002 Jesus cura os nossos corações feridos

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Jesus cura os nossos corações feridos


Por Padre Rufus Pereira
Tradução: Vinícius Adamo
Transcrição e adaptação: Carlos S. Gushiken

Meus queridos irmãos de irmãs no Senhor Jesus...
Eu tenho certeza que centenas de vocês têm motivos para vir aqui para o palco para testemunhar o que o Senhor já fez por vocês.
Esta manhã eu disse que o maior presente de Deus, nosso Pai, é seu Filho, Jesus. A história desse presente começou no livro de Gênesis, capítulo 3, quando Deus prometeu aos nossos primeiros pais, que tinham pecado contra Deus, estando sob a influência de satanás, que ele lhes mandaria um Salvador, e quem poderia imaginar que esse Salvador seria o próprio único filho do todo poderoso Deus?
Há 2000 anos atrás: um anjo apareceu com a Maria, uma jovem de Nazaré, disse a ela que a promessa de redenção de Deus agora se completaria em nela e através dela, porque ela conceberia pelo poder do Espírito Santo e daria vida a um bebê.

O que quer dizer Jesus
E o nome que deveria ser dado a essa criança era uma nome muito especial, ela devia chamar o filho dela de Jesus, que em hebraico quer dizer salvador, curador, libertador, porque este seria o seu trabalho, ele salvaria o seu povo de seus pecados, ele curaria os doentes, e ele libertaria os oprimidos e traria conflito conforto aos que têm um coração machucado. É o que está no Evangelho de Lucas.
E, no Evangelho de São Mateus, o evangelista nos conta que essa criança receberia um outro nome especial, o nome de Emanuel, que em hebraico significa “Deus conosco”.
Esses são os dois nomes de nascença: Jesus é Deus conosco. O que ele fará? Ele vai ser o nosso Jesus, o nosso salvador, o nosso curador, o nosso libertador.
E, um pouco mais tarde, anjos apareceram para os pastores, que representavam toda a humanidade, e diriam: “Hoje, para vocês, nasceu um menino”. E o menino é, em primeiro lugar, uma boa nova, o número dois, uma grande alegria, e  número três, para todo o povo, é como se fosse o terceiro nome de Jesus.
Então, quem é Jesus? Se alguém me perguntasse quem é Jesus, eu diria: “Jesus é a boa nova de grande alegria para todo o povo”.
Então, quem é Jesus? Repitam.
“Jesus é a boa nova de grande alegria para todo o povo”.
“Jesus é a boa nova de grande alegria para todo o povo”.

A autoridade de Jesus
Depois de trinta anos Jesus, vai, então, para o rio Jordão, e ali ele tem uma tremenda experiência: os ceus se abrem.
E, na Bíblia, toda vez que você ouve essa expressão, “Os ceus se abrem”, é como se Deus estivesse vindo para o seu povo de uma maneira especial, e é como se o povo também estivesse indo para Deus de uma forma especial. E ouve-se a voz do Pai dizendo: “Esse é o meu filho bem amado, meu filho em quem eu coloco toda minha complacência. Ouçam-no”.

Jesus recebeu a autoridade do Pai para proclamar a palavra de Deus.
Então as pessoas viram o Espírito Santo pulsando sobre Jesus e Jesus recebeu o poder do Espírito Santo para curar e libertar. Portanto, quando, depois, Jesus foi a sinagoga, na cidade natal de Nazaré, isto é o que ele anunciou: “Eu fui mandado pelo Senhor com autoridade para proclamar a boa nova a aqueles que estão com os corações quebrados. O Senhor me mandou com o poder para curar os doentes, para perdoar os pecadores, para libertar os cativos, e isso é porque o Senhor me ungiu com o poder do Espírito Santo, o Senhor é comigo”.
Anos mais tarde Pedro vai comentar sobre isso com a família de Cornelius, uma família de pagãos romanos, que estava querendo saber quem era esse Jesus. E Pedro vai dizer: “Jesus é a pessoa que Deus ungiu com o seu Espírito Santo, que Deus ungiu com poder. Esta é a razão porque Jesus ia para todo o lugar fazendo o bem.

