084 O Espírito Santo nas comunidades

O Espírito Santo nas comunidades

16/nov/2010
Por  Padre Rufus Pereira
Tradução: Vinícius Adamo
Transcrição: Carlos S. Gushiken

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos, e muito rico. Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguiu por causa da multidão pois era muito baixo. Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa, hoje eu devo ficar na tua casa”. Ele desceu depressa e recebeu Jesus com alegria. Ao ver isso todos começaram a murmurar e dizendo: “Ele foi se hospedar na casa de um pecador”. Zaqueu ficou de pé e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, eu vou devolver quatro vezes mais.” Jesus ele disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque este homem também é um filho de Abraão”. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido. Palavra da salvação.
Glória a vós, Senhor.
(aplausos)
(- música)

Padre Rufus:
Meus que meus queridos irmãos e irmãs no Senhor Jesus...
Eu sei que eu estou dirigindo não somente ao povo, mas também aos membros da comunidade e aos colaboradores da Fundação João Paulo II.
Então eu vou basear o meu ensinamento naquilo que a Bíblia nos diz, sobre como é importante basear a nossa vida na vida da comunidade.
Em primeiro lugar, vamos ver o que Jesus disse que os apóstolos fizessem. No começo do Atos dos Apóstolos, quando Jesus apareceu aos apóstolos pela última vez, na quinta-feira que nós os chamamos de “Quinta-feira da ascensão”, exatamente 40 dias depois que Jesus ressuscitou dos mortos, e Jesus disse a eles que os encontrassem no monte das Oliveiras, os seus doze apóstolos, ou seja, onze, na verdade e outros, entre eles. E então ele disse que os estava deixando, ele falou que os estaria deixando por tantas vezes que eles ficavam pensando o que Jesus queria lhes dizer.
Então, no começo do Atos dos Apóstolos, vemos como Jesus se encontrou com os apóstolos e os discípulos pela última vez, e ele disse que, realmente, ele os estava deixando. Eles então me perguntaram: “E com relação ao Reino? Como poderemos fazer as coisas sem você? Como poderemos tomar o seu lugar?”, e então Jesus disse a eles aquilo que ele estava querendo dizer já há tanto tempo, que prometeu a eles quando estava com eles na última ceia. Então que ele lhes disse: “Eu estou deixando vocês, mas eu não vou deixar vocês sozinhos. Eu vou dar a vocês a força para fazer as coisas que eu quero que vocês façam. E essa força é a mesma força que eu recebi do Pai, que não é algo, mas é alguém. É o Espírito Santo, o dom do Pai, que eu vou mandar em nome do Pai.
Então vocês devem esperar e passar o seu tempo esperando pelo dom do Espírito Santo. Então, quando receberem o Espírito Santo, então vocês irão até os confins da Terra, porque Jesus estivera no seu tempo somente na Galileia e em algumas vilas da região. Mas vocês irão para todos os lugares, não somente pela região, mas até a Índia, lá no leste, e no Brasil, aqui no oeste. Isso não está no Evangelho. No Evangelho está escrito somente ‘aos confins do mundo’. E depois de Jesus dizer isso ele subiu ao ceu, os apóstolos viram Jesus subindo ao Ceu e então voltaram para Jerusalém.

