Jesus cura os nossos
corações feridos
Por
Padre Rufus Pereira
Tradução:
Vinícius Adamo
Transcrição
e adaptação: Carlos S. Gushiken
Eu tenho certeza que
centenas de vocês têm motivos para vir aqui para o palco para testemunhar o que
o Senhor já fez por vocês.
Esta manhã eu disse que o
maior presente de Deus, nosso Pai, é seu Filho, Jesus. A história desse
presente começou no livro de Gênesis, capítulo 3, quando Deus prometeu aos
nossos primeiros pais, que tinham pecado contra Deus, estando sob a influência
de satanás, que ele lhes mandaria um Salvador, e quem poderia imaginar que esse
Salvador seria o próprio único filho do todo poderoso Deus?
Há 2000 anos atrás: um anjo
apareceu com a Maria, uma jovem de Nazaré, disse a ela que a promessa de
redenção de Deus agora se completaria em nela e através dela, porque ela
conceberia pelo poder do Espírito Santo e daria vida a um bebê.
O que quer dizer Jesus
E o nome que deveria ser
dado a essa criança era uma nome muito especial, ela devia chamar o filho dela
de Jesus, que em hebraico quer dizer salvador, curador, libertador, porque este
seria o seu trabalho, ele salvaria o seu povo de seus pecados, ele curaria os
doentes, e ele libertaria os oprimidos e traria conflito conforto aos que têm
um coração machucado. É o que está no Evangelho de Lucas.
E, no Evangelho de São
Mateus, o evangelista nos conta que essa criança receberia um outro nome
especial, o nome de Emanuel, que em hebraico significa “Deus conosco”.
Esses são os dois nomes de
nascença: Jesus é Deus conosco. O que ele fará? Ele vai ser o nosso Jesus, o
nosso salvador, o nosso curador, o nosso libertador.
E, um pouco mais tarde,
anjos apareceram para os pastores, que representavam toda a humanidade, e diriam:
“Hoje, para vocês, nasceu um menino”. E o menino é, em primeiro lugar, uma boa
nova, o número dois, uma grande alegria, e
número três, para todo o povo, é como se fosse o terceiro nome de Jesus.
Então, quem é Jesus? Se
alguém me perguntasse quem é Jesus, eu diria: “Jesus é a boa nova de grande
alegria para todo o povo”.
Então, quem é Jesus?
Repitam.
“Jesus é a boa nova de
grande alegria para todo o povo”.
“Jesus é a boa nova de
grande alegria para todo o povo”.
A autoridade de Jesus
Depois de trinta anos
Jesus, vai, então, para o rio Jordão, e ali ele tem uma tremenda experiência:
os ceus se abrem.
E, na Bíblia, toda vez que
você ouve essa expressão, “Os ceus se abrem”, é como se Deus estivesse vindo
para o seu povo de uma maneira especial, e é como se o povo também estivesse indo
para Deus de uma forma especial. E ouve-se a voz do Pai dizendo: “Esse é o meu
filho bem amado, meu filho em quem eu coloco toda minha complacência.
Ouçam-no”.
Jesus recebeu a autoridade
do Pai para proclamar a palavra de Deus.
Então as pessoas viram o
Espírito Santo pulsando sobre Jesus e Jesus recebeu o poder do Espírito Santo
para curar e libertar. Portanto, quando, depois, Jesus foi a sinagoga, na
cidade natal de Nazaré, isto é o que ele anunciou: “Eu fui mandado pelo Senhor
com autoridade para proclamar a boa nova a aqueles que estão com os corações
quebrados. O Senhor me mandou com o poder para curar os doentes, para perdoar
os pecadores, para libertar os cativos, e isso é porque o Senhor me ungiu com o
poder do Espírito Santo, o Senhor é comigo”.
Anos mais tarde Pedro vai
comentar sobre isso com a família de Cornelius, uma família de pagãos romanos,
que estava querendo saber quem era esse Jesus. E Pedro vai dizer: “Jesus é a
pessoa que Deus ungiu com o seu Espírito Santo, que Deus ungiu com poder. Esta
é a razão porque Jesus ia para todo o lugar fazendo o bem.
