015 Ele Abre os Olhos dos Cegos


Ele Abre os Olhos dos Cegos

23/09/2000.

Por  Pe. Rufus Pereira.
Tradução Vinícius Adamo.
Adaptação Carlos Sadao Gushiken.


Meus queridos irmãos de irmãs no senhor Jesus...

É um lindo canto introdutório para se fazer uma oração. É a oração que o profeta Samuel pediu para que seu alto sacerdote Eli fizesse: "Fala Senhor, que teu servo escuta". E esta é a razão pela qual nós lemos nos evangelhos três tipos de milagres, três tipos de cura, cura dos nossos sentimentos.

Jesus curou pessoas que eram surdas não somente porque Jesus queria curar as pessoas da surdez física, mas porque Jesus queria nos curar de nossa surdez espiritual à palavra de Deus.

Jesus curou pessoas que eram mudas não somente porque Jesus queria curar as pessoas da mudez física, mas porque Jesus queria nos curar de nossa mudez espiritual à palavra de Deus.

Jesus curou pessoas que eram cegas não somente porque Jesus queria curar as pessoas da cegueira física, mas porque Jesus queria nos curar de nossa cegueira espiritual à figura de Deus, a cegueira de não querer olhar para a face do Senhor, da cegueira de não conhecer a Jesus, como a cegueira momentânea dos discípulos de Emaus.

E talvez o Senhor queira testar nos ensinando alguma coisa, como no caso trazido ontem. Uma jovem veio para receber uma oração que isso foi o que ela me disse:

- Padre, eu não consigo escutar uma palavra do que o senhor está me dizendo.

Então eu percebi que não era uma surdez física, mas era uma surdez espiritual, de que ela não queria ouvir a palavra de cura do Senhor.

Então eu espero que nenhum de vocês aqui tenha essa surdez espiritual, que estejam ouvindo tudo o que eu estou falando.

E isso me mostrou uma segunda coisa, ela me disse:

- Sempre que o senhor estava fazendo a sua palestra ela estava dormindo.

Era como se o mal estivesse fechando seus olhos diante da face do Senhor.

Então eu espero que nenhum de vocês durmam enquanto eu estou falando. Às vezes as pessoas acabam dormindo porque estão cansadas, mas quando a pessoa dorme com frequência durante a pregação, durante o sermão, pode ser o mal que esteja induzido ela dormir.

Ele em terceiro lugar, quando ela me contou dos seus problemas, ela me contou um problema muito pequeno e eu percebi que aquilo era somente a ponta de um iceberg, e isso porque o espírito do mal não estava permitido que ela falasse as coisas importantes que precisava falar. Enquanto nós rezávamos, ela foi liberta desse espírito maligno de surdez e ela começou a falar, falar, falar.

E eu tenho certeza que o Senhor, como ela mesma testemunhou, a curou totalmente. Peço desculpas a essa jovem, ela deve estar por aqui, por eu não ter pedido permissão a ela e dar esse testemunho em nome dela.

Vamos então, em nossos corações, fazer uma oração que é um hino em inglês:

"Senhor, abra meus ouvidos para que eu possa escutá-Lo, abra minha boca para que eu possa louvar o Seu nome, abra meus olhos para que eu possa contemplar a Sua face."

Na Índia nós temos muitas congregações religiosas, e uma das mais importantes de inúmeras congregações é a congregação da associação de Jesus, os jesuítas. A segunda maior congregação mais importante na Índia é a congregação dos salesianos. Esta manhã eu me lembrei que o padre Jonas é um salesiano de dom Bosco.

Então eu vou contar uma história dos salesianos. Vocês gostariam de ouvir uma história dos salesianos? (aplausos)

Eu tenho certeza que o padre Jonas também conhece essa história.

Na parte noroeste da Índia há um povo que não é exatamente hindu. São tribos animistas. Eles na verdade não pertencem à raça indiana, mas tem traços de mongois. E mais ou menos há um século atrás missionários batistas chegaram a aquela região. Eles estabeleceram muitas missões lá e dessa maneira houve muitas e muitas conversões.

Em determinada região da Índia 95% das pessoas são cristãs. Normalmente as pessoas veem a Índia como um país não cristão. E isso é verdade, os cristãos representam apenas 2% da população total da Índia.