1984
Eu estive lá na “quinta-feira da ascensão”, em 1984. Foi quando eu fiz a minha primeira peregrinação para a Terra Santa, que foi durante a Semana Santa, a melhor semana para fazer uma peregrinação à Terra Santa.
Eu fico pasmo em saber como Jesus se inspirou, da sala superior aonde ele teve a sua última ceia, e depois até o jardim do Getsemani, onde Jesus passou por aquelas horas em oração, aquelas horas de agonia, enquanto o inimigo ficava dizendo para ele não entregar a sua vida. E Jesus fez aquela e oração: “Não seja feita a minha vontade, mas a vontade do Pai”.
Fui à igreja aonde Jesus sofreu aquela agonia, é uma das igrejas mais lindas do mundo, nunca me esqueço o tempo que passei ali rezando no mesmo lugar aonde Jesus passou horas em oração e agonia. Agonia é uma palavra grega que significa uma luta, é um conflito, entre a vontade humana a vontade divina. É um conflito entre o reino de Satanás que o Reino dos Ceus.
E ali Satanás ficou tentando Jesus para não ser tolo e entregar a sua vida. Jesus tinha pedido aos seus apóstolos que ficassem rezando com ele para apoiá-lo em sua oração, mas quando Jesus voltou a eles, por três vezes, Jesus vos encontrou dormindo. Quando mais Jesus precisava deles, eles não estavam presentes. O Evangelho de Lucas diz até que Deus mandou um anjo para apoiar Jesus.
E então a gente acompanha na peregrinação quando Jesus é preso pelos soldados no sacerdote e o povo acompanha-o até a casa do sumo sacerdote, onde Jesus foi julgado e foi colocado em frente ao sumo sacerdote, e Jesus passou ali a noite inteira aprisionado, uma prisão que fica no subsolo da casa do sumo sacerdote.
E Jesus foi colocando lá na última célula, lá embaixo, no subsolo. E ali, na parede daquela pequena cela da prisão, depois as pessoas descobriram, existe um sinal do sangue de Jesus na forma de uma cruz, e a Bíblia nos diz que Jesus passou a noite inteira na pior cela dessa prisão, na casa do sumo sacerdote. E eu também passei nessa peregrinação a noite inteira, ali. Nunca vou me esquecer dessa noite, talvez porque eu passei a noite inteira no mesmo lugar que Jesus passou. Por isso talvez o Senhor tenha abençoado tanto o meu ministério.

Jesus Cristo e Jesus Barrabás: “Filho do Pai”
Na manhã seguinte, na peregrinação, nós acompanhamos Jesus na imaginação, quando ele é levado diante de Pôncio Pilatos, e como Pôncio Pilatos tentou salvar Jesus e oferecendo em troca Barrabás, mas as pessoas preferiram libertar Barrabás a Jesus, era uma decisão importante a ser feita. E o Evangelho diz que o nome de Barrabás era Jesus, e Barrabás em hebreu significa “Filho do Pai”, para que o Evangelho coloque diante de nosso esse julgamento, já havia lá em cima então dois Jesus, os dois filhos do Pai. Um certo e outro errado.
Eu imagino que vocês sabiam disso, e as pessoas escolheram o Jesus errado, o filho do Pai errado, e rejeitaram o verdadeiro Jesus, eles rejeitaram o verdadeiro filho do Pai.
E a gente acompanhou peregrinação Jesus a caminho do calvário, e passamos mais tempo especialmente na quinta estação, por quê? Qual é a quinta estação da via crucis? É o Jesus sendo ajudado por Simão, o cirineu. E a Bíblia nos diz quem é Simão, o cirineu. E ele era o pai de Alexandre e Rufus. Até na Bíblia o meu nome é mencionado. (risos)(aplausos)
Quando eu digo para as pessoas que o meu nome está no Evangelho, as pessoas dizem: “Padre, acha o meu nome também no Evangelho”. Mas se você tiver um nome como Churchill, um nome como Eisenhower, ou Obama, você não vai achar esses nomes na Bíblia.
E aí, estação por estação, a gente chega na crucificação, e eu passei 3h em meditação com Jesus na cruz, e aí eu fui até o sepulcro de Jesus.
No domingo da ressurreição eu fui meditar no local onde Jesus ressuscitou, e celebrei a missa na igreja do santo sepulcro às 3h da madrugada. Então, para mim, essa minha primeira peregrinação à Terra Santa foi uma profunda experiência, e ainda mudou mais a minha vida. Mas então eu disse: “Eu preciso voltar para a Terra Santa pela segunda vez para celebrar a semana de Pentecostes”.
Portanto, 40 dias depois eu voltei para a terra Santa e comecei a minha segunda peregrinação, no domingo da ascensão. E depois que Jesus ascendeu para o ceu, eu acompanhei os apóstolos em espírito, quando eles desceram o monte das Oliveiras e atravessaram o vale de Quedron, eles subiram ao monte do templo, e foram de novo para a sala superior, e ali eu fiquei por nove dias. E os apóstolos ficaram lá nove dias, fazendo o quê?