O bem que Jesus fazia
E o que era esse bem? Qual era o bem que Jesus fazia em toda parte? Curando os doentes que estavam sob o poder de Satanás. É isto que Jesus estava fazendo: curando os doentes que estavam sob o poder de Satanás. Ele Pedro vai acrescentar: “Porque Deus estava com ele. Porque Jesus é Deus conosco”.
E, durante esses três anos, o que o que é sempre que Jesus fez? Em cada cidade ou vilarejo da Galileia, nos templos e nas sinagogas, nas casas e a ceu aberto, dia após dia, proclamou as boas novas do amor de Deus, dizendo às pessoas o quanto Deus as amava, e assegurando que Deus as amava, orando para cada um que viesse até para ele, curando todos os doentes e libertando todos os oprimidos.
Foi o que Jesus fez por toda a sua vida, e a única coisa que Jesus exigia das pessoas era acreditar que Deus as amava, e fazê-las acreditar que Jesus tinha sido enviado pelo Pai por amor.

A compaixão de Jesus
E porque Jesus curou todas as pessoas? Por somente uma razão, é por causa do amor, é por causa da compaixão.
Quando ele viu o filho único da viúva de Naim morto no caixão, ele se encheu de compaixão, ele voltou aquele jovem dos mortos e o devolveu para sua mãe.
E quando Jesus viu que Lázaro estava morto e fazia quatro dias, o que Jesus faz? O Evangelho de São João nos conta em apenas duas palavras: “Ele chorou”.
Ele chorou... Este é o versículo mais curto de toda a Bíblia. Mas essas duas palavras dizem que tudo o que estava no coração de Jesus: o mesmo amor que Deus pai tem por nós.
No Evangelho de São João, capítulo 5, quando Jesus curou aquele homem paralítico no dia de sábado os fariseus vão contra ele e eles diziam para Jesus que Jesus não poderia curar no sábado. O que Jesus disse? “Eu faço o trabalho que o meu Pai que está fazendo. O Pai está trabalhando não só por seis dias, mas por sete dias, mesmo no sábado”.
“Então eu estou fazendo o que meu Pai está fazendo, porque o sábado é um dia santo para o Deus pai e é para os homens também, é pensado para trazer vida aos homens”. - Então Jesus diz: “Meu pai está trabalhando para dar vida, e eu vou trabalhar também para dar vida”.
Então o quê que Jesus mais fez nesses três últimos anos?

A alegria do ceu
A primeira coisa que Jesus fez foi trazer à perdão aos pecadores. Foi o primeiro serviço de cura. E Jesus diria: “Eu fui mandado pelo meu pai para perdoar e não para condenar”. Jesus dirá: “Há mais alegria no ceu por um pecador que se arrepende, do que por 99 boas pessoas”.
Quando aquela mulher entrou na casa daquele fariseu, onde Jesus estava tendo sua refeição, e ela se jogou os pés de Jesus e os fariseus diziam entre si: “Como é que Jesus poderia permitir que essa mulher tocasse nele?”, o que Jesus disse: “Ela foi perdoada mais pelo meu Pai do ceu porque ela experimentou o amor de Deus, meu Pai, no seu coração.
Quando aquela mulher, pega em adultério, foi trazida para ele, o religioso mais importante na época naquele dia disse que ela foi pega em adultério. E o que Jesus disse? Jesus olhou para eles: “O primeiro de vocês que não tenha pecado, que atire a primeira pedra” e todos foram embora. E o quê que Jesus disse para essa mulher? Ele disse uma das palavras mais bonitas da Bíblia: “Se ninguém te condenou, nem eu vou te condenar. Vá. E não peques mais”.
Quando Jesus estava na cruz, o quê que esse disse ao ladrão que estava ao seu lado direito que era um criminoso? Ele disse: “Hoje você vai estar comigo no paraíso”.