Mas em certos estados os cristãos estão em grande número e, nesse estado em particular, 95% das pessoas são cristãs, ou cristão batistas.

E em cada bairro você encontra um crucifixo. Alguns anos mais tarde as missões católicas também chegaram a esse local, começando primeiro com os padres salvatoreanos e mais tarde com os salesianos.

E hoje, em toda aquela parte da Índia, os missionários são padres salesianos. Irmãos e irmãs salesianos.

A primeira vez que eu fui nesse local foi para dar o retiro para as irmãs salesianas, isso porque elas tinham lido um artigo que eu havia escrito em um jornal em que elas ficaram sabendo o que eu tinha falado na minha palestra da Convenção Nacional da Renovação Carismática. Então elas me chamaram para pregar no retiro da Renovação Carismática para elas em preparação para a eleição da madre superiora. E aquele retiro causou tanto impacto a elas, que a madre superiora, no ano seguinte, pediu que eu fosse dar um retiro para todos os salesianos da região.

Este é o cenário que está por trás desta história.

Agora, é o evento em si.

No primeiro dia do retiro que eu estava dando para uma parte dos salesianos, uma jovem salesiana veio para me ver. Ela não estava fazendo o retiro, mas ela portava um bilhete escrito pela madre superiora e isso era o que ela, a madre superiora, havia escrito:

"Padre, eu estou lhe enviando esta irmã para que o senhor ore pela sua cura porque ela anda cega de um de seus olhos."

Então eu fiquei um pouco aborrecido com aquela madre superiora. O que ela estaria pensando? Que eu sou Jesus o? Para curar uma cega?

Então eu perguntei para essa irmãzinha:

- Como aconteceu essa cegueira?

- Quando eu entrei na congregação como noviça, ela estava forçando à vista no quadro negro quando ela estava tendo suas aulas. Como estava forçando a minha vista, a congregação me enviou para um médico para checar a minha vista.

Então o médico descobriu que ela era completamente cega de um humor desde o nascimento e o médico teria dito que não havia nada que ele pudesse fazer.

Então, quando eu ouvi essa irmã me falando sobre isso, fiquei um pouco mais nervoso com a madre superiora. Eu pensei:

"Tudo bem pensar em rezar para alguém que tem um pequeno problema na vista, mas não para uma cega que é cega de nascença".

De qualquer modo eu comecei a conversar com essa freira e ela começou a falar comigo. E então eu percebi que ela estava tendo problemas muito maiores. Ela começou a abrir o coração dela e ela me contou como ela se sentia, desde a primeira idade, rejeitada pela própria família. E mesmo agora, mesmo na vida religiosa, ela se sentia rejeitada. Ela me disse, por exemplo, que durante os momentos da meditação da manhã, ela se sentava em oração na capela e ela ficava com os olhos fechados na maior parte do tempo, aparentemente meditando e contemplando o Senhor. E ela falou:

- Padre, tudo mundo pensava aqui eu era devota e cheia de oração no coração. Mas, padre, eu vou dizer a verdade: na verdade eu ficava dormindo.

(risos)

E então, portanto, até hoje eu fico meio desconfiado das pessoas que estão rezando com os olhos muito fechados.

(risos)

E então ela me contou uma coisa muito mais importante:

- Padre, na verdade, desde o começo da minha vida religiosa, eu nunca rezei.

Então ela começou a me contar sobre sua história familiar. A sua família era de uma região em que muita gente estava envolvida com práticas ocultas tribais. E ela me contou os detalhes de todas as práticas ocultas que a sua família fazia, mesmo ainda nos dias de hoje. E enquanto ela e ia falando comigo, eu percebi que seu problema não era simplesmente uma cura física, mas ela tinha uma cegueira muito mais importante, ela era emocionalmente cega, ela era espiritualmente cega. E, de alguma forma, eu percebi que se ela fizesse esse retiro, mesmo ela fazendo esse retiro, nada a atingiria.

Então eu telefonei para a madre superiora me disse a ela:

- Eu sinto que essa freira tem uma necessidade muito forte de fazer este retiro, já, imediatamente.