A primeira novena do Pentecostes
Todos os três anos que eles conviviam com Jesus, eles ouviam o que Jesus dizia, mas acabavam discutindo entre si por inveja, por intrigas. Mas eu não me esqueço como Jesus disse para eles que esperassem, e eles podiam estar pensando quanto tempo eles tinham que esperar. Esperaram por nove dias, foi a primeira a novena de Pentecostes.
E o quê que eu fiz nesses nove dias? Atos capítulo 1, versículo 14, nos diz: eles passaram todo aquele tempo em oração, e a razão principal disso era porque Maria estava com eles, e Maria deve ter comunicado a forma dela rezar e deles rezarem, Maria deve ter contado a eles de que maneira ela estava rezando, quando Jesus foi concebido no seu ventre. É o único lugar em que Maria é mencionada, no Ato dos Apóstolos, Marcos, capítulo 1, versículo 14: “Os apóstolos estavam lá com a mãe de Jesus”. E isso fez a diferença. Então eles passaram esses nove dias rezando.
As diferentes Bíblias têm traduções diferentes, algumas vão dizer que eles estavam em constante oração. Outros vão dizer que eles gastaram tempo em oração. Eu gosto de traduzir dizendo que eles fizeram nada mais do que a oração, nada menos do que rezar. Às vezes eu penso que a minha tradução da Bíblia é melhor, pelo menos nesse versículo.

E todos ficaram cheios do Espírito Santo
E, no décimo dia, o que aconteceu a Jesus aconteceu aos o apóstolo. Aconteceu que eram o domingo de Pentecostes, e eu estava naquele dia na sala superior. E a Bíblia diz que o Espírito desceu sobre eles como línguas de fogo. E você sabe o quê que o fogo faz, ele queima as coisas erradas, para que hajam chamas de coisas novas acontecendo. E veio o Espírito Santo como um vento poderoso, e vocês sabem o que o vento faz: ele varre aquilo tudo que está errado e traz de volta aquilo que era novo e belo.
E Atos dos Apóstolos, capítulo 2, versículo 4: diz uma das frases mais importantes de toda a Bíblia: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo”. Eu estava lá nesse domingo de Pentecostes, quando eu olhei no relógio e vi que eram 9h00 da manhã. Eu disse: “Este foi o lugar, este foi o dia, e esta é a hora quando nasceu a igreja, no domingo de Pentecostes”, somente um versículo, como nós lemos no começo do ministério de Jesus, a frase importante: “Jesus foi repleto do Espírito Santo”, assim como nós lemos na narração da encarnação, que o Espírito Santo veio sobre Maria, como que capturando Maria. Jesus nasceu.
E, pela terceira vez, a Bíblia usa a mesma expressão sobre os apóstolos e os discípulos, e a família de Jesus que estava presente aí: “Ficaram todos cheios do Espírito Santo”.
E isso nos diz claramente, que o maior dom de Jesus para nós e para a igreja é o dom do Espírito Santo, que Jesus não seria concebido no ventre de Maria exceto pela força do Espírito Santo, é como se dissesse que Jesus não começaria o seu ministério se não fosse o Espírito Santo, era como se dissesse que os apóstolos não espalhariam o Evangelho pelo mundo se não fosse pelo Espírito Santo.
O Senhor está dizendo para mim e para você que nós não poderemos espalhar o Evangelho pelo mundo a não ser que seja pela força do Espírito Santo. Um aplauso ao Senhor por isso. (aplausos)