O bem que Jesus fazia
E o que era esse bem? Qual
era o bem que Jesus fazia em toda parte? Curando os doentes que estavam sob o
poder de Satanás. É isto que Jesus estava fazendo: curando os doentes que
estavam sob o poder de Satanás. Ele Pedro vai acrescentar: “Porque Deus estava
com ele. Porque Jesus é Deus conosco”.
E, durante esses três anos,
o que o que é sempre que Jesus fez? Em cada cidade ou vilarejo da Galileia, nos
templos e nas sinagogas, nas casas e a ceu aberto, dia após dia, proclamou as
boas novas do amor de Deus, dizendo às pessoas o quanto Deus as amava, e
assegurando que Deus as amava, orando para cada um que viesse até para ele,
curando todos os doentes e libertando todos os oprimidos.
Foi o que Jesus fez por
toda a sua vida, e a única coisa que Jesus exigia das pessoas era acreditar que
Deus as amava, e fazê-las acreditar que Jesus tinha sido enviado pelo Pai por
amor.
A compaixão de Jesus
E porque Jesus curou todas
as pessoas? Por somente uma razão, é por causa do amor, é por causa da
compaixão.
Quando ele viu o filho
único da viúva de Naim morto no caixão, ele se encheu de compaixão, ele voltou
aquele jovem dos mortos e o devolveu para sua mãe.
E quando Jesus viu que
Lázaro estava morto e fazia quatro dias, o que Jesus faz? O Evangelho de São
João nos conta em apenas duas palavras: “Ele chorou”.
Ele chorou... Este é o
versículo mais curto de toda a Bíblia. Mas essas duas palavras dizem que tudo o
que estava no coração de Jesus: o mesmo amor que Deus pai tem por nós.
No Evangelho de São João,
capítulo 5, quando Jesus curou aquele homem paralítico no dia de sábado os
fariseus vão contra ele e eles diziam para Jesus que Jesus não poderia curar no
sábado. O que Jesus disse? “Eu faço o trabalho que o meu Pai que está fazendo.
O Pai está trabalhando não só por seis dias, mas por sete dias, mesmo no sábado”.
“Então eu estou fazendo o
que meu Pai está fazendo, porque o sábado é um dia santo para o Deus pai e é
para os homens também, é pensado para trazer vida aos homens”. - Então Jesus
diz: “Meu pai está trabalhando para dar vida, e eu vou trabalhar também para
dar vida”.
Então o quê que Jesus mais
fez nesses três últimos anos?
A alegria do ceu
A primeira coisa que Jesus
fez foi trazer à perdão aos pecadores. Foi o primeiro serviço de cura. E Jesus
diria: “Eu fui mandado pelo meu pai para perdoar e não para condenar”. Jesus
dirá: “Há mais alegria no ceu por um pecador que se arrepende, do que por 99
boas pessoas”.
Quando aquela mulher entrou
na casa daquele fariseu, onde Jesus estava tendo sua refeição, e ela se jogou
os pés de Jesus e os fariseus diziam entre si: “Como é que Jesus poderia
permitir que essa mulher tocasse nele?”, o que Jesus disse: “Ela foi perdoada
mais pelo meu Pai do ceu porque ela experimentou o amor de Deus, meu Pai, no
seu coração.
Quando aquela mulher, pega
em adultério, foi trazida para ele, o religioso mais importante na época
naquele dia disse que ela foi pega em adultério. E o que Jesus disse? Jesus
olhou para eles: “O primeiro de vocês que não tenha pecado, que atire a
primeira pedra” e todos foram embora. E o quê que Jesus disse para essa mulher?
Ele disse uma das palavras mais bonitas da Bíblia: “Se ninguém te condenou, nem
eu vou te condenar. Vá. E não peques mais”.
Quando Jesus estava na
cruz, o quê que esse disse ao ladrão que estava ao seu lado direito que era um
criminoso? Ele disse: “Hoje você vai estar comigo no paraíso”.
Jesus ama tanto os pecadores...
Jesus ama tanto os
pecadores que ele próprio traz para si os nossos pecados, que ele foi chamado
de pecador, por isso que Jesus disse a palavra do filho pródigo.
Quando nós lemos essa
parábola, nós nos esquecemos de ler o primeiro o versículo do capítulo 15 do
Evangelho de Lucas, quando nós lemos que os líderes religiosos estavam acusando
Jesus, de andar com pessoas erradas, com pessoas de má reputação, com pecadores.