E o retiro estava começando naquela manhã, e eu disse para a madre superiora:

- Eu estou certo de que ela será tocada se ela fizer este retiro. Ela tem que entrar no retiro imediatamente, eu não vou nem deixar que ela volte para a sua congregação para buscar roupas. Irmã, mande a roupa dela através de outras pessoas, porque ela tem que ficar no retiro imediatamente.

Então ela fez um bom retiro de seis dias. E durante o retiro ela foi levada a experimentar o arrependimento. Ela foi levada a uma experiência profunda de cura interior, foi levada a uma experiência de renunciar às práticas ocultas praticadas pela sua família no passado. E naquele retiro ela teve, pela primeira vez, uma experiência pessoal com Jesus, o Salvador, e naquele retiro ela pediu que foi preenchida pelo Espírito Santo.

Então chegou o último dia do retiro e então fiz uma coisa que hoje considero ousado: eu pedi que todas as irmãs rezassem por ela na capela.

Essa congregação havia sido fundada para favorecer o ensino e ajudar a cuidar de hospitais, era um local fundado pelo bispo salesiano do nordeste da Índia, era chamado de "Congregação Salesiana de Maria Auxiliadora dos Cristãos". Então foi por isso que eu pedi para as irmãs que rezassem por ela em público. Porque é que eu tomei esse gesto ousado, eu não sei, porque suponha, se nada acontecesse, eles iriam perder toda a fé no retiro.

Então eu coloquei a irmã no centro de centenas de outras que estavam fazendo o retiro, então eu disse a todas elas:

- Como vocês sabem, esta irmãzinha entrou no retiro na última hora.

E todas elas sabiam que os médicos da Índia tinham certificado, tinham afirmado que ela era cega de um olho. E eu dizia:

- Agora que todos nós fizemos um retiro com Jesus, agora que nós acreditamos na palavra de Jesus, "Peça e receberás", e agora que nós sabemos o que Jesus disse no evangelho de Lucas, que ele veio para abrir os olhos dos que estão cegos, vamos começar a rezar por essa irmã como um só corpo.

Eu pedi a aquela irmã que se sentasse numa cadeira e pedi para a irmã que fechasse o seu olho esquerdo, porque o direito era cego, e então nós começamos a rezar por ela.

Antes de começar a oração eu perguntei para aquela irmãzinha:

- Você que está havendo alguma coisa?

- A única coisa que eu vejo é a escuridão, nada mais.

Então nós oramos juntos por cinco minutos e eu perguntei para ela:

- Você pode ver alguma coisa com seu olho direito?

- Eu posso ver alguma coisa branca.

Na Índia nós usamos roupas brancas. Como era inverno eu estava usando um casaco preto, e ela disse:

- Eu posso ver alguma coisa branca e alguma coisa preta em você.

E nós rezamos novamente por 5 minutos, e então eu peguei um livro de cânticos. E então eu disse para a irmã:

- Você pode ver o que eu tenho na mão?

- Eu consigo ver que você está com um livro na mão com alguma coisa vermelha, tem algumas coisas escritas, mas eu não consigo ver o que está escrito.

É nós rezamos novamente por 5 minutos. E então eu perguntei para a irmã:

- Você pode ler as palavras do livro?

- Ah, sim! Louvemos ao Senhor!

(aplausos)

E o nome do livro era Louvemos o Senhor.

(risos) (aplausos)

E então nós rezamos por mais 5 minutos e eu perguntei:

- Você pode ler mais alguma coisa?

E ela olhou para o livro e posso ver a palavra "O Senhor", a menor palavra, ela primeiro deu a grande e depois a menor. (aplausos)

E então nós rezamos mais 5 minutos e eu mostrei a contracapa do livro, com todas aquelas palavras pequenas e perguntei:

- Você pode ser qualquer uma dessas pequenas palavras?

- Sim, eu consigo ler aquelas palavras pequenas.

- E aquelas palavras dizem?

- "Canção Nova"!

(aplausos)

- E você pode ver aquele versículo que está escrito lá no fundo?

As palavras eram de pequenas, eu mesmo acho que não conseguiria ler aquelas palavras. E ela olhou para aquelas palavras pequenas inscritas no fundo da sala e a leu perfeitamente. Em 40 minutos ela estava completamente curada daquela cegueira, desde o nascimento, daquele olho.