Dom de proclamação
E então vamos ver o que aconteceu a partir desse dia, mas lembre-se que a primeira coisa que aconteceu foi o seguinte: passaram o tempo em oração.
Mas nós não podemos mudar o mundo, a gente não pode mudar a América latina, você não pode mudar o Brasil, a não ser que estejamos cheios do Espírito Santo.
E os apóstolos mesmos tiveram que passar nove dias em oração pelo Espírito Santo e somente então foram repletos pelo Espírito Santo. Então essa é a primeira coisa: você não pode receber o Espírito Santo a não ser na oração e em oração. E a segunda coisa, o que acontece? Os apóstolos foram tão preenchidos pela coragem, porque antes eles tinham fechado as portas por medo, e agora eles abriram as portas e saíram pelas ruas, até em direção ao templo, para celebrar o Pentecostes.
E, à medida que eles estavam indo, o quê que eles estavam fazendo? Eles não estavam falando bobagens entre si, mas foram louvando o Senhor, publicamente, e tão alto e com tanta alegria, que todo mundo pensou que eles estavam bêbados. Eles estavam embriagados, mas pelo espírito correto, o Espírito Santo. (aplausos)
E a segunda coisa aqui eles faziam era louvar ao Deus-Pai pelo dom do Espírito. Em primeiro lugar a oração deles era de silenciosa contemplação na sala superior. Agora, nas ruas da cidade de Jerusalém, a oração deles era uma oração de louvor, e por isso a igreja precisa, e eu sou tão feliz toda vez que eu venho aqui. Eu vejo que o brasileiro é um povo alegre e do louvor.
Temos que proclamar a boa nova para o mundo através do poder, mas através do nosso louvor, para que o mundo queira saber quem é o Senhor da nossa vida. Então dê ao Senhor um grande aplauso, para o louvor do Senhor. (aplausos)
Quando as pessoas dizem: “Ah, carismáticos, vocês fazem muito barulho. É para ir na igreja para ficar quietinho”, falem para a pessoa: “Leia Atos dos Apóstolos, capítulo 2”. A primeira oração que os apóstolos fizeram depois que saíram daquela sala superior foi a louvar a Deus, foi agradecer a Deus para o maior dom que eles receberam, o dom do Espírito Santo.
E a terceira coisa que aconteceu: quando eles chegaram à frente do templo, e eram seguidas pelas pessoas que achavam que eles estavam loucos, então Pedro se voltou para o povo e começou a falar, e Pedro deu o seu primeiro sermão sem preparação, sem anotações, aquele mesmo Pedro que havia negado Jesus por causa de medo. Agora, esse mesmo Pedro, com o poder do espírito de Deus, deu o seu primeiro sermão. E o poder das suas palavras eram tão grandes que os Atos dos Apóstolos conta que houve conversão de 3000 pessoas.
Então é o dom do Espírito Santo, que é o dom da proclamação. Todo cristão deve proclamar a boa nova para todo mundo todos os dias. Num mundo tão cheio de más notícias e de tanto mal, nós precisamos, como Pedro apóstolo, abrir as nossas bocas e proclamar a boa nova. Foi a primeira que coisa que aconteceu no domingo de Pentecostes. Deus deu a sua igreja o dom da proclamação, e o quê que Pedro estava dizendo? O que ele disse no seu primeiro sermão foi o que nós devemos dizer a qualquer pessoa em necessidade.
E quando as pessoas disseram: “Nós conhecemos vocês e os apóstolos muito bem, nós sabemos que vocês abandonou Jesus, e você não negou Jesus, outro de vocês traiu Jesus, e vocês todos se fecharam com medo. O que mudou a vida de vocês? O que aconteceu com vocês?”
E Pedro explicou para eles, e qual foi a reação das pessoas? Veja o que eles disseram a Pedro e aos apóstolos: “O que nós devemos fazer para ficarmos como vocês?”. Vocês sabem que as suas palavras estão atingindo a pessoa quando as pessoas fazem a mesma pergunta para vocês. “Diga-nos o que nós devemos fazer para que nós possamos ser como você, com esse poder, essa alegria e essa beleza no seu rosto”.
E foi isso que as pessoas perguntaram a Pedro, e Pedro disse a eles apenas três coisas. Foi o sermão mais importante que Pedro pregou, somente uma sentença, mas nessa sentença ele contou a eles a chave para a nova vida. Pedro contou a eles que eles não precisavam fazer muitas coisas, mas três coisas, somente três coisas que eram suficientes.
Você não precisa contar às pessoas histórias muito compridas.
Se alguém perguntar a você qual é o segredo da sua vida, somente essas três coisas são suficientes. E Pedro repetiu aquilo que Jesus vinha dizendo para eles dia após dia: “Em primeiro lugar você precisa se arrepender, você precisa mudar de vida, você precisa abandonar os valores do mundo”. É a primeira coisa que precisa ser feito.
Aqui, em segundo lugar, ele disse para eles: “Depois disso você precisa acreditar em Jesus, você precisa fazer de Jesus o centro da sua vida, você deve convidar Jesus para que ele venha viver em você, para que ele seja o seu Senhor e o seu mestre”.
E em terceiro lugar Pedro disse a eles: “Isso só será possível se você pedir e você receber o Espírito Santo. Somente se vocês pedirem e receberem o Espírito Santo”.
Então somente em três frases, está ali a essência do cristianismo e foi uma mensagem tão poderosa, que 3000 pessoas se converteram.