E então Jesus contou essa
parábola. Por quê? Para mostrar a eles que ele estava fazendo exatamente o que
seu Pai faria. Seu Pai preferiria a companhia das pessoas erradas, das pessoas
más, do que da companhia de pessoas boas.
Mas existe algo a mais que
Jesus fez, ele curou as pessoas com doenças físicas, ele libertou as pessoas do
poder de Satanás, mas uma cura importante que Jesus fez e foi curar aqueles que
têm o seu coração quebrado.
Coração quebrado
Portanto nesta tarde eu vou
falar um pouco desse importante ministério de Jesus, e do ministério da Igreja
de hoje.
Jesus disse: “Eu vim para
abrir os olhos dos cegos”, e Jesus veio para nos dar curas físicas.
Jesus disse: “Eu vim para
perdoar os pecadores”, e Jesus veio para nos dar curas espirituais.
Jesus disse: “Eu vim para
destruir os trabalhos de satanás”, e Jesus veio para nos dar libertação.
Mas nós sabemos que Jesus
veio também para curar os corações quebrantados. E qual ér uma das promessas
mais bonitas de Jesus? É um dos mais bonitos convites de Jesus, quando ele diz:
“Venham a mim todos vocês que estão com o fardo muito pesado, com ferimentos no
coração. E eu vou curá-los, eu vou dar-lhes descanso”.
E o Senhor Jesus,
especialmente hoje, está aqui não só para perdoar nossos pecados, está aqui não
só para curar os nossos corpos doentes, está aqui não só para libertar aqueles
que estão precisando, mas ele está aqui também para nos trazer uma profunda
cura interior.
Cura interior da rejeição
Por que é que nós
precisamos dessa profunda cura interior? Por causa de todos os grandes
ferimentos emocionais que nós temos em nosso coração.
Provavelmente o maior
ferimento que todos nós já experimentamos é o ferimento da rejeição.
Este ano é dedicado ao Deus
pai, eu quero falar de uma maneira muito especial, que o Senhor veio nos
libertar desse tremendo sentimento de rejeição que está no fundo de nosso
coração. E o Senhor nos diz como sermos curados desses sentimentos de rejeição,
para começar, tomando as pessoas de quem nos sentimos rejeitados.
A maior carga emocional: rejeição
Portanto talvez a carga
emocional, o fardo emocional o mais importante que tenhamos, seja o sentimento
de rejeição. Como é que a rejeição entra na minha vida? Vem quando eu sinto que
eu não sou amado, que eu não sou aceito por aqueles de quem eu esperava esse
amor e essa aceitação, principalmente da minha mamãe e do meu papai.
Meus irmãos e minhas irmãs,
quanto mais próximo a pessoa é de mim, maior é o sentimento de rejeição. Isso
não quer dizer que aquela pessoa não me ame, mas eu me sinto nessa maneira.
Talvez seu pai não tenha sido chamado pelo pai dele, e talvez ele não consiga
comunicar o amor dele para mim e, como resultado disso, e, com esse sentimento
de rejeição entram no meu coração: sentimentos de ressentimento, raiva,
amargura, ódio e até mesmo a vingança, e até mesmo sentimentos de suspeita no
matrimônio e de ciúmes em amizades.
Nós nos apresentamos a
Jesus como nossa dor.
A dor de Jesus na cruz não
foi somente dor física. Nas palavras de São Paulo, o maior sofrimento de Jesus
foi o sofrimento da humilhação que ele passou na cruz, a vergonha na crucificação.
E nós lemos no Evangelho
que Jesus sofreu rejeição em toda sua vida.
Evangelho de São João,
capítulo um, nós lemos lá: “Ele, Jesus, veio aos seus, mas os seus não o
receberam”.
É uma das passagens mais
cheias de dor na Bíblia.
E, novamente, nós lemos que
toda a família queria mandar Jesus embora, porque eles tinham vergonha dele,
eles estavam pensando que ele estava fora do seu raciocínio, da sua lógica. Os
seus próprios apóstolos suspeitaram dele, suspeitaram dele quando viram Jesus
conversando com uma mulher publicamente. Aqueles religiosos também tinham
inveja dele, e Jesus foi levado à morte por causa da inveja, na cruz.