(aplausos)

E por que é que eu estou contando essa história para vocês? Não é somente porque se trata de uma história que Jesus está curando uma pessoa cega, mas por causa de uma coisa muito mais bonita que aconteceu após esse evento. Você percebe? Quando Jesus cura uma pessoa, existe sempre alguma coisa por trás disso, Jesus tem um proposta na sua mente, Jesus tem uma carta sob sua manga.

O que aconteceu foi o seguinte: aquela freira tinha uma diretora espiritual, era um padre salesiano, que era o presidente de teologia do instituto de seminários salesiano. Ele era uma pessoa proeminente na Congregação Salesiana da Índia e ele tinha essa irmãzinha como uma das que ele frequentemente aconselhava e orientava. E quando ele soube que aquela irmãzinha havia sido curado de sua cegueira, então ele me convidou para dar uma palestra para os seminaristas aonde ele era o diretor.

Era o seminário mais importante de teologia dos salesianos de toda a Índia. E no ano seguinte aquele diretor pediu que eu fosse dar um retiro para seminaristas salesianos. Isso causou tanta mudança deles, que todo ano o provincial geral dos salesianos passou a me convidar ano após ano para toda a comunidade, toda a família salesiana da Índia.

Então nesses anos praticamente todos os padres, irmãos e irmãs, quase 5000 pessoas passaram por retiros carismáticos em toda a Índia. Como resultado disso os salesianos da Índia começaram a olhar para a evangelização como uma coisa ainda mais comprometedora e séria. Então eles tomaram com mais ânimo ainda o objetivo de tornar toda a Índia católica e cristã.

Esses retiros carismáticos deram tanto ardor, tanto fervor pela evangelização, que milhares de pessoas talvez tenham sido batizadas todos os meses no Espírito Santo.

Novamente, palmas para o Senhor por tudo isso.

(aplausos)

E aquele padre, aquele professor salesiano de teologia, que me convidou para fazer o primeiro retiro porque viu a cura daquela em irmãzinha, está agora em Roma num importante Centro de Teologia, o Coleggio Fide.

(aplausos)

Muitas outras coisas aconteceram depois disso.

Para dar outro exemplo, aquele seminário salesiano está ligado à Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e o diretor do instituto teológico do nordeste da Índia me convidou para que eu seja um professor visitante dessa faculdade salesiana. Então todo ano eu dou um curso de duas semanas de escritura para esses estudantes de pós-graduação.

(aplausos)

E o que eles me pedem para ensinar para esses pós-graduandos que serão professores de teologia? Eles pedem que eu fale nesse curso exatamente sobre o ministério de cura e libertação de Jesus em seus evangelhos. Talvez este seja o único instituto teológico da Igreja católica que tem no seu currículo especificamente uma matéria sobre cura nos evangelhos de um curso sobre o ministério de libertação dos evangelhos. Novamente, aplausos ao Senhor por isso.

(aplausos)

E como eu dou esses ensinamentos nesses cursos de duas semanas? De manhã eu dou o ensinamento sobre as passagens de Jesus curando cegos. São exegetas acadêmicas sobre as escrituras.

E na parte da tarde e da noite eu trago casos práticos para que eles percebam que o evangelho é vivo, e para eles é uma abertura em suas vidas. Eles dizem:

 - Eu vou voltar para o meu país não somente ensinando escrituras, mas de fato encarnando tudo isso, rezando para que as pessoas sejam curadas como está no evangelho.

Por isso na Índia existem muitos padres salesianos totalmente liberados pelos seus superiores, dedicados para trabalhar especificamente no ministério de cura e libertação.

Meus queridos irmãos e irmãs, e o meu propósito  ao contar tudo isso para vocês é para que vocês percebam que o Senhor não quer simplesmente nos curar só a nós como pessoa. Ele quer nos usar, a partir da nossa experiência, para trazer cura para tantos outros, então todos têm obrigação de rezar hoje na igreja.

Os documentos da igreja dizem que especialmente os leigos tem mesmo esse mandado de rezar, que algumas coisas que nem nós, padres, podemos fazer. Por que vocês, leigos, estão vivendo exatamente nos lugares que os problemas estão e você é chamado a ser um evangelizador na sua família, no seu local de trabalho, na sua vizinhança.