Jesus ama tanto os pecadores...
Jesus ama tanto os pecadores que ele próprio traz para si os nossos pecados, que ele foi chamado de pecador, por isso que Jesus disse a palavra do filho pródigo.
Quando nós lemos essa parábola, nós nos esquecemos de ler o primeiro o versículo do capítulo 15 do Evangelho de Lucas, quando nós lemos que os líderes religiosos estavam acusando Jesus, de andar com pessoas erradas, com pessoas de má reputação, com pecadores.
E então Jesus contou essa parábola. Por quê? Para mostrar a eles que ele estava fazendo exatamente o que seu Pai faria. Seu Pai preferiria a companhia das pessoas erradas, das pessoas más, do que da companhia de pessoas boas.
Mas existe algo a mais que Jesus fez, ele curou as pessoas com doenças físicas, ele libertou as pessoas do poder de Satanás, mas uma cura importante que Jesus fez e foi curar aqueles que têm o seu coração quebrado.

Coração quebrado
Portanto nesta tarde eu vou falar um pouco desse importante ministério de Jesus, e do ministério da Igreja de hoje.
Jesus disse: “Eu vim para abrir os olhos dos cegos”, e Jesus veio para nos dar curas físicas.
Jesus disse: “Eu vim para perdoar os pecadores”, e Jesus veio para nos dar curas espirituais.
Jesus disse: “Eu vim para destruir os trabalhos de satanás”, e Jesus veio para nos dar libertação.
Mas nós sabemos que Jesus veio também para curar os corações quebrantados. E qual ér uma das promessas mais bonitas de Jesus? É um dos mais bonitos convites de Jesus, quando ele diz: “Venham a mim todos vocês que estão com o fardo muito pesado, com ferimentos no coração. E eu vou curá-los, eu vou dar-lhes descanso”.
E o Senhor Jesus, especialmente hoje, está aqui não só para perdoar nossos pecados, está aqui não só para curar os nossos corpos doentes, está aqui não só para libertar aqueles que estão precisando, mas ele está aqui também para nos trazer uma profunda cura interior.

Cura interior da rejeição
Por que é que nós precisamos dessa profunda cura interior? Por causa de todos os grandes ferimentos emocionais que nós temos em nosso coração.
Provavelmente o maior ferimento que todos nós já experimentamos é o ferimento da rejeição.
Este ano é dedicado ao Deus pai, eu quero falar de uma maneira muito especial, que o Senhor veio nos libertar desse tremendo sentimento de rejeição que está no fundo de nosso coração. E o Senhor nos diz como sermos curados desses sentimentos de rejeição, para começar, tomando as pessoas de quem nos sentimos rejeitados.