O nascimento da Igreja
E a quarta coisa que os apóstolos fizeram, como resultado do Pentecostes, nós lemos isso no final do segundo capítulo dos apóstolos, versículos 42 a 47, e isto é muito importante: É assim que a igreja nasceu e cresceu.
No dia seguinte eles se juntaram, não viveram mais as suas vidas separadas, mas viveram juntos todos os dias e, especialmente a cada domingo, no dia da ressurreição. Uniram-se, e este é o começo da igreja.
E o quê que eles fizeram quando eles se reuniram?
Em primeiro lugar passaram entre eles a palavra de Deus, construíram uns aos outros a falando da palavra de Deus. E, segundo, o que eles fizeram? Eles rezaram uns pelos outros. E em terceiro, celebraram a ceia do Senhor, assim como eles experimentaram quando Jesus estava com eles. Eles partilharam dessa forma misteriosa o seu corpo e o seu sangue, e em quarto o que eles fizeram? Venderam tudo que tinham de juntaram, tudo o que conseguiram, entre eles, especialmente entre os pobres, de modo que não havia necessitados entre eles.
Se existe uma paróquia aonde a gente alguém passa necessidade, a empresa não já não está completa lá. Leia o Atos dos Apóstolos, as pessoas que tinham até mais posses partilhavam as coisas para que ninguém passasse necessidade entre eles, e, como resultado disso, as pessoas começaram a entrar na comunidade e a igreja cresceu, e em seguida o que aconteceu? Perceberam que era uma comunidade de cura.
Logo no capítulo seguinte, capítulo 3, quando um simples pescador foi novamente ao templo e Pedro viu ali um homem paralítico desde a nascença que estava pedindo por dinheiro. O que o quê que Pedro disse? Palavras lindas, tremendas palavras, palavras que podem mudar o mundo. Ele disse: “Eu não tenho dinheiro, ouro e prata eu não tenho, mas o que eu tenho eu lhe dou, eu tenho Jesus Cristo, eu tenho o Espírito Santo. E em nome desse Jesus, e pelo poder desse Espírito Santo, eu, Pedro, te digo: levanta-te e anda”, e o paralítico levantou e andou e começou a louvar a Deus. (aplausos)
E a última coisa que sabemos, lemos que os apóstolos fizeram no tempo de Pentecostes: eles começaram a ser perseguidos e disseram a eles: “Não fale em nome de Jesus”, e os apóstolos disseram: “Nós não podemos fazer outra coisa a não ser falar em seu nome. Façam o que quiserem conosco”, e os apóstolos foram presos foram levados à prisão e foram açoitados.
Mas o quê que eles fizeram? O Atos dos Apóstolos diz isso muito claramente, você tem que ler os Atos dos Apóstolos várias vezes, especialmente os primeiros quatro ou cinco capítulos. Veja o que disse o Atos dos Apóstolos, os apóstolos e os discípulos que foram açoitados, foram colocados na prisão, alegaram-se e se sentiram dignos de sofrer por Cristo. E é assim que vivemos o Pentecostes. Aplausos ao Senhor por tudo isto que eles viveram. (aplausos)