E vou terminar dando outro exemplo que vem desse mesmo instituto salesiano.

No ano seguinte, quando eu voltei para ensinar no seminário, o diretor daquele seminário, aquele padre salesiano, professor de escritura, me pediu que fosse com ele para que rezássemos por uma menina na casa em frente ao lado oposto do seminário, então nós fomos até lá.

Havia uma menina de 10 anos de idade. Eu me lembro de desse caso porque o nome dela era Reffy, parecido com Rufus. E o diretor de estava me dizendo que essa menina estava doente já fazia dois meses, por dois meses ela não havia ido para a escola. Durante dois meses ela sofreu por terríveis dores de cabeça, vômitos contínuos, dores no peito, nariz sangrando e muito medo.

Então quando eu entrei e vi essa menina sentada na cadeira, sem vida, prostrada na cadeira, então eu comecei a fazer algumas perguntas e percebi que ela tinha um grande medo de seu tio e ela tinha ainda um grande medo de um professor da sua escola.

Meus queridos irmãos e irmãs, há muitos anos tem sido diretor de escola em Bombaim e tive sob minha responsabilidade milhares e milhares de estudantes. E sei o que o medo pode fazer a uma criança. E às vezes nem os próprios pais sabem porque é que os filhos têm esses medos. E que eles às vezes falam: "Não tenham medo, pois você é um menino ou uma menina tão grande", mas isso não os ajuda. É necessário descobrir as causas daquele medo e rezar em profundidade por esses medos.

Então eu percebi porque é que essa menina estava fisicamente tão doente. O médico vinha visitá-la todos os dias, mas eu percebi então que havia um grande medo emocional muito mais do que uma doença física. Era um medo originado na sua própria família e na sua escola.

Você mesmo pode me dizer que muitos de seus medos tem origem na sua vida familiar e na sua vida escolar e então eu rezei por essa menina.

No dia seguinte, após as leituras matinais, a mãe veio com sua filha e a mãe e me falou que desde ontem a menina se encontrava totalmente curada e nesta manhã ela estava voltando para a escola.

(aplausos)

E olhando para aquela menina era difícil reconhecer aquela mesma menina que estava prostrada na cadeira. E agora ela estava lá, cheia de vida. E como ela queria vir me ver, a mãe disse que tinha posto dela o seu melhor vestido. Ali estava ela, uma jovenzinha tão linda.

Então eu pedi para a mãe para escrever o testemunho dela que então essa menina escreveu seu testemunho da sua língua nativa por ela mesma. E a sua mãe e traduziu para o inglês para mim, e quando eu vi o testemunho tão lindo e eu perguntei para a menina:

- Você se importa de dar o seu testemunho aos padres salesianos? A sua mãe pode vir junto com você.

- Minha mãe não precisa ir, eu posso ir sozinha.

(aplausos)  

E essa garotinha de dez anos foi comigo para a aula magna dos doutores de teologia daquele seminário em que deu o seu testemunho. E qual foi o seu testemunho?

Esta é a última e mais importante coisa que eu quero dizer para você. O seu testemunho só teve três frases, o testemunho mais curto que eu já havia presenciado e foi o que ela havia escrito:

Um: eu estava doente há dois meses com dores na minha cabeça, sangue do meu nariz, dificuldade de respirar, dores de estômago e um tremendo medo. Me deu um padre que rezou por mim.

Essa foi a primeira sentença, mostrou que ela estava doente e fez todo mundo perceber que a solução estava na vinda de Jesus. Lembre-se de Lázaro que estava doente, o que a suas duas irmãs, Maria e marta, disseram para Jesus? Elas mandaram uma mensagem para Jesus dizendo: "Senhor, aquele que você ama está doente", o problema é a doença, a solução é que o senhor o ama. "Senhor, aquele que você ama está doente".

É isso que aquela menina escreveu em outras palavras que, "Eu estava doente por dois meses" e "Jesus veio me visitar na pessoa de um padre". Essa foi a sentença número um.

Dois: quando o padre rezou por mim eu senti o poder e o amor de Jesus fluindo através de mim e eu fui curada.

Percebam o que ela escreveu, durante a oração ela experimentou: o amor e o poder de Jesus passando por ela.