A maior carga emocional: rejeição
Portanto talvez a carga emocional, o fardo emocional o mais importante que tenhamos, seja o sentimento de rejeição. Como é que a rejeição entra na minha vida? Vem quando eu sinto que eu não sou amado, que eu não sou aceito por aqueles de quem eu esperava esse amor e essa aceitação, principalmente da minha mamãe e do meu papai.
Meus irmãos e minhas irmãs, quanto mais próximo a pessoa é de mim, maior é o sentimento de rejeição. Isso não quer dizer que aquela pessoa não me ame, mas eu me sinto nessa maneira. Talvez seu pai não tenha sido chamado pelo pai dele, e talvez ele não consiga comunicar o amor dele para mim e, como resultado disso, e, com esse sentimento de rejeição entram no meu coração: sentimentos de ressentimento, raiva, amargura, ódio e até mesmo a vingança, e até mesmo sentimentos de suspeita no matrimônio e de ciúmes em amizades.
Nós nos apresentamos a Jesus como nossa dor.
A dor de Jesus na cruz não foi somente dor física. Nas palavras de São Paulo, o maior sofrimento de Jesus foi o sofrimento da humilhação que ele passou na cruz,  a vergonha na crucificação.
E nós lemos no Evangelho que Jesus sofreu rejeição em toda sua vida.
Evangelho de São João, capítulo um, nós lemos lá: “Ele, Jesus, veio aos seus, mas os seus não o receberam”.
É uma das passagens mais cheias de dor na Bíblia.
E, novamente, nós lemos que toda a família queria mandar Jesus embora, porque eles tinham vergonha dele, eles estavam pensando que ele estava fora do seu raciocínio, da sua lógica. Os seus próprios apóstolos suspeitaram dele, suspeitaram dele quando viram Jesus conversando com uma mulher publicamente. Aqueles religiosos também tinham inveja dele, e Jesus foi levado à morte por causa da inveja, na cruz.
E quais foram as últimas palavras de Jesus? No Evangelho de São Matheus, no evangelho de São Marcos, Jesus disse somente uma coisa: ele sabia que as suas últimas palavras seriam as mais importantes, e o quê que ele diz? Ele clamou ao Pai, era uma oração a Deus, seu pai, e o que ele disse? “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”
E o evangelista colocou essa frase, essas palavras de Jesus na língua de Jesus, porque quando você diz algo muito do seu coração, que você faça isso automaticamente na sua língua materna. Então Jesus estava expressando na sua cruz o mais importante ferimento emocional de qualquer pessoa, o ferimento emocional mais forte de qualquer ser humano.  Jesus estava expressando na cruz  o maior sentimento de solidão, e o ferimento de ser rejeitado pelas pessoas que você ama, o sentimento de ter sido traído. Você sabe que, na história da paixão de Cristo, o que mais machucou Jesus não foi a flagelação, não foi a coroa de espinhos, foi a traição de Judas.
Jesus disse a Judas: “Meu amigo, você me trai com um beijo?”.
O que machucou Jesus foi a negação de Pedro - Pedro, que Jesus tinha escolhido para ser o cabeça da Igreja - que disse: “Eu não conheço esse homem”, e Pedro negou Jesus.
 “Eu não conheço esse homem...”, imaginem o sofrimento que Jesus experimentou.
E o que mais machucou Jesus, mais do que tudo que ele passou, foi que todos os discípulos fugiram e ele ficou sozinho para ser preso.
Da mesma maneira, até hoje, o que mais nos fere quando a gente é ferido, é traído por alguém em quem nós confiamos, quando a gente é negado e é ignorado até mesmo pelos nossos mais próximos ou até mesmo por nossos pais, quando as pessoas que antes estavam buscando por ele.
E esta é a razão que o evangelista pôs, com muita propriedade, na história dos sofrimentos de Jesus, o sinal do pecado, o sinal de ter sido traído, o pecado de ter sido abandonado. Mas o maior machucado de Jesus foi de ter se sentido abandonada até mesmo por Deus.
Eu tenho certeza que muitos de nós, em algum momento de nossa vida, tivemos esse sentimento de que até mesmo Deus nos abandonou.

Como Deus cura a rejeição
E então, como é que Deus nos cura desse sentimento de abandono e de rejeição? Somente quando nós louvamos a Deus por esse ferimento, sabendo que Deus sempre tem o que é bom para aqueles que o amam. E, em segundo lugar, por nós perdoamos a pessoa que nos rejeitou.
Eu estava dando um retiro para viúvas. E elas viúvas estão montando grupos de partilha entre elas. Num grupo de cinco viúvas, quando eu estava comentando sobre o que elas tinham partilhado e orado no seu grupo, olhe o que elas disseram: “Todas nós temos os mesmos problemas: os nossos cinco maridos eram alcoólatras e violentos, e todos os nossos maridos não amavam as nossas crianças. Agora nós temos crianças e que todos os nossos filhos são semelhantes aos seus pais, o filho mais velho de cada uma delas já são alcoólatras, todos já estão violentos, e todos eles não amam seus filhos”.
E eu disse a mim mesmo: “Até quando isto vai ser passando de uma geração para a outra?”.
E esta é a razão que quando a gente ora pela cura da nossa rejeição, nós precisamos orar também pela cura dos nossos pais e dos nossos avós.

A cura de nossos pais e ancestrais
Nós precisamos orar pela a cura da nossa árvore genealógica. Nós temos que orar pela cura dos nossos ancestrais, e é o que também faremos na Eucaristia hoje à tarde. Vamos devotar e oferecer toda essa Eucaristia por esta intenção, a cura de nossos ancestrais, para então a gente não ter mais esse terrível ferimento da rejeição sendo passado de geração para geração.
Então agora eu vou falar nas últimas duas coisas, em dois pontos: por que é que nos precisamos da cura de nossa árvore genealógica? Porque nós estamos sofrendo, mas eles não sofrem mais. E, em segundo lugar, como temos certeza de que nós estamos tão curados, de modo que o nosso problema não afete os nossos filhos e os filhos de nossos filhos? Você pode imaginar a importância disso? Então nós vamos falar um pouco da cura da árvore genealógica.