E quais foram as últimas
palavras de Jesus? No Evangelho de São Matheus, no evangelho de São Marcos,
Jesus disse somente uma coisa: ele sabia que as suas últimas palavras seriam as
mais importantes, e o quê que ele diz? Ele clamou ao Pai, era uma oração a Deus,
seu pai, e o que ele disse? “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
E o evangelista colocou
essa frase, essas palavras de Jesus na língua de Jesus, porque quando você diz
algo muito do seu coração, que você faça isso automaticamente na sua língua
materna. Então Jesus estava expressando na sua cruz o mais importante ferimento
emocional de qualquer pessoa, o ferimento emocional mais forte de qualquer ser
humano. Jesus estava expressando na
cruz o maior sentimento de solidão, e o
ferimento de ser rejeitado pelas pessoas que você ama, o sentimento de ter sido
traído. Você sabe que, na história da paixão de Cristo, o que mais machucou
Jesus não foi a flagelação, não foi a coroa de espinhos, foi a traição de
Judas.
Jesus disse a Judas: “Meu
amigo, você me trai com um beijo?”.
O que machucou Jesus foi a
negação de Pedro - Pedro, que Jesus tinha escolhido para ser o cabeça da Igreja
- que disse: “Eu não conheço esse homem”, e Pedro negou Jesus.
“Eu não conheço esse homem...”, imaginem o
sofrimento que Jesus experimentou.
E o que mais machucou Jesus,
mais do que tudo que ele passou, foi que todos os discípulos fugiram e ele
ficou sozinho para ser preso.
Da mesma maneira, até hoje,
o que mais nos fere quando a gente é ferido, é traído por alguém em quem nós
confiamos, quando a gente é negado e é ignorado até mesmo pelos nossos mais
próximos ou até mesmo por nossos pais, quando as pessoas que antes estavam
buscando por ele.
E esta é a razão que o evangelista
pôs, com muita propriedade, na história dos sofrimentos de Jesus, o sinal do
pecado, o sinal de ter sido traído, o pecado de ter sido abandonado. Mas o
maior machucado de Jesus foi de ter se sentido abandonada até mesmo por Deus.
Eu tenho certeza que muitos
de nós, em algum momento de nossa vida, tivemos esse sentimento de que até
mesmo Deus nos abandonou.
Como Deus cura a rejeição
E então, como é que Deus
nos cura desse sentimento de abandono e de rejeição? Somente quando nós louvamos
a Deus por esse ferimento, sabendo que Deus sempre tem o que é bom para aqueles
que o amam. E, em segundo lugar, por nós perdoamos a pessoa que nos rejeitou.
Eu estava dando um retiro
para viúvas. E elas viúvas estão montando grupos de partilha entre elas. Num
grupo de cinco viúvas, quando eu estava comentando sobre o que elas tinham
partilhado e orado no seu grupo, olhe o que elas disseram: “Todas nós temos os
mesmos problemas: os nossos cinco maridos eram alcoólatras e violentos, e todos
os nossos maridos não amavam as nossas crianças. Agora nós temos crianças e que
todos os nossos filhos são semelhantes aos seus pais, o filho mais velho de
cada uma delas já são alcoólatras, todos já estão violentos, e todos eles não
amam seus filhos”.
E eu disse a mim mesmo:
“Até quando isto vai ser passando de uma geração para a outra?”.
E esta é a razão que quando
a gente ora pela cura da nossa rejeição, nós precisamos orar também pela cura
dos nossos pais e dos nossos avós.
A cura de nossos pais e ancestrais
Nós precisamos orar pela a
cura da nossa árvore genealógica. Nós temos que orar pela cura dos nossos ancestrais,
e é o que também faremos na Eucaristia hoje à tarde. Vamos devotar e oferecer
toda essa Eucaristia por esta intenção, a cura de nossos ancestrais, para então
a gente não ter mais esse terrível ferimento da rejeição sendo passado de
geração para geração.
Então agora eu vou falar
nas últimas duas coisas, em dois pontos: por que é que nos precisamos da cura
de nossa árvore genealógica? Porque nós estamos sofrendo, mas eles não sofrem
mais. E, em segundo lugar, como temos certeza de que nós estamos tão curados,
de modo que o nosso problema não afete os nossos filhos e os filhos de nossos
filhos? Você pode imaginar a importância disso? Então nós vamos falar um pouco
da cura da árvore genealógica.