Meus queridos irmãos e de irmãs, o que é que nos cura? Ambos: o amor e o poder de Jesus fluindo para nós. Às vezes um mãe está com o filho muito doente e ela estar pronta até mesmo a dar a sua vida por esse seu filho doente, ela ama o seu filho, mas ela não ter poder para curar.

Mas às vezes você pode contar com um médico muito inteligente, um médico que pode curar qualquer doença, o médico pode curar essa criança doente, mas e se ele não quiser curar aquela criança? E se ele não chamar essa criança? Então ele só vai curar a criança se você pagar todas aquelas despesas pelo tratamento. Portanto ele pode curar, mas ele pode não querer.

Portanto, para receber cura, eu preciso de amor e de poder. Quando o leproso clamou por Jesus, ele disse: "Senhor, se tu queres, cura-me", é como se ele dissesse "Senhor, eu sei que o senhor tem o poder de me curar, eu quero saber se o senhor quer me curar", porque o leproso sabia que Jesus curava as pessoas apenas impondo suas mãos sobre os doentes.

Porque ele sabia que Jesus, sendo um judeu, nunca iria impor as suas mãos sobre um leproso, porque senão ele se tornaria impuro. Por isso é que o leproso diz: "Se o senhor quiser, cura-me", e o que é que Jesus respondeu? "Se eu quiser? Você está me perguntando se eu quero te curar? É claro que eu quero te curar! Seja curado." E mesmo que o evangelho não tenha dito isso, eu acredito que Jesus impôs suas mãos no leproso para que ele fosse curado.

Então você tem uma outra história, o garoto que estava possuído, onde o pai veio até a Jesus e disse a Jesus: "Os seus discípulos não foram capazes de curar o meu filho" e então aquele homem disse a Jesus: "Se você consegue curar o meu filho", era como se estivesse dizendo para Jesus "O seus discípulos não tiveram poder para livrar o meu filho de Satanás, então eu não sei se você tem esse poder. Eu sei que você quer libertar meu filho, sei que você ama as pessoas, mas eu estou duvidando que você tem esse poder. Se você conseguir, ajude meu filho", e o que é que Jesus disse? "Se eu consigo? Você está me perguntando se eu posso? O que é impossível para o homem é possível para Deus." (aplausos) e então Jesus curou e libertou aquele jovem.

Então o que é que essa menina escreveu? "O padre rezou por mim. Eu senti o poder e o amor de Jesus fluindo por mim e então eu fui curada."

Três: ela escreveu "E o Senhor me curou por causa da minha grande fé Nele".

Este é um testemunho perfeito! É o melhor testemunho que eu já havia visto, porque teologicamente ele é perfeito, biblicamente perfeito! Ele escrito por uma garotinha de uma área tribal, de apenas dez anos de idade.

(aplausos)

O que ela quis dizer quando ela escreveu "E o Senhor me curou por causa da minha grande fé nele"? é como se ela dissesse "Sim! O amor e o poder de Jesus está sempre à nossa disposição."

Quantas vezes nós lemos na bíblia "Jesus estava lá com o poder", então aquela menina estava dizendo que ela se abriu para receber o amor e o poder de Jesus através de sua fé. E é por isso que cada pessoa que chega a Jesus recebe dele esta pergunta: "Você acredita que o posso curá-lo?"

E para as pessoas que foram curadas Jesus diria: "Não é o meu amor e o meu poder que curam você, mas é a sua fé que também vai te curar" e é por isso que aquele homem, que era o pai daquele menino que estava possuído, quando Jesus disse: "O que é impossível para o homem é possível para Deus", aquele homem percebeu que não era falha de Deus, mas era sua falha e então ele disse a Jesus: "Senhor, eu acredito". Senhor, eu creio.

(aplausos)

Mas ele percebeu que sua fé não era perfeita que imediatamente ele adicionou uma oração mim: "Senhor, eu creio, mas me ajude na minha falta de fé", ajude-me na minha falta de fé.

É a melhor oração que nós podemos fazer uns pelos outros hoje, se você quiser experimentar o poder e o amor de Jesus para nos libertar e para nos curar.

Que esta seja a nossa oração: "Senhor, eu creio. Mas ajuda-me na minha incredulidade." amém.

(aplausos)

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