porque é que os filhos têm esses medos. E que eles às vezes falam:
"Não tenham medo, pois você é um menino ou uma menina tão grande",
mas isso não os ajuda. É necessário descobrir as causas daquele medo e rezar em
profundidade por esses medos.
Então eu percebi porque é que essa menina estava fisicamente tão doente.
O médico vinha visitá-la todos os dias, mas eu percebi então que havia um
grande medo emocional muito mais do que uma doença física. Era um medo
originado na sua própria família e na sua escola.
Você mesmo pode me dizer que muitos de seus medos tem origem na sua vida
familiar e na sua vida escolar e então eu rezei por essa menina.
No dia seguinte, após as leituras matinais, a mãe veio com sua filha e a
mãe e me falou que desde ontem a menina se encontrava totalmente curada e nesta
manhã ela estava voltando para a escola.
(aplausos)
E olhando para aquela menina era difícil reconhecer aquela mesma menina
que estava prostrada na cadeira. E agora ela estava lá, cheia de vida. E como
ela queria vir me ver, a mãe disse que tinha posto dela o seu melhor vestido.
Ali estava ela, uma jovenzinha tão linda.
Então eu pedi para a mãe para escrever o testemunho dela que então essa
menina escreveu seu testemunho da sua língua nativa por ela mesma. E a sua mãe
e traduziu para o inglês para mim, e quando eu vi o testemunho tão lindo e eu
perguntei para a menina:
- Você se importa de dar o seu testemunho aos padres salesianos? A sua
mãe pode vir junto com você.
- Minha mãe não precisa ir, eu posso ir sozinha.
(aplausos)
E essa garotinha de dez anos foi comigo para a aula magna dos doutores
de teologia daquele seminário em que deu o seu testemunho. E qual foi o seu
testemunho?
Esta é a última e mais importante coisa que eu quero dizer para você. O
seu testemunho só teve três frases, o testemunho mais curto que eu já havia
presenciado e foi o que ela havia escrito:
Um: eu estava doente há dois meses com dores na
minha cabeça, sangue do meu nariz, dificuldade de respirar, dores de estômago e
um tremendo medo. Me deu um padre que rezou por mim.
Essa foi a primeira sentença, mostrou que ela estava doente e fez todo
mundo perceber que a solução estava na vinda de Jesus. Lembre-se de Lázaro que
estava doente, o que a suas duas irmãs, Maria e marta, disseram para Jesus? Elas
mandaram uma mensagem para Jesus dizendo: "Senhor, aquele que você ama
está doente", o problema é a doença, a solução é que o senhor o ama.
"Senhor, aquele que você ama está doente".
É isso que aquela menina escreveu em outras palavras que, "Eu
estava doente por dois meses" e "Jesus veio me visitar na pessoa de
um padre". Essa foi a sentença número um.
Dois: quando o padre rezou por mim eu senti o poder
e o amor de Jesus fluindo através de mim e eu fui curada.
Percebam o que ela escreveu, durante a oração ela experimentou: o amor e
o poder de Jesus passando por ela.
Meus queridos irmãos e de irmãs, o que é que nos cura? Ambos: o amor e o
poder de Jesus fluindo para nós. Às vezes um mãe está com o filho muito doente e
ela estar pronta até mesmo a dar a sua vida por esse seu filho doente, ela ama
o seu filho, mas ela não ter poder para curar.
Mas às vezes você pode contar com um médico muito inteligente, um médico
que pode curar qualquer doença, o médico pode curar essa criança doente, mas e
se ele não quiser curar aquela criança? E se ele não chamar essa criança? Então
ele só vai curar a criança se você pagar todas aquelas despesas pelo
tratamento. Portanto ele pode curar, mas ele pode não querer.
Portanto, para receber cura, eu preciso de amor e de poder. Quando o
leproso clamou por Jesus, ele disse: "Senhor, se tu queres, cura-me",
é como se ele dissesse "Senhor, eu sei que o senhor tem o poder de me
curar, eu quero saber se o senhor quer me curar", porque o leproso sabia
que Jesus curava as pessoas apenas impondo suas mãos sobre os doentes.
Porque ele sabia que Jesus, sendo um judeu, nunca iria impor as suas
mãos sobre um leproso, porque senão ele se tornaria impuro. Por isso é que o
leproso diz: "Se o senhor quiser, cura-me", e o que é que Jesus respondeu?
"Se eu quiser? Você está me perguntando se eu quero te curar? É claro que
eu quero te curar! Seja curado." E mesmo que o evangelho não tenha dito
isso, eu acredito que Jesus impôs suas mãos no leproso para que ele fosse
curado.
Então você tem uma outra história, o garoto que estava possuído, onde o
pai veio até a Jesus e disse a Jesus: "Os seus discípulos não foram
capazes de curar o meu filho" e então aquele homem disse a Jesus: "Se
você consegue curar o meu filho", era como se estivesse dizendo para Jesus
"O seus discípulos não tiveram poder para livrar o meu filho de Satanás,
então eu não sei se você tem esse poder. Eu sei que você quer libertar meu
filho, sei que você ama as pessoas, mas eu estou duvidando que você tem esse
poder. Se você conseguir, ajude meu filho", e o que é que Jesus disse?
"Se eu consigo? Você está me perguntando se eu posso? O que é impossível
para o homem é possível para Deus." (aplausos) e então Jesus curou e
libertou aquele jovem.
Então o que é que essa menina escreveu? "O padre rezou por mim. Eu
senti o poder e o amor de Jesus fluindo por mim e então eu fui curada."
Três: ela escreveu "E o Senhor me curou por
causa da minha grande fé Nele".
Este é um testemunho perfeito! É o melhor testemunho que eu já havia
visto, porque teologicamente ele é perfeito, biblicamente perfeito! Ele escrito
por uma garotinha de uma área tribal, de apenas dez anos de idade.
(aplausos)
O que ela quis dizer quando ela escreveu "E o Senhor me curou por
causa da minha grande fé nele"? é como se ela dissesse "Sim! O amor e
o poder de Jesus está sempre à nossa disposição."
Quantas vezes nós lemos na bíblia "Jesus estava lá com o
poder", então aquela menina estava dizendo que ela se abriu para receber o
amor e o poder de Jesus através de sua fé. E é por isso que cada pessoa que
chega a Jesus recebe dele esta pergunta: "Você acredita que o posso
curá-lo?"
E para as pessoas que foram curadas Jesus diria: "Não é o meu amor
e o meu poder que curam você, mas é a sua fé que também vai te curar" e é
por isso que aquele homem, que era o pai daquele menino que estava possuído,
quando Jesus disse: "O que é impossível para o homem é possível para Deus",
aquele homem percebeu que não era falha de Deus, mas era sua falha e então ele
disse a Jesus: "Senhor, eu acredito". Senhor, eu creio.
(aplausos)
Mas ele percebeu que sua fé não era perfeita que imediatamente ele
adicionou uma oração mim: "Senhor, eu creio, mas me ajude na minha falta
de fé", ajude-me na minha falta de fé.
É a melhor oração que nós podemos fazer uns pelos outros hoje, se você
quiser experimentar o poder e o amor de Jesus para nos libertar e para nos
curar.
Que esta seja a nossa oração: "Senhor, eu creio. Mas ajuda-me na
minha incredulidade." amém.
(aplausos)
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