As comunidades
Eu quero terminar aplicando tudo isso ao nosso dia de hoje.
Vamos agora para o último livro na Bíblia, o livro do Apocalipse, e vamos nos focar no capítulo 3, o capítulo 3 fala das igrejas que já haviam começado. Todas começaram bem, mas aos poucos, à medida que começaram a ganhar força, e à medida que as pessoas começaram a se invejar uma das outras, as igrejas se perderam. Então o profeta escreve para as igrejas primitivas, especialmente para a igreja de Laodisseia, e ali é falando com muita força, e ali está dito: “Porque você não é quente nem frio, porque você é morno, eu vou vomitá-lo de minha boca”.
E aí vem a palavra de encorajamento de Jesus, ele diz: “Eu estou diante da sua porta e se hoje ouvires a minha voz, e convidar-me para entrar, eu entrarei e viverei aí. E eu vou usar você para mudar o mundo inteiro”.
Então esse capítulo 3 nos diz, claramente, que sem Jesus nós não podemos fazer nada. É somente pelo poder do espírito que nós podemos fazer aquilo que Jesus pediu aos apóstolos, e até coisas maiores do que ele fez. E isso era o que era feito pelas primeiras pequenas comunidades.
A Igreja fez algo bonito alguns anos atrás. Numa cidade como Roma existem grandes igrejas, eu passei oito anos lá estudando. E eu fui para todas essas grandes basílicas e igrejas de Roma, imensas igrejas, mas eu ia lá para as missas de domingo e não tinha nem meia lotação, e é muito triste.
Temos que construir comunidades pequenas, não grandes edifícios que vão ficar vazias, e são duas palavras que estão nos documentos da Igreja nos dias de hoje: uma palavra é evangelização, com quanta frequência a Igreja está dizendo que nós precisamos evangelizar. A Igreja nos deu uma linda encíclica sobre a nova evangelização. E a segunda coisa que a Igreja tem dito é que isso só pode ser feito através das comunidades, para que a gente não viva cada um na sua casa. Mas, mesmo a gente viva só nas nossas casas, que a gente se reúna para rezarmos uns pelos outros, para construirmos uns aos outros.
A Igreja claramente ensina que as comunidades são a resposta para a nova evangelização.
Aí eu agradeço a Deus que vocês tenham obedecido à Igreja formando essa comunidade. Vocês estão fazendo o que os apóstolos fizeram, vocês estão fazendo o que os papas pediram a vocês fazerem. Portanto, aplaudam vocês mesmos, Canção Nova.
E a leitura de hoje é fantástica, no livro do Apocalipse, capítulo 3, e vou me terminar referindo-me ao Evangelho de São Lucas, que é uma das passagens favoritas do Evangelho.

O símbolo de Satanás e o símbolo de Deus
Quando eu estava fazendo a minha peregrinação pela Terra Santa em 1994, e o guia estava nos conduzindo pelas ruas, de repente o ônibus parou em frente a uma árvore, e o guia então disse: “Esta é a árvore de Zaqueu”.
É uma das histórias mais lindas da Bíblia, que você sabe da história: quando Jesus estava a caminho de Jericó, Jericó, o símbolo do mundo, o símbolo do reino de Satanás, e que Zaqueu era o símbolo daqueles que optaram pelas coisas do mundo, a opção pelo inimigo.
E, a medida que Jesus estava passando naquele caminho e ele estava pregando, havia uma multidão pelas ruas. De repente Jesus olhou para cima e o que ele viu naquela árvore? Um homem de estatura baixa sentado na árvore e olhando para baixo. E aí contaram para ele quem era aquele homem, ele era o homem mais importante daquele local, ele era o que se chamavam de publicano, aquele que estava a cargo da economia e dos impostos daquele local.
Jesus se surpreendeu ao ver aquele homem na árvore e todo mundo sabia porque ele subiu na árvore, porque ele era baixinho e ele não poderia ver Jesus se estivesse no meio da multidão, então ele subiu na árvore. E então Jesus parou e olhou para ele e Jesus falou palavras que somente Jesus poderia dizer: “Zaqueu, desce daí.”

De Satanás para Jesus
Foram as palavras que mudaram a vida de Zaqueu.
E ele disse a Jesus: “Eu quero mudar de vida, eu quero devolver tudo o que eu tomei erroneamente, devolvendo quatro vezes”. E Jesus disse: “E como sinal de que o Senhor está com você, eu quero jantar com você”. E todo mundo ficou escandalizado porque Jesus estava escolhendo a casa da pior pessoa da cidade para tomar uma refeição. E vocês sabem o que Jesus falou: “Eu vim para os pecadores, eu vim para aqueles pecadores”, e Zaqueu era o que mais precisava, e Zaqueu disse: “Eu quero mudar de vida, eu quero dar tudo o que eu tenho”, e Jesus disse: “A salvação entrou nesta casa.”
Nós temos que ser como Jesus quando ele olhou para Zaqueu e atingir todos aqueles que estão ao nosso redor. E nós só podemos fazer isso se estivermos tão cheios do Espírito Santo, que sejamos um único corpo e uma única cabeça, na cabeça de nosso Senhor, Jesus Cristo.
Amém.

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