A doutrina do pecado original
Na fé católica nós acreditamos naquilo que nós sabemos sobre a doutrina do pecado original. O quê que significa isso? Que, em razão do pecado de nossos primeiros pais, não o pecado deles, mas o efeito do pecado deles é transmitido de geração para geração.
Nós vemos isso acontecendo também no meio médico. Se um dos pais tem AIDS, o filho vai ter AIDS. Que terrível doença...
Eu estava pregando em um país da África, e uma de cada duas pessoas que vinham se consultar comigo tinham AIDS.
Uma senhora me deu uma carta com uma foto de todos os membros da sua família, irmãos e irmãs da família, e ela me disse: “Padre, reze pela nossa família, porque estão todos com AIDS”. Naquele país eu vi tantas e tantas crianças sem pais, os pais provavelmente tendo morrido por causa da AIDS. Esta é uma realidade.
Então, portanto, uma doença física pode ser transmitida, portanto olhe só da responsabilidade que as pessoas têm antes do casamento, porque eles podem ser os transmissores do bem para a criança, e também podem ser os transmissores do mal para aquela criança.
Vocês querem os seus filhos abençoados por toda a sua vida, pelo bem que você faz a eles? Ou vocês querem o seus filhos amaldiçoando você, por causa do mal que você fez a eles?

Os pais do Pe. Rufus
Os meus pais tinham problemas, tinham defeitos, eu acredito que é pelo que eles eram, que, acredito, eu estou fazendo o trabalho de Deus. O que minha mãe fazia? Eu me lembro de duas coisas: ela me ensinou a minha fé, nós nunca deixamos passar um dia sem rezarmos o rosário em família.
Muitas coisas que eu estou dizendo a vocês sobre a doutrina católica não aprendi no seminário, aprendi da minha simples mamãe. Então isto é o que os meus pais deram, o presente da fé. Eles tiveram a certeza de que eu comecei bem, tomavam minha lição todos os dias, eles sabiam que tudo dependia de uma boa educação.
Nós éramos uma família pobre, mas eles não se preocupavam com as riquezas deste mundo, eles sabiam que tudo dependia de uma boa educação religiosa. E, terceiro, acima de tudo, eles deram a sua presença. E estiveram conosco sempre, para que a gente não fosse pegar o caminho errado.
E é isto que pode acontecer se, por um outro lado, nós damos aos nossos filhos as experiências erradas. Quanto mais, portanto, podem as coisas ruins e serem emocionalmente e espiritualmente serem comunicadas de geração para geração?

A forma da morte de nossos ancestrais: como rezar por eles
Se, dentre os meus ancestrais, tiver alguém que morreu subitamente ou violentamente, eu preciso repetir, que morreu de repente, antes de ter encontrado com Deus, e violentamente, não como Deus queria, aquilo pode afetar a geração presente e a próxima geração.
Especialmente se houver um suicídio, o suicídio pode trazer uma grande carga para a descendência. Quando você vem, por exemplo, para a oração, não é suficiente que rezemos por uma dor de cabeça. É melhor receber oração para ser liberto dos efeitos daquele suicídio em você.
Se houve o aborto nos seus ancestrais, um aborto pode trazer o prejuízos enormes para as gerações seguintes. Se tivermos alguém que morreu durante a guerra, ou foi torturado, ou morreram doentes mentais, ou morreram em possessão, ou morreram com a propriedade defraudada, morreram com a maldição nos seus lábios, isso pode afetar a geração presente.
Portanto os nossos ancestrais que mexeram com trabalhos satânicos, que pertenceram a falsas religiões e fizeram práticas ocultas, ou qualquer tipo de bruxaria, como macumba e outras coisas aqui no Brasil, isto pode afetar a geração presente.
Se você não acreditar, traga qualquer caso como este que eu vou mostrar como é que acontece.

Pedindo perdão pelos nossos ancestrais, perdoando pelos nossos ancestrais
Se qualquer um desses meus ancestrais amaldiçoou as gerações seguintes, o posto uma de bruxaria essas gerações, e isso era um tremendo efeito nas gerações seguintes. Se um ancestral amaldiçoou uma mulher dizendo: “Você nunca vai ter uma criança”, ou dizendo: “Todos os seus filhos jamais vão casar”, isso pode acontecer.
E a única maneira que nós podemos quebrar o poder dessa maldição é orar pelos nossos ancestrais durante a Eucaristia, pedindo perdão a Deus em nome deles, perdoando pelos nossos ancestrais, perdoando em nome deles, e pedindo ao Senhor que quebre qualquer ligação, qualquer amarração ligado entre eles, e pedindo ao Senhor que lhes dê descanso eterno.

Pedindo perdão por nós e perdoando
E, da nossa parte, o que nós precisamos fazer para aqueles que estão conosco e que nos feriram? Precisamos perdoá-los.
O maior bloqueio para qualquer tipo de cura interior é a falta de perdão. Uma vez que o perdão toma lugar a cura vem quase que automaticamente. O mandamento mais importante que Jesus deu, de maneira mais prática, é o mandamento: “Perdoe os seus inimigos, e não somente os perdoe mas é orar por eles, amá-los e abençoá-los”; de fato, Jesus disse: “Se você quer se reconciliar com eles, mas eles não quiserem se reconciliar com vocês, eles estão se afastando de vocês, estão amaldiçoando o seu bom nome, estão perseguindo você, alegrem-se”.
E por que Jesus disse isso?
Porque esse mandamento parece um mandamento, mas na realidade é uma cura, é uma bênção, pela qual nós libertamos pessoa que nos feriu, a alertamos de nosso ódio, e nós, também, de nosso lado, nos libertaremos de nosso próprio ódio.
Então, na missa, ao mesmo tempo, nós precisamos trazer cada pessoa que nos machucou em nossa vida de alguma maneira e perdoá-las em nome de Jesus.

Caso: o jovem professor doente por 9 meses
Fonte: Jesus cura nossos corações feridos (1999)
Vamos terminar com uma história. Eu espero que vocês gostem de histórias. (a plateia se manifesta: “Sim”.)
Há alguns anos atrás eu fui orar por um jovem acompanhado de duas pessoas que estavam orando por ele. Então eu me lembrei de que eu conhecia bem esse jovem, ele tinha sido um professor na minha escola quando eu tinha sido diretor. E, para a minha grande surpresa, contaram para mim que ele estava doente, de cama, por mais de nove meses, e eu falei:
- Mas por que não falaram antes para mim?
- Nós tentamos contatar o senhor na nossa paróquia, mas o senhor nunca estava lá. Nós perguntávamos: “Cadê o Padre Rufus?” e nos diziam: “Acho que nem mesmo o Espírito Santo sabe onde ele está”. (risos)
Então ele esteve doente por nove meses. E durante esse período ele tinha febre alta, não conseguia dormir, todas as noites sofria de terríveis dores, e nem mesmo os remédios para dormir, injeções, faziam efeito. Por um mês ele esteve no hospital do câncer para observação, mas os médicos disseram para ele: “Você não tem câncer, mas a nós fizemos tantos raios-X que você pode ser que fique com câncer”.
Por dois meses ele ficou num sanatório para tuberculosos e tomou mais de 120 injeções, mais do que o máximo permitido, e então os médicos que já tinham perdido as esperanças. E ele estava magro, só pele e osso, esperando pela morte.
Então eu fui falar com ele e ele começou a culpar outro professor na escola e ele dizia:
- Aquele professor colocou uma maldição sobre mim, e é por isso que eu estou doente.
Frequentemente as pessoas dizem isso para mim: “Alguém fez alguma coisa para mim”. Pode ser verdade, mas frequentemente nós é que nos abrimos para aquela maldição. Eu conhecia outro professor, ele era incapaz de proferir maldições, então eu sabia que essa não poderia ser a única razão dessa doença. Quando eu comecei a falar um pouco mais com ele eu compreendi que ele tinha um grande ódio para com o seu sogro.
Seu sogro era um dos homens mais ricos de Bombaim e tinha dado sua única filha para se casar com esse professor. E aquele casamento foi celebrado em grande estilo, mas apesar disso, seu sogro não passou dinheiro, o dote para o genro. Isso porque na Índia o dote é muito importante. E, mais do que isso, quando esse mestre voltou para o trabalho, em vez de ajudá-lo, seu sogro começou a falar mal de seu nome e dizendo às pessoas que tinha cometido um erro ao dar a mão de sua filha para esse mestre. Então a reputação desse mestre começou a cair e ele passou a ter um ódio mortal de seu sogro.
Todos os dias o pessoal do grupo de oração vinha rezar por ele, e diziam para ele:
- Perdoe o seu sogro...
- Eu não sou capaz de perdoar.
- Perdoe o meu pai - dizia sua esposa.
- Eu não quero perdoar, eu não sou capaz de perdoar.
Então ele disse para mim:
- Padre, você também: não me diga para perdoar o meu sogro.
- Mas e eu estou dizendo para você perdoar?
- Padre, você é a primeira pessoa que está me dizendo que eu preciso perdoar. - Então ele ficou feliz, mas a sua esposa ficou zangada comigo. - Eu não disse para você perdoar o seu sogro porque eu conheço a sua família muito bem, mas os outros não conhecem tão bem quanto eu. Então, se eu estivesse no seu lugar, filho, eu também encontraria dificuldades em perdoá-lo. Mas o que eu quero que você faça? Eu quero que você reze comigo, pedindo a Jesus para curá-lo das maldições do seu coração, eu quero que você entregue o seu coração para Jesus, e isso é tudo.
- Isso eu posso fazer - ele disse.
- Tudo bem. E como você é carismático, você pode fazer a sua oração espontaneamente.
E ele começou a orar:
- Senhor Jesus, você sabe o quanto o meu sogro me feriu. Todo mundo está me dizendo para perdoar o meu sogro, mas eu não me sinto capaz de perdoá-lo. Minha mulher está me dizendo para perdoá-lo, mas eu não quero perdoá-lo. E, Jesus, você também não venha a me dizer para perdoar. Mas eu não quero esse ódio no meu coração: tire esse ódio do meu coração, cure-me das causas desse ódio. - E então ele se voltou para mim. - Padre, eu estou rezando direito?
- Você está rezando perfeitamente, do jeito que os salmistas rezam na Bíblia.
Você sabe como os salmistas rezam? Metade do tempo eles estão com raiva de Deus, mas metade do tempo eles estão amando Deus. (acha graça)
Então ele fez essa oração, então eu disse:
- Agora eu vou rezar por você. Vou rezar primeiro para que você tenha um bom sono - porque ele estava há nove meses sem dormir. E eu rezei por ele e imediatamente ele dormiu.
Então eu saí de Bombaim e depois de dois meses eu voltei a Bombaim. E então ele me disse o que aconteceu: ele dormiu por uma meia hora, então ele se levantou, pediu comida, que ele não conseguia comer por muito tempo, e voltou a dormir até a noite seguinte. Acordou, tomou um banho e saiu para caminhar, estava completamente curado, não havia nada fisicamente de errado com ele segundo o relatório médico.
Mas ele estava cheio de ódio, era o seu ódio que estava, como um câncer, comendo o seu espírito, comendo a sua mente e comendo seu coração e comendo até mesmo o seu corpo. Era como se fosse um câncer.
Depois disso, ele foi para a Arábia Saudita para um trabalho de quatro anos, e, desde o dia de sua cura, ele jamais ficou doente. E depois disso ele se tornou um técnico de time de futebol num grande clube de Bombaim.
E, quando eu lembro daquele dia, quando eu vi aquele homem na cama como um esqueleto, sem nenhuma esperança, e agora, um homem forte, treinando os rapazes, jogando futebol com eles, então eu compreendi o tremendo poder da falta de perdão e do ódio para fazer uma pessoa doente, para fazer com que uma pessoa esteja vulnerável ao trabalho de Satanás.
E, quando nós oferecemos o mandamento de Jesus e começamos a perdoar os nossos inimigos, e a amá-los, e a começar a rezar por eles, a cura acontece com frequência instantaneamente, e de forma completa.
 Louvado seja o Senhor!

(aplausos)

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