A doutrina do pecado original
Na fé católica nós
acreditamos naquilo que nós sabemos sobre a doutrina do pecado original. O quê
que significa isso? Que, em razão do pecado de nossos primeiros pais, não o
pecado deles, mas o efeito do pecado deles é transmitido de geração para
geração.
Nós vemos isso acontecendo
também no meio médico. Se um dos pais tem AIDS, o filho vai ter AIDS. Que
terrível doença...
Eu estava pregando em um
país da África, e uma de cada duas pessoas que vinham se consultar comigo
tinham AIDS.
Uma senhora me deu uma
carta com uma foto de todos os membros da sua família, irmãos e irmãs da
família, e ela me disse: “Padre, reze pela nossa família, porque estão todos
com AIDS”. Naquele país eu vi tantas e tantas crianças sem pais, os pais
provavelmente tendo morrido por causa da AIDS. Esta é uma realidade.
Então, portanto, uma doença
física pode ser transmitida, portanto olhe só da responsabilidade que as
pessoas têm antes do casamento, porque eles podem ser os transmissores do bem
para a criança, e também podem ser os transmissores do mal para aquela criança.
Vocês querem os seus filhos
abençoados por toda a sua vida, pelo bem que você faz a eles? Ou vocês querem o
seus filhos amaldiçoando você, por causa do mal que você fez a eles?
Os pais do Pe. Rufus
Os meus pais tinham
problemas, tinham defeitos, eu acredito que é pelo que eles eram, que, acredito,
eu estou fazendo o trabalho de Deus. O que minha mãe fazia? Eu me lembro de
duas coisas: ela me ensinou a minha fé, nós nunca deixamos passar um dia sem
rezarmos o rosário em família.
Muitas coisas que eu estou
dizendo a vocês sobre a doutrina católica não aprendi no seminário, aprendi da
minha simples mamãe. Então isto é o que os meus pais deram, o presente da fé.
Eles tiveram a certeza de que eu comecei bem, tomavam minha lição todos os
dias, eles sabiam que tudo dependia de uma boa educação.
Nós éramos uma família
pobre, mas eles não se preocupavam com as riquezas deste mundo, eles sabiam que
tudo dependia de uma boa educação religiosa. E, terceiro, acima de tudo, eles
deram a sua presença. E estiveram conosco sempre, para que a gente não fosse pegar
o caminho errado.
E é isto que pode acontecer
se, por um outro lado, nós damos aos nossos filhos as experiências erradas.
Quanto mais, portanto, podem as coisas ruins e serem emocionalmente e
espiritualmente serem comunicadas de geração para geração?
A forma da morte de nossos ancestrais: como rezar por
eles
Se, dentre os meus
ancestrais, tiver alguém que morreu subitamente ou violentamente, eu preciso
repetir, que morreu de repente, antes de ter encontrado com Deus, e
violentamente, não como Deus queria, aquilo pode afetar a geração presente e a
próxima geração.
Especialmente se houver um
suicídio, o suicídio pode trazer uma grande carga para a descendência. Quando
você vem, por exemplo, para a oração, não é suficiente que rezemos por uma dor
de cabeça. É melhor receber oração para ser liberto dos efeitos daquele
suicídio em você.
Se houve o aborto nos seus
ancestrais, um aborto pode trazer o prejuízos enormes para as gerações
seguintes. Se tivermos alguém que morreu durante a guerra, ou foi torturado, ou
morreram doentes mentais, ou morreram em possessão, ou morreram com a
propriedade defraudada, morreram com a maldição nos seus lábios, isso pode
afetar a geração presente.
Portanto os nossos
ancestrais que mexeram com trabalhos satânicos, que pertenceram a falsas
religiões e fizeram práticas ocultas, ou qualquer tipo de bruxaria, como
macumba e outras coisas aqui no Brasil, isto pode afetar a geração presente.
Se você não acreditar,
traga qualquer caso como este que eu vou mostrar como é que acontece.
Pedindo perdão pelos nossos ancestrais, perdoando pelos
nossos ancestrais
Se qualquer um desses meus
ancestrais amaldiçoou as gerações seguintes, o posto uma de bruxaria essas
gerações, e isso era um tremendo efeito nas gerações seguintes. Se um ancestral
amaldiçoou uma mulher dizendo: “Você nunca vai ter uma criança”, ou dizendo:
“Todos os seus filhos jamais vão casar”, isso pode acontecer.
E a única maneira que nós
podemos quebrar o poder dessa maldição é orar pelos nossos ancestrais durante a
Eucaristia, pedindo perdão a Deus em nome deles, perdoando pelos nossos
ancestrais, perdoando em nome deles, e pedindo ao Senhor que quebre qualquer ligação,
qualquer amarração ligado entre eles, e pedindo ao Senhor que lhes dê descanso
eterno.
Pedindo perdão por nós e perdoando
E, da nossa parte, o que
nós precisamos fazer para aqueles que estão conosco e que nos feriram? Precisamos
perdoá-los.
O maior bloqueio para
qualquer tipo de cura interior é a falta de perdão. Uma vez que o perdão toma
lugar a cura vem quase que automaticamente. O mandamento mais importante que
Jesus deu, de maneira mais prática, é o mandamento: “Perdoe os seus inimigos, e
não somente os perdoe mas é orar por eles, amá-los e abençoá-los”; de fato,
Jesus disse: “Se você quer se reconciliar com eles, mas eles não quiserem se
reconciliar com vocês, eles estão se afastando de vocês, estão amaldiçoando o
seu bom nome, estão perseguindo você, alegrem-se”.
E por que Jesus disse isso?
Porque esse mandamento
parece um mandamento, mas na realidade é uma cura, é uma bênção, pela qual nós libertamos
pessoa que nos feriu, a alertamos de nosso ódio, e nós, também, de nosso lado,
nos libertaremos de nosso próprio ódio.
Então, na missa, ao mesmo
tempo, nós precisamos trazer cada pessoa que nos machucou em nossa vida de
alguma maneira e perdoá-las em nome de Jesus.
Caso: o jovem professor doente por 9 meses
Fonte: Jesus cura nossos corações feridos (1999)
Vamos terminar com uma
história. Eu espero que vocês gostem de histórias. (a plateia se manifesta:
“Sim”.)
Há alguns anos atrás eu fui
orar por um jovem acompanhado de duas pessoas que estavam orando por ele. Então
eu me lembrei de que eu conhecia bem esse jovem, ele tinha sido um professor na
minha escola quando eu tinha sido diretor. E, para a minha grande surpresa,
contaram para mim que ele estava doente, de cama, por mais de nove meses, e eu
falei:
- Mas por que não falaram
antes para mim?
- Nós tentamos contatar o
senhor na nossa paróquia, mas o senhor nunca estava lá. Nós perguntávamos:
“Cadê o Padre Rufus?” e nos diziam: “Acho que nem mesmo o Espírito Santo sabe
onde ele está”. (risos)
Então ele esteve doente por
nove meses. E durante esse período ele tinha febre alta, não conseguia dormir,
todas as noites sofria de terríveis dores, e nem mesmo os remédios para dormir,
injeções, faziam efeito. Por um mês ele esteve no hospital do câncer para
observação, mas os médicos disseram para ele: “Você não tem câncer, mas a nós
fizemos tantos raios-X que você pode ser que fique com câncer”.
Por dois meses ele ficou num
sanatório para tuberculosos e tomou mais de 120 injeções, mais do que o máximo
permitido, e então os médicos que já tinham perdido as esperanças. E ele estava
magro, só pele e osso, esperando pela morte.
Então eu fui falar com ele
e ele começou a culpar outro professor na escola e ele dizia:
- Aquele professor colocou
uma maldição sobre mim, e é por isso que eu estou doente.
Frequentemente as pessoas
dizem isso para mim: “Alguém fez alguma coisa para mim”. Pode ser verdade, mas
frequentemente nós é que nos abrimos para aquela maldição. Eu conhecia outro
professor, ele era incapaz de proferir maldições, então eu sabia que essa não
poderia ser a única razão dessa doença. Quando eu comecei a falar um pouco mais
com ele eu compreendi que ele tinha um grande ódio para com o seu sogro.
Seu sogro era um dos homens
mais ricos de Bombaim e tinha dado sua única filha para se casar com esse
professor. E aquele casamento foi celebrado em grande estilo, mas apesar disso,
seu sogro não passou dinheiro, o dote para o genro. Isso porque na Índia o dote
é muito importante. E, mais do que isso, quando esse mestre voltou para o
trabalho, em vez de ajudá-lo, seu sogro começou a falar mal de seu nome e
dizendo às pessoas que tinha cometido um erro ao dar a mão de sua filha para
esse mestre. Então a reputação desse mestre começou a cair e ele passou a ter
um ódio mortal de seu sogro.
Todos os dias o pessoal do
grupo de oração vinha rezar por ele, e diziam para ele:
- Perdoe o seu sogro...
- Eu não sou capaz de
perdoar.
- Perdoe o meu pai - dizia
sua esposa.
- Eu não quero perdoar, eu
não sou capaz de perdoar.
Então ele disse para mim:
- Padre, você também: não
me diga para perdoar o meu sogro.
- Mas e eu estou dizendo
para você perdoar?
- Padre, você é a primeira
pessoa que está me dizendo que eu preciso perdoar. - Então ele ficou feliz, mas
a sua esposa ficou zangada comigo. - Eu não disse para você perdoar o seu sogro
porque eu conheço a sua família muito bem, mas os outros não conhecem tão bem
quanto eu. Então, se eu estivesse no seu lugar, filho, eu também encontraria
dificuldades em perdoá-lo. Mas o que eu quero que você faça? Eu quero que você
reze comigo, pedindo a Jesus para curá-lo das maldições do seu coração, eu
quero que você entregue o seu coração para Jesus, e isso é tudo.
- Isso eu posso fazer - ele
disse.
- Tudo bem. E como você é
carismático, você pode fazer a sua oração espontaneamente.
E ele começou a orar:
- Senhor Jesus, você sabe o
quanto o meu sogro me feriu. Todo mundo está me dizendo para perdoar o meu
sogro, mas eu não me sinto capaz de perdoá-lo. Minha mulher está me dizendo
para perdoá-lo, mas eu não quero perdoá-lo. E, Jesus, você também não venha a
me dizer para perdoar. Mas eu não quero esse ódio no meu coração: tire esse
ódio do meu coração, cure-me das causas desse ódio. - E então ele se voltou
para mim. - Padre, eu estou rezando direito?
- Você está rezando
perfeitamente, do jeito que os salmistas rezam na Bíblia.
Você sabe como os salmistas
rezam? Metade do tempo eles estão com raiva de Deus, mas metade do tempo eles
estão amando Deus. (acha graça)
Então ele fez essa oração,
então eu disse:
- Agora eu vou rezar por
você. Vou rezar primeiro para que você tenha um bom sono - porque ele estava há
nove meses sem dormir. E eu rezei por ele e imediatamente ele dormiu.
Então eu saí de Bombaim e
depois de dois meses eu voltei a Bombaim. E então ele me disse o que aconteceu:
ele dormiu por uma meia hora, então ele se levantou, pediu comida, que ele não
conseguia comer por muito tempo, e voltou a dormir até a noite seguinte.
Acordou, tomou um banho e saiu para caminhar, estava completamente curado, não
havia nada fisicamente de errado com ele segundo o relatório médico.
Mas ele estava cheio de
ódio, era o seu ódio que estava, como um câncer, comendo o seu espírito,
comendo a sua mente e comendo seu coração e comendo até mesmo o seu corpo. Era
como se fosse um câncer.
Depois disso, ele foi para
a Arábia Saudita para um trabalho de quatro anos, e, desde o dia de sua cura,
ele jamais ficou doente. E depois disso ele se tornou um técnico de time de futebol
num grande clube de Bombaim.
E, quando eu lembro daquele
dia, quando eu vi aquele homem na cama como um esqueleto, sem nenhuma
esperança, e agora, um homem forte, treinando os rapazes, jogando futebol com
eles, então eu compreendi o tremendo poder da falta de perdão e do ódio para
fazer uma pessoa doente, para fazer com que uma pessoa esteja vulnerável ao
trabalho de Satanás.
E, quando nós oferecemos o
mandamento de Jesus e começamos a perdoar os nossos inimigos, e a amá-los, e a
começar a rezar por eles, a cura acontece com frequência instantaneamente, e de
forma completa.
Louvado seja o Senhor!
(aplausos